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'Meu pai não mexeu pauzinhos', diz Gabriel Sater sobre sua carreira

Trindade (Gabriel Sater) em Pantanal  - Divulgação/TV Globo
Trindade (Gabriel Sater) em Pantanal Imagem: Divulgação/TV Globo

Colaboração para Splash, no Rio de Janeiro

03/10/2022 12h50

Ainda vivendo o sucesso do personagem Trindade em "Pantanal", Gabriel Sater, de 40 anos, afirmou que o seu pai, Almir Sater, 65, nunca "mexeu os pauzinhos" para ajudar em sua carreira.

"Todos que seguem a linha dos pais sofrem com comparações. Aprendi que tem muitas questões na vida que não temos como controlar. Por isso nem gasto energia. Sempre tive consciência de que se quisesse ter um lugar ao sol, teria que ter algum diferencial do meu pai. Ele também sempre me apoiou a seguir o meu caminho. Meu pai é meu grande ídolo, mas nunca tentou mexer os pauzinhos para alavancar a carreira do filho", disse ele, em entrevista à Quem.

Segundo ele, isso foi muito bom porque permitiu a criação de uma produtora com a sua mulher, a produtora musical Paula Cunha. "Formei uma equipe muito competente de trabalho... Em 2006, gravei meu primeiro álbum experimental e a repercussão foi maravilhosa, me abriu grandes portas. Mantive a minha ideia original, de ser o mais sincero com a minha verdade artística. Gravadoras vieram com propostas, tentando me moldar ao mercado, mas nunca aceitei. Eu me tornei um artista independente para ter independência artística", afirmou.

Após a novela, Gabriel está com uma agenda cheia de shows. Em dois meses, ele se apresentou 24 vezes e se prepara para dois espetáculos nos dias 6 e 7 de outubro, no Teatro Bravos, em São Paulo, para comemorar 22 anos de carreira com a turnê "Quando For a Hora".

"Estou celebrando 22 anos de carreira neste show. Tudo começou quando organizei uma turnê de 20 anos para rodar o Brasil e outros países. Mas veio pandemia e só consegui fazer o primeiro show, que foi na Nova Zelândia. Voltamos de lá correndo, de máscara, sem entender muito bem o que estava acontecendo. Naquele ano, mesmo sem shows, trabalhamos muito e executamos 18 projetos e lives gigantes", contou.

Ele afirmou que depois veio a novela e não fez muitos shows, pois ficou meses no Pantanal, longe da família, filhos caninos e esposa. "[Estava] me dedicando a esse projeto dos sonhos, mas com ritmo alucinante de trabalho".

Mas, a partir do momento que a chefia o liberou, já no final do contrato, ele arregaçou as mangas e voltou a realizar os shows e sentiu o termômetro positivo do público em relação ao seu personagem na novela das 9.

"Vivo de música há muitos anos, mas nunca tinha sentido essa dimensão de energia e alegria do público. Não tive um dia de férias, mas estou vivendo um sonho acordado", celebrou ele.

"São anos de muito trabalho. Sempre trabalhei muito na MPB e com o nicho de eventos ligados à natureza e ao mundo rural. Agora com a novela tudo amplificou. Mas, felizmente, sempre vivi da arte. Se não desse certo, seria naturalmente enviado para trabalhar na fazenda, tomando conta dos negócios, o que eu também gosto, mas prefiro a arte", acrescentou ele.

"Pantanal"

Ao comentar sobre a revolta dos telespectadores com o final de Trindade, que deixou Irma (Camila Morgado), e saiu da trama, o ator disse que não podia lutar contra algo que já estava estabelecido.

"Eu falo do Trindade e do Cramulhão como dois personagens. Essa obra foi feita em um momento pandêmico. Quando ainda estava gravando, mandei mensagens e dei uma chorada: 'Poxa, o personagem saiu da novela na primeira versão porque o meu pai precisava gravar a novela A História de Ana Raio e Zé Trovão, mas eu não preciso. Não dá para mudar?'. Mas é uma obra fechada. Como disse anteriormente, não posso gastar energia com o que não posso mudar. Mas recebi uma avalanche de amor, ouvi muitas pessoas pedindo a volta dele", ressaltou.

A respeito do assédio dos fãs, o ator disse que sua mulher ficou muito feliz. "Esse carinho não é trabalho só meu. É fruto de um sonho nosso. Estamos 16 anos juntos e temos a empresa há 11 anos. Quanto mais reverberação, mais ela fica feliz. Estamos trabalhando muito. Não temos tempo para perder. Onde a gente passa, deixamos um rastro de muita alegria e amor", contou.

Ele falou também da união do elenco, que, segundo ele, foi um dos pontos mais positivos e raros. O ator e cantor descreveu que o grupo tem um líder, que não gosta de ser visto assim, o ator Marcos Palmeira, assim como Dira Paes, que passa conforto e aconchego.

Gabriel diz sentir muitas saudades de José Loreto, Guito, Camila Morgado, Juliano Cazarré e do Irandhir Santos, que ele citou como uma pessoa rara e uma das figuras mais talentosas e generosas que ele conhece.

"Tenho muito carinho por ele e amizade. Meu pai sempre me ensinou a receber bem as pessoas que estão fora de casa e tentamos fazer isso para que eles se sentissem em casa. Nos domingos de folga, todos iam para a fazenda tomar banhos de rio. Esses momentos são inesquecíveis, além das rodas de viola nos almoços. Esse grupo de amigos que a gente criou vai ficar para a vida toda", contou.

Na entrevista, o filho de Almir, que viveu Trindade na primeira versão de "Pantanal", falou da vontade de interpretar o personagem novamente. "Fiquei com um sonho de fazer um spin off do Trindade. Muita gente curtiu essa ideia. Teria muito repertório se a Globo decidisse adentrar esse universo sobrenatural do personagem", destacou.