Luciano Szafir lembra o dia em que 'morreu': 'Eu vi meu coração parar'

Por muito pouco, Luciano Szafir não se juntou ao trágico contingente de mortos pela covid-19 no Brasil. Em junho de 2021, o ator, modelo e apresentador foi internado e intubado. "Não conseguia respirar, não conseguia dar dois passos", lembrou Szafir no "OtaLab" desta semana.

Suas chances de sobrevivência eram de apenas 15 por cento. No programa do UOL, o ator fez um relato dramático de sua luta pela vida."Meu intestino rompeu, inflamou tudo, nunca senti tanta dor na vida. Tiveram que me dar anestesia para cavalo, porque eu não conseguia apagar", contou.

O pior momento, porém, foi quando Szafir "viu" seu coração parar. "Acordei cercado por quatro médicos e senti uma dor no peito. Olhei no monitor e vi que meus batimentos estavam em 180."

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Fiquei olhando: 180, 185, 190, 195, 200, 202... De repente, o monitor fez 'piiiiii' - e eu vi aquela linha reta: meu coração parou. Eu vi. E aí pensei: 'acabou, vai apagar a luz'.

Szafir explicou que os médicos fizeram um procedimento de indução para reduzir seus batimentos. Deu certo. "De repente, ouvi um outro 'piiii'. Voltei. Foi um procedimento arriscado. Muitas vezes o paciente não volta. Mas eu voltei", agradeceu o ator, ainda impactado pelo que presenciou há mais de um ano:

Foi o pior momento, porque eu estava lúcido. Senti o coração parar de bater e o sangue de correr nas veias. Essa foi a sensação.

Colostomia: 'Graças a esta bolsa estou vivo'

Luciano Szafir escapou de ser uma das quase 700 mil vítimas do coronavirus no Brasil. Mas não das sequelas da covid grave, que ainda hoje afeta milhares de pessoas.

No papo com Otaviano Costa, o ator contou como foi viver por dez meses com uma bolsa de colostomia, uma das consequências que o vírus deixou em seu organismo.

A bolsa é um aparelho médico utilizado por pessoas que sofrem cirurgias no intestino. "Eu nunca tinha visto uma bolsa de colostomia na vida, e comecei a falar com os estomizados pela internet", contou.

Logo, Szafir percebeu que muitos portadores da bolsa não possuem autoestima. "Recebi mais de 20 mensagens de pessoas que não conseguiam se relacionar por vergonha da bolsa", lamentou. O ator, então, fez questão de desfilar com sua bolsa à mostra, para desmistificar seu uso.

É um problema, é complicado, mas você continua vivendo. Para mim, passou a ser um troféu. Graças a esta bolsa eu estou vivo.

O resultado da iniciativa foi positivo, ele acredita. "Repercutiu até fora do Brasil. Veio gente da Europa me entrevistar", disse.

Soco de Naomi Campbell, medo de Mike Tyson

Na entrevista para o "OtaLab", Luciano Szafir recordou sua conturbada estreia nas passarelas de moda. E foi uma entrada em grande estilo: em Paris, ao lado da temperamental top model Naomi Campbell.

Ou deveria ter sido, se não fosse, justamente, a personalidade digamos, complicada, de Naomi.

"Eu estava em Paris para a semana de moda, e ia fazer a campanha publicitária da nova coleção do [estilista] Thierry Mugler. E a Naomi participaria do desfile com um ator francês, que se atrasou", recordou.

Para resolver o problema, o estilista decidiu que Szafir - que, apesar de modelo, nunca havia desfilado - entraria na passarela com Naomi. Ela torceu o nariz para o "novato". "Eu vou ter que desfilar com esse cara?". Mugler não quis saber:

Ele me mandou segurar na mão dela, mas ela me deu uma cotovelada no peito! E saiu andando. E eu fiquei parado na passarela, pensando: 'meu Deus, e agora?'

Na volta, Szafir mostrou a língua para a top esquentada, que ainda tentou dar um soco nele. "E o pior nem foi isso", disse o ator.

Na época havia rumores de que ela estava saindo com o Mike Tyson, e ele estava na primeira fila! Só faltava eu apanhar também do Mike Tyson. Quando acabou o desfile eu saí correndo.

'Já encontrei 3 meninas dormindo no armário do hotel'

A carreira como ator, modelo e apresentador de TV já levou Luciano Szafir a enfrentar algumas saias justas na carreira. "Entre 30 e 40 anos era muito difícil andar na rua. O assédio era muito grande", contou.

No programa do UOL, o ator recordou uma desses episódios. "Naquela época a gente viajava de segunda a segunda com o teatro. Cheguei duas horas da manhã no hotel, larguei as malas no chão do quarto e dormi." O susto veio pela manhã:

Acordei às 7h e fui pendurar minhas roupas no armário. Quando abri a porta, encontrei três meninas dormindo lá dentro!

OtaLab

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