Fe Paes Leme revela que sofreu aborto em 2021: 'Luto de algo que nunca vi'
Fernanda Paes Leme, de 39 anos, revelou que sofreu um aborto espontâneo no fim do ano passado. A atriz e apresentadora disse que tinha receio de falar isso publicamente, já que era uma coisa bastante íntima, e falou de como viveu o luto.
Convidada do "Mil e Uma Tretas", apresentado por Thaila Ayala e Julia Faria, que contou também com a presença de Mônica Martelli, Fernanda abriu o jogo. "Acho que as pessoas devem estar pensando o que a Fepa está fazendo aí. É difícil a gente falar sobre determinados assuntos. Se é difícil passar, falar é mais ainda. Eu vou chorar com certeza mais", começou a atriz.
Depois, Fernanda afirmou que até então poucas pessoas próximas sabem sobre o caso: "Quando a Julia me chamou para vir aqui, eu pensei: 'P*rra, será que eu vou falar sobre isso?'. Porque é uma coisa que está dentro de mim, só para mim. E para pouquíssimas pessoas que convivem comigo".
"Só que, ao mesmo tempo, é muito importante as pessoas saberem que tem várias histórias sobre isso, sobre esse tema, que ainda é tão difícil de você falar. Porque o aborto é uma perda invisível. É um luto que você vive, de algo que você nunca viu a cara. Nem uma peça, foto, nada, para você lamentar, o que acontece quando você perde alguém", continuou ela, bem emocionada.
A atriz e apresentadora disse que a gravidez foi uma surpresa, que foi descoberta no final do ano passado. "Eu vivi isso de uma forma totalmente inesperada. Eu não estava tentando, não estava querendo naquele momento. Comigo o que aconteceu foi que eu tive muitos problemas com o DIU de cobre, me dava muitas cólicas".
Em Salvador, na Bahia, ela descobriu a gestação: "Quando eu tirei o DIU, no mês seguinte, a menstruação não veio. Aí meu peito, já pesado, eu vivendo alguns sintomas de gravidez, sem saber que aquilo estava acontecendo. Decidi fazer um teste".
"Meu irmão estava em Salvador. Eu não queria falar com o Vitor, meu parceiro, e pedi para o meu irmão comprar o teste. Aí veio os dois tracinhos. Eu fiquei em choque. Pensei em elaborar para este ano. Contei para ele [Vitor], e ele ficou mais feliz do que eu", contou.
Quase uma semana após descobrir a gravidez, já em São Paulo, a artista teve um sangramento e fez alguns exames. Depois disso, ela descobriu que havia perdido o bebê.
"Vem todo o outro lado, porque a primeira pessoa a descobrir é você, quem tem que contar para as pessoas é você, para as poucas pessoas que sabiam, e você tem que administrar a sua dor e a do outro. As pessoas chegam e falam para você que é normal, mas não é, pode ser comum", desabafou.
Segundo ela, existe também o jeitinho das pessoas amenizarem a perda da gestação. "O segundo vem aquela coisa de: 'Acontece, mas melhor assim'. Mas na verdade você só precisa de apoio e um abraço. Eu fiquei muito mal, porque vi ali que eu queria ser mãe, porque antes eu achava que não queria. Eu descobri ali que eu queria. Foi uma perda muito solitária", disse ela, que chorou ao contar a recordar o aborto.
"É um processo doloroso, você se sente fracassada. As pessoas falam que eu vou ter outro, mas é que eu perdi aquele", desabafou.
Três abortos
No bate-papo, Mônica afirmou que perdeu três bebês antes da Júlia, sua filha de 13 anos. "Quando a gente perde antes de ser mãe, rola um desespero. Será que vou conseguir? Porque tem sentimento de fracasso, a idade", desabafou.
A atriz afirmou que a primeira perda foi com 33 anos, em uma gestação que durou quatro semanas. Na segunda vez, o período aumentou e foi para dez semanas. Já na terceira, Mônica perdeu com três meses. "A primeira foi natural e a segunda eu tive que fazer uma curetagem. Eu tive que entrar no hospital para tirar um bebê que não evoluiu", lembrou.
"Eu queria muito. Eu sempre quis ser mãe, de passar pela experiência, só que eu entendi seria mais tarde. Quando eu conheci o pai da Júlia, eu logo tentei engravidar", acrescentou ela, que perdeu as três vezes o bebê com o mesmo parceiro.
Na terceira gravidez, Mônica disse que foi a situação mais sofrida que ela já viveu. "Eu estava lá fazendo ultrassom, e eles têm uma técnica. Quando veem que o bebê está parado, com algum problema, eles não falam nada. Você deixa primeiro o gato subir no telhado para a mãe perguntar se está acontecendo alguma coisa", contou ela.
Consultada pela irmã Susana Garcia, que é médica, ela falou: "Na hora já dá um gelado, uma coisa aqui dentro. Aquela sensação horrorosa. Ela me disse: 'Mônica ainda não vai ser dessa vez'. Eu saí do shopping Rio Sul, em Botafogo, e fui andando até o Leblon. Você fica anestesiada de qualquer coisa, porque a dor toma conta", lamentou ela.
Após isso, ela parou de tentar engravidar e se dedicou ao trabalho, quando escreveu "Os Homens São De Marte E É Pra Lá Que Eu Vou". "Pari antes da Júlia, que mudou minha vida. Foi a mudança de vida ali para mim. O filho que eu tinha que parir era outro", afirmou.
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