'Pânico de morrer e deixar minha filha', disse Susana Naspolini em 2019
Em entrevista ao "Encontro" (TV Globo) em julho de 2019, a repórter Susana Naspolini falou do enfrentamento ao câncer e disse que receber o diagnóstico após o nascimento da filha a deixou "em pânico".
A jornalista morreu ontem, aos 49 anos, vítima da doença.
"Quando eu já tinha a Julia, foi aí que me deu mais pânico, de morrer e deixar minha filha, né? No momento da notícia, é devastador, é humano. Não tem como, a gente quer viver, a gente quer viver muito", disse Susana na entrevista, reexibida no programa de hoje.
"Então claro que um diagnóstico que coloque em risco a sua vida, ninguém vai receber e comemorar. Longe disso", continuou.
Mas, para Susana, a doença era um fato com o qual não adiantava se revoltar.
Não adianta brigar com isso, ficar revoltada. 'Por que eu, por que acontecer comigo, o que eu fiz para merecer isso?'
"Não fiz nada, é da vida. A gente fica doente. As pessoas ficam. Tem tantas doenças, tantas coisas. Acontece. Então a partir desse fato que a gente tem, que não tem o que fazer, que tá ali acontecendo, o que eu posso fazer daqui para frente para viver isso de uma forma melhor? ... Para transformar isso numa coisa boa para mim?", disse a repórter.
Lutas contra o câncer
Depois de enfrentar o câncer pela primeira vez em 1991, Susana voltou a lutar contra a doença dezenove anos depois, em 2010, aos 37. Ela descobriu um micronódulo no seio, um câncer de mama, e após a radioterapia, fez mastectomia total no seio direito. Durante o tratamento, descobriu também um tumor na tireoide.
Em 2016, voltou a enfrentar o câncer de mama e passou cerca de seis meses longe da televisão. No final do ano, voltou a comandar o "RJ Móvel" com direito a festa com flores e bolo nas ruas de Campo Grande, zona oeste do Rio, além de homenagens de colegas e telespectadores.
Em 2020, Susana foi diagnosticada com câncer na bacia. A jornalista buscava manter os seguidores atualizados sobre o tratamento, sempre com um sorriso largo, e afirmou que era confortada pela respostas das pessoas que a acompanhavam.
"Acho que a vida ganha mais sentido quando a gente compartilha das histórias felizes às mais difíceis. Quando descobri o diagnóstico e fui para o Instagram contar, recebi tanto carinho que me deu uma injeção de ânimo. Isso faz muita diferença no meu estado de espírito. As histórias vão te estimulando a melhorar", contou, em entrevista a Universa, em abril deste ano.
Em julho de 2022, a doença se espalhou para a medula óssea, exigindo uma quimioterapia mais forte, venosa. No mês seguinte, ela publicou um vídeo em que raspava os cabelos com a ajuda da filha.
Em setembro, Susana passou oito dias internada para tratar uma infecção e imunidade baixa. Ela comemorou a alta com uma publicação ao lado dos profissionais de saúde nas redes sociais.
Em outubro, Julia, filha da jornalista, informou que a metástase se espalhou por vários outros órgãos, comprometendo o fígado e deixando a jornalista em estado gravíssimo.
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