'Brasil vai derramar sangue', homofobia e mais: as polêmicas de Cássia Kis
A atriz Cássia Kis, de 64 anos, voltou a polemizar ao fazer um discurso homofóbico. A artista criticou as relações envolvendo gays e lésbicas sob alegação de defesa por estarem "destruindo a família".
Apoiadora do presidente Jair Bolsonaro (PL), Cássia afirmou, em uma live realizada com a jornalista Leda Nagle, que as "famílias tradicionais" estão ameaçadas pela existência da "ideologia de gênero".
Sem apresentar provas, ela relatou que escolas possuem um "beijódromo" para as crianças se relacionarem.
"Não existe mais o homem e a mulher, mas a mulher com mulher e homem com homem, essa ideologia de gênero que já está nas escolas. Eu recebo as imagens inacreditáveis de crianças de 6, 7 anos se beijando. Duas meninas dentro de uma escola se beijando, onde há um espaço chamado beijódromo", disse a atriz.
O que está por trás disso? Destruir a família. Destruir a vida humana? Porque onde eu saiba homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer? Cássia Kis
Ao que tudo indica, a atriz está se referindo a uma fake news que mostra duas meninas supostamente se beijando na Paraíba. A informação foi checada pela Agência Lupa e não é verdadeira.
Segundo a checagem, a imagem registra uma gincana pedagógica que consistia em mostrar a afetividade nas convivências sociais.
Após participarem de uma roda de conversa sobre a importância de não machucar os colegas com beliscões, puxões de cabelo e mordidas, os alunos retiravam um pirulito de um cartaz e entregavam a outro estudante com alguma demonstração de afeto.
Essa não é a primeira vez que a artista vira assunto por falas controversas. Splash reuniu outras declarações polêmicas de Cássia Kis, confira:
Pandemia "foi maravilhosa"
Ainda na transmissão ao vivo com Leda Nagle, ela destacou que a "pandemia foi maravilhosa" por ter a ajudado a se descobrir uma pessoa conservadora.
"Eu estou com a vida cheia de Deus muito recente. Essa pandemia foi maravilhosa para mim, ela me trouxe a verdade. Primeiro, eu conheci o Brasil Paralelo e fiquei assustada porque eram de direita e não que eu fosse de esquerda, porque eu já tinha me divorciado da esquerda lá atrás, em 2014. Ouvi falar do Olavo de Carvalho e saí fora do negócio", contou.
Depois, uma coisa vai levando a outra, eu comecei a ouvir um padre de Cuiabá e nem sei te dizer o que aconteceu comigo, mas eu estava dentro de casa com dois filhos só trabalhando muito, cozinhando e arrumando minha casa gigante. 2 horas da manhã eu tava limpando cozinha e lavando louça, mas sempre ouvindo alguma coisa e quase sempre o padre... Então, uma coisa sendo amarrada na outra. Eu voltei pro Brasil Paralelo e quando eu vi estava descobrindo a direita, eu tava descobrindo que era conservadora e a verdade. É tudo junto.
Cássia Kis
Profecia de que o "Brasil vai derramar sangue"
Em coletiva de imprensa durante o lançamento de "Travessia" (TV Globo), a atriz citou repentinamente uma profecia que seria de Nossa Senhora sobre o futuro do Brasil.
O país tem mostrado a sua mudança, não vê quem não quer. Existe uma profecia de Nossa Senhora de que o Brasil vai derramar sangue
Cássia Kis
Os católicos acreditam que Nossa Senhora revelou uma profecia a três crianças portuguesas no início do século 20. Citada pela atriz global, a visão seria sobre o inferno, com um "grande mar de fogo" debaixo da terra.
Convite para vigília católica que virou arma bolsonarista
Ao final de agosto, Cássia convocou os brasileiros para um "7 de setembro religioso".
"Rezaremos o Santo Rosário para que Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rainha, padroeira do Brasil, mais uma vez tome as rédeas da nossa história. E nos livre dos males que ameaçam o Brasil", disse em vídeo publicado no YouTube.
Graças aos nossos antepassados nos tornamos um país católico de dimensões continentais. Os desafios foram muitos. Mesmo nos momentos mais críticos da nossa história, foi possível perceber como Maria Santíssima, nosso senhor, sempre escutaram as preces do povo brasileiro. Cássia Kis
O vídeo acabou se tornando material bolsonarista, já que o candidato à reeleição pelo PL participou de um grande ato em Brasília no Dia da Independência.
Porém, para a Folha de S. Paulo, a atriz disse que não autorizou o uso político do vídeo. Ela teria solicitado ainda que o ex-secretário de Cultura Mário Frias (PL) apagasse o vídeo após ele compartilhá-lo incluindo sua identificação numérica das eleições.
"Bolsonaro tinha que levar uma surra"
Apesar de hoje apoiar o presidente, em 2020, Cássia disse que Bolsonaro deveria "levar uma surra de cinto da mãe" por conta de suas atitudes durante a pandemia.
Em entrevista à revista Veja, a artista declarou que estava muito triste durante o período de isolamento social causado pelo coronavírus. Segundo ela, o comportamento do Presidente da República era de um "homem infantil que não amadureceu".
Choro todos os dias e às vezes tenho a sensação de que estou testemunhando o fim do mundo, porque não dá para viver em paz sabendo que tem gente sem ter o que comer, sem acesso à saúde... Os absurdos que ele diz são coisas de criança, de homem mimado. O Bolsonaro tinha que levar uma surra de cinto da mãe dele.
Cássia Kis
Ela também disse que Bolsonaro tinha uma atitude negacionista contra a saúde pública por ir contra as orientações do ministro da saúde da época, Henrique Mandetta.
"Quando eu via o Mandetta falando, até pensava: 'O Brasil vai sair bem dessa história'. Tinha um comando ali, ele sabia o que fazia. Lidava com a ciência. Aí vem o Bolsonaro, filhinho da mamãe, birrento, querendo mostrar que ele é que manda. É inacreditável".
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