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Zumbis e canibalismo: o que o documentário revela sobre Jeffrey Dahmer

Assassino e canibal, Jeffrey Dahmer é tema de documentário "Conversando com um Serial Killer" - Divulgação/Netflix
Assassino e canibal, Jeffrey Dahmer é tema de documentário 'Conversando com um Serial Killer' Imagem: Divulgação/Netflix

De Splash, em São Paulo

13/10/2022 04h00

Para a Netflix, séries sobre serial killers nunca são demais. Por isso, depois do sucesso de "Dahmer: Um Canibal Americano", a plataforma de streaming resolveu continuar a onda de obsessão com o assassino, e lançou uma série documental que reúne informações inéditas sobre Jeffrey Dahmer.

Trata-se do terceiro volume do documentário "Conversando com um Serial Killer", intitulado "O Canibal de Milwaukee". Em três episódios, o diretor Joe Berlinger revela áudios de entrevistas inéditas e conversas entre Dahmer e seus advogados, analisando a mente do assassino e a responsabilidade da polícia sobre ele ter evitado suspeitas por tanto tempo enquanto buscava vítimas na cena gay de Wisconsin.

A nova série, do mesmo diretor dos documentários sobre Ted Bundy e o Palhaço Assassino, conta como Dahmer foi morto na prisão, qual a relação que ele tinha com a advogada de defesa e por que ele comia parte do corpo de suas vítimas.

Experimentos com zumbis

Dahmer alegou que suas fantasias sexuais o controlavam, e que ele queria que suas vítimas ficassem completamente sob seu controle. Ele contou ainda que não gostava de matar, mas que cometia os crimes em busca de um objetivo maior.

Em busca deste controle total que tanto almejava, Jeffrey revelou que tentou fazer experimentos para que as vítimas o obedecessem cegamente, sem a consciência do que estavam fazendo.

Ou seja: basicamente, Jeffrey Dahmer tentou criar uma espécie de "zumbis".

Dahmer - Reprodução/NBC - Reprodução/NBC
Jeffrey Dahmer concedeu entrevista ao jornalista Stone Phillips em 1994; material foi base para o ator Evan Peters
Imagem: Reprodução/NBC

Para isso, ele furava um buraco no lobo frontal do cérebro de suas vítimas, com o auxílio de uma furadeira. Em seguida, preenchia a região com ácido clorídrico. Ele afirmou que o experimento parecia funcionar a princípio, mas as vítimas logo morriam.

Hábitos canibais

Por que Jeffrey Dahmer comia algumas de suas vítimas? Em uma entrevista, Jeffrey contou que o canibalismo fazia com que ele sentisse como se as vítimas fossem "parte permanente dele".

Para a jornalista e produtora Nancy Glass, que entrevistou Dahmer em 1993, ele comia pessoas por ser incrivelmente solitário.

"Ele disse que ele escolheu comer [as vítimas] porque ele queria que elas fossem parte dele", declarou a produtora a um programa de rádio australiano. "Ele era extremamente solitário, e tinha vergonha de ser gay."

Segundo ela, Dahmer tinha problemas de relacionamento e de conexão humana, em parte devido à relação com a mãe, que o mantinha distante de outras pessoas.

A conexão com a advogada de defesa

Jeffrey Dahmer ao lado de Wendy Patrickus no julgamento - Divulgação/Netflix - Divulgação/Netflix
Jeffrey Dahmer ao lado de Wendy Patrickus no julgamento
Imagem: Divulgação/Netflix

A procuradora Wendy Patrickus tinha apenas 25 anos quando foi designada para defender Jeffrey Dahmer no tribual, e suas declarações e entrevistas presentes no documentário revelam o quanto ela estava nervosa com a situação — comparando-se à personagem Clarice Starling, de "O Silêncio dos Inocentes", vivida por Jodie Foster no filme de 1991.

Para conseguir fazer progresso e dialogar com o serial killer, ela sentiu precisar criar um ambiente que fosse confortável para ele, e evitar demonstrar qualquer tipo de julgamento.

Eventualmente, ela acabou criando uma conexão com o rapaz ao longo dos meses que passou conversando com ele e ouvindo os relatos detalhados de seus crimes. Ela observou que também ficou preocupada com o bem-estar dele na prisão.

"Você não consegue evitar se aproximar de alguém quando passa tantos dias, semanas e meses com uma pessoa."

Dahmer morreu como sua primeira vítima

Dahmer cometeu seu primeiro assassinato em 1978, quando tinha 18 anos. Na ocasião, ele atraiu um caroneiro chamado Steven Mark Hicks para sua casa com a desculpa de oferecer bebidas, e eventualmente matou o rapaz usando um haltere de metal, usado para praticar exercícios físicos, de aproximadamente 4,5kg.

Em novembro de 1994, quando Dahmer foi morto na prisão, Christopher J. Scarver cometeu o crime de maneira similar. Dahmer estava limpando a academia, e foi morto com golpes de uma barra de metal, na cabeça e no rosto.

"Conversando com um Serial Killer: O Canibal de Milwaukee" já está disponível na Netflix.