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'Tropa de Elite é sobre milícias e Bolsonaro', diz cineasta José Padilha

José Padilha afirma que campanha de Bolsonaro usou de forma ilegal falas de "Tropa de Elite 2" - Reprodução/Instagram
José Padilha afirma que campanha de Bolsonaro usou de forma ilegal falas de "Tropa de Elite 2" Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para Splash, no Rio de Janeiro

22/10/2022 19h31

O cineasta de "Tropa de Elite 2", José Padilha, afirmou que o filme, sucesso do cinema brasileiro, retrata as milícias e o presidente Jair Bolsonaro (PL). O diretor se pronunciou após a campanha do atual chefe do Executivo usar trechos da produção para peças contra o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

"A campanha de Bolsonaro tem usado o filme 'Tropa de Elite 2' sistematicamente. Eles retiram do filme uma narração sobre o sistema e sobrepõem com imagens do Lula em sua campanha", começou ele.

De acordo com o cineasta, a inserção de falas do filme foi colocada de forma ilegal, já que ele e nem o produtor Marcos Prado autorizaram a campanha de Bolsonaro a utilizar qualquer parte do longa-metragem.

"Fazem isso de forma ilegal, posto que eu não autorizei e nem o Marcos Prado autorizou tal uso. Quero lembrar ao público que o 'Tropa de Elite 2' é um filme sobre milícias. Sobre político eleitos com o apoio de policiais corruptos e violentos que controlam comunidades no Rio de Janeiro de forma fascista", disse.

Em seguida, Padilha destacou que a trama do filme faz referência à trajetória política de Bolsonaro e não de Lula. "Se o filme 'Tropa de Elite 2' e o sistema ao qual me refiro no filme se aplicam a algum político nessa eleição presidencial, evidentemente esse político é o Bolsonaro, e não o Lula".

No vídeo, divulgado pela campanha de Bolsonaro no fim do mês passado, a fala de Wagner Moura, que interpreta o capitão Nascimento, serve como narração para cenas do encontro de Lula com Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB), Cristovam Buarque (Cidadania), Guilherme Boulos (PSOL), Geraldo Alckmin (PSB) e Fernando Haddad (PT).

Errata: este conteúdo foi atualizado
Constava numa versão anterior deste texto que Geraldo Alckmin é filiado ao PSDB. Na verdade, o partido do candidato à vice-presidência é o PSB. A informação foi corrigida.