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Apresentador russo é demitido após falar em queimar crianças ucranianas

Apresentador Anton Krasovsky foi demitido após falas contra crianças ucranianas; governo da Ucrânia afirmou que o levará à Justiça - Reprodução de vídeo
Apresentador Anton Krasovsky foi demitido após falas contra crianças ucranianas; governo da Ucrânia afirmou que o levará à Justiça Imagem: Reprodução de vídeo

Do UOL, em São Paulo

24/10/2022 10h35Atualizada em 24/10/2022 10h35

Um apresentador da rede de televisão RT, na Rússia, foi demitido após proferir uma série de falas desumanas contra crianças ucranianas em seu programa.

Anton Krasovsky, que apresenta um programa de entrevistas no domingo de manhã, conversava com o autor russo Sergei Lukyanenko quando fez as primeiras menções a "afogar" crianças da Ucrânia, invadida por Vladimir Putin.

Segundo o jornal britânico The Telegraph, o apresentador fez uma mímica mostrando como seguraria uma criança pelo pescoço e a afogaria em um rio. "Só afogue essas crianças, afogue-as no rio Tysa", afirmou.

As falas foram ditas após Lukyanenko lembrar de uma viagem à Ucrânia na época da União Soviética e recordar das crianças, que culpavam russos pela "ocupação" do país, mas falavam o idioma do país vizinho.

"Enfiem elas dentro das cabanas e as queimem vivas. Nós vamos atirar nelas", afirmou o apresentador em outro momento.

As declarações geraram comoção internacional. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, divulgou imagens da entrevista nas redes sociais para criticar a empresa de comunicação estatal.

"Governos que ainda não baniram a RT precisam assistir a esse trecho. É isso que você apoia se você permite que a RT ainda opere em seus países. Há uma incitação genocida agressiva", afirmou o ministro, ressaltando que "levaria o apresentador a julgamento".

A demissão do apresentador foi anunciada em um comunicado publicado pela chefe da RT, Margarita Simonyan. A representante considerou as falas como "selvagens e repugnantes".

"Talvez Anton explique qual tipo de insanidade temporária causou essas falas. É difícil acreditar que ele realmente achava que as crianças deveriam ser afogadas", afirmou.