Polícia Civil pede nova prisão de José Dumont: 'Risco para crianças'
Três dias após a Justiça determinar a soltura do ator José Dumont, de 72 anos, a DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima) entrou com novo pedido de prisão preventiva, desta vez pelo crime de estupro de vulnerável.
O pedido da prisão foi representado na sexta-feira, 14.
"O pedido nesse momento se deve ao avanço das investigações, que reuniu evidências para comprovar o estupro de vulnerável. Este foi o fato que motivou as primeiras apurações envolvendo o ator, mas, na época, a equipe da delegacia só obteve um mandado de busca e apreensão para a residência", informa a Polícia Civil em nota enviada a Splash.
A DCAV aguarda agora o deferimento do pedido pela 33ª Vara Criminal, para que o mandado de prisão possa ser cumprido, evitando, assim, que o autor represente risco para outras crianças e adolescentes. Polícia Civil do Rio de Janeiro
O ator foi preso em flagrante no dia 15 de setembro por policiais civis da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), pelo crime de armazenamento de imagens de sexo envolvendo crianças. Na audiência de custódia, a prisão em flagrante de Dumont foi convertida em prisão preventiva.
No último dia 12 ele foi solto e passou a ser monitorado com tornozeleira eletrônica.
"A prisão preventiva foi afastada porque o ator está sendo processado pelo crime do art. 241-B do ECA (armazenamento de imagens de cenas pornográficas). De acordo com o Código de Processo Penal, não cabe prisão preventiva nessa situação. No entanto, ele terá de cumprir medidas cautelares alternativas, como monitoração eletrônica", informou o TJRJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) em nota enviada a Splash.
Prisão em flagrante em meio a uma investigação de estupro de adolescente
O inquérito foi aberto após câmeras de segurança flagrarem o artista beijando e aliciando um menino de 12 anos.
Segundo o delegado Marcello Braga Maia, da DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), Dumont "atraiu a atenção de um adolescente de 12 anos, que era fã do investigado, e desenvolveu um relacionamento próximo oferecendo ajuda financeira e presentes, valendo-se da vulnerabilidade financeira da vítima, para a partir daí fazer investidas com beijos na boca e carícias íntimas que acabaram sendo captadas por câmeras de vigilância".
Diante das imagens, a Justiça autorizou o pedido de mandado de busca e apreensão contra o ator. Os agentes, ao analisarem o computador e o celular do artista, encontraram cerca de 240 arquivos, entre imagens e vídeos, de pornografia infantil.
No dia 24 de setembro, a juíza Gisele Guida de Faria aceitou a denúncia do Ministério Público contra José Dumont. A magistrada afirmou que, apesar de Dumont ter alegado fins profissionais na posse do material, uma pesquisa para um trabalho, relatório policial aponta a possibilidade de parte dos materiais ter sido produzida pela câmera apreendida.
Na mesma operação, foi localizada uma transferência bancária para o adolescente de 12 anos com quem o artista é acusado de ter violentado.
Após a prisão de José Dumont, o MPPB retomou outra investigação por estupro de vulnerável
A denúncia de que ele recebia menores de idade em seu apartamento foi feita por uma vizinha do ator ao MPF (Ministério Público Federal) em 2013. Segundo o MPPB (Ministério Público da Paraíba), na época, a Promotoria de Justiça tomou as medidas necessárias, requisitando a abertura do inquérito, mas na investigação não foram achados elementos suficientes para denunciar Dumont à Justiça.
Com a prisão do ator, o Ministério Público vai retomar a investigação e fazer oitiva das supostas vítimas, já que a falta de identificação e localização dos menores de idade foi um dos motivos que inviabilizou a denúncia na ocasião. A polícia paraibana deve interrogar Dumont à distância.
Segundo apurou Splash, o crime teria acontecido em 2009, na cidade de Cabedelo, onde José Dumont tinha um apartamento. Uma testemunha diz ter visto o ator acariciando "as pernas e o rosto da criança". No depoimento, ela também afirma "que as crianças que costumavam frequentar o apartamento do ator eram pobres; que ouviu comentários das crianças de prática de sexo anal, porém nunca chegou a ver tal prática".
Outra testemunha relata que "presenciou uma criança baixando o short e o ator ficou olhando para ela, que a criança levantou a roupa e José Dumont o abraçou e acariciou as partes íntimas desta criança; que o ator costumava jogar bola com os meninos e sempre dava um jeito de acariciar os órgãos genitais das crianças e ficava olhando para ver se tinha alguém observando".
O que diz o ator?
Splash ainda não conseguiu contato com a defesa de José Dumont desde a prisão. O espaço segue aberto para manifestação.
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