Como Margot Robbie se tornou um dos maiores nomes de Hollywood?
Nos cinemas com "Amsterdam", novo longa-metragem de David O. Russell ('Joy: O Nome do Sucesso', 'Trapaça'), Margot Robbie praticamente não descansa entre um projeto e outro.
A australiana de 32 anos ganhou destaque mundial com o papel de Arlequina em "Esquadrão Suicida" (2016), mas ela prefere usar sua carreira para alavancar outros projetos.
Robbie começou a atuar em produções independentes nos anos 2000, ainda na Austrália.
Quando se mudou para os Estados Unidos, foi direto para a TV, e seu primeiro grande papel norte-americano foi em "Pan Am", série dramática que durou uma temporada entre 2011 e 2012, no canal ABC.
Em seguida, deu um salto ao ser escalada para atuar ao lado de Leonardo DiCaprio e Jonah Hill em "O Lobo de Wall Street".
O filme lhe concedeu proeminência para que fosse cotada para outros de grande e médio porte, e ela atuou em "Z for Zachariah" (2015) e "A Lenda de Tarzan" (2016) antes de aparecer como Arlequina em "Esquadrão Suicida" — um filme que recebeu críticas negativas em massa, tanto de fãs quanto de críticos, mas que teve na 'Palhaça do Crime' talvez seu único acerto.
Foi nesse momento que Robbie realmente mostrou estar em busca de algo diferente em Hollywood.
Em 2014, Margot havia fundado a sua própria produtora de filmes e séries ao lado do então namorado (e atual marido), o também produtor Tom Ackerley, e mais dois amigos. A ideia para a LuckyChap Entertainment havia surgido em 2013 e, desde então, a companhia buscou histórias que tivessem um viés feminista ou que viabilizassem vozes com minoria de representação.
O investimento na produtora, no entanto, tem um fundamento um pouco mais pessoal: o objetivo de Robbie era conquistar um sonho antigo de ganhar maior controle criativo sobre suas obras e personagens.
"Sinto que já estou nessa indústria há tempo o suficiente vendo outras pessoas tomando essas decisões", afirmou em entrevista à revista Vogue australiana, em 2018.
"Eu tive experiências o bastante para ter uma opinião como: 'Na verdade, eu não faria dessa forma, acho que eles deveriam fazer algo diferente'. Agora, posso ser uma das pessoas dizendo que deveríamos fazer algo de uma forma diferente. É bom ter essa oportunidade, porque é satisfatório ser parte de alguma coisa e assumir o controle da minha carreira."
Desde então, a companhia já viabilizou filmes como "Eu, Tonya" (2017), "Terminal" (2018) e "Bela Vingança" (2020) — além das séries "Dollface", "Maid" e "Mike: Além de Tyson". No início, Robbie era a grande protagonista de todos os projetos — e, inclusive, os filmes "Aves de Rapina" e "Barbie" têm a LuckyChap como uma das produtoras —, justamente por ser o maior nome entre a diretoria.
"O objetivo seria eventualmente ser uma companhia produtora com um corpo estabelecido e variado de trabalho, com aclamação da crítica e prestígio", contou, sobre planos eventuais para o futuro. "Não é para ser a 'companhia da Margot Robbie', porque não é, é a companhia de todo mundo. Queremos nos distanciar disso."
Iniciativas para o futuro
Em 2019, Robbie criou uma iniciativa junto à roteirista Christina Hodson, com quem trabalhou em "Aves de Rapina", e as duas lançaram um programa para viabilizar mulheres com vontade de seguir a carreira de roteiristas.
"Eu me considero [uma feminista], mas há alguns anos eu quase tinha medo de dizer que eu era porque isso tinha muitas conotações negativas", explicou.
"Se você é feminista, você odeia homens. Ouço muitos TED Talks sobre a nova onda do feminismo, e não é sobre odiar homens. Minha definição favorita do feminismo é ser qualquer pessoa que acredita em igualdade de gênero sob as óticas social, emocional e financeira."
Naquele ano, a iniciativa selecionou seis mulheres para participarem de um programa de quatro semanas para desenvolverem os seus roteiros e os transformarem em ideias prontas para estúdios. O objetivo seria dar a elas a exposição necessária para se tornarem grandes nomes da indústria.
Desde então, todos os projetos criados pelas roteiristas foram vendidos para grandes distribuidoras e algumas das participantes já foram empregadas em salas de roteiros de séries de TV aberta.
"Eu só queria dizer para os mais jovens que o sucesso não está longe. Eu não conhecia ninguém na indústria, pode acontecer. Queria fazer alguma coisa para dizer para os mais novos que é preciso trabalhar duro, mas que vale a pena."
Hoje, Robbie pode até ser o rosto fortemente associado ao de uma personagem de quadrinhos, mas suas duas indicações ao Oscar (por "Eu, Tonya" e "O Escândalo") e a quantidade de projetos aos quais se associa mostram que ela ainda tem muito a mostrar.
Entre seus próximos lançamentos depois de "Amsterdam" estão os filmes "Babilônia", do diretor Damien Chazelle ("La La Land"), "Asteroid City", de Wes Anderson ("O Grande Hotel Budapeste") e um reboot da franquia "Onde Homens e um Segredo" — além, é claro, do live-action de "Barbie" da diretora Greta Gerwig.
"Margot, como pessoa, tem essa coisa bem australiana de ser impetuosa, ousada e sedenta, que ela consegue canalizar e entregar resultados muito divertidos", declarou o diretor Damien Chazelle para a revista Vanity Fair.
Em "Amsterdam", filme que se passa na década de 1930, Margot interpreta uma mulher que testemunha um assassinato junto a dois amigos (interpretados por Christian Bale e John David Washington). Os três são acusados pelo crime e, por acaso, acabam descobrindo um dos planos mais perigosos da história estadunidense.
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