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Criador de 'Dahmer' diz que contatou famílias de vítimas: 'Não responderam'

Dahmer: Um Canibal Americano - Reprodução/Instagram
Dahmer: Um Canibal Americano Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

28/10/2022 11h13Atualizada em 28/10/2022 11h17

Ryan Murphy, criador e diretor de "Dahmer: Um Canibal Americano" (Netflix), contrariou relatos das famílias das vítimas de Jeffrey Dahmer. Ele afirmou que a produção da série entrou em contato com parentes dos assassinados, sem sucesso.

Murphy falou sobre o assunto ontem, durante um evento sobre a atração em um cinema em Los Angeles, nos Estados Unidos.

"É algo que pesquisamos por muito tempo. E nós, ao longo desses três anos, três anos e meio, enquanto estávamos escrevendo a série, trabalhando nela, procuramos cerca de 20 famílias e amigos de vítimas tentando conseguir uma opinião, tentando falar com as pessoas, e ninguém respondeu durante aquele processo", contou.

"Então, nós nos apoiamos muito no nosso grupo de pesquisadores que... Eu nem sei como eles encontraram muitas dessas coisas. Mas era um esforço nosso, dia e noite, para revelar a verdade dessas pessoas", continuou.

Paris Barclay, que dirigiu o sexto e o décimo episódio da série, disse que a intenção do programa era fazer com que as vítimas fossem mais do que uma estatística.

"Nós não estávamos tão interessados em Jeffrey Dahmer, a pessoa, mas o que fez com que ele se tornasse um monstro. [...] Tem a ver com privilégio branco. É racismo sistêmico. É homofobia", avaliou.

Nós queríamos garantir que essas pessoas não fossem apagadas pela história e que elas tenham um lugar onde sejam reconhecidas, que elas foram importantes e que elas viveram vidas completas. Elas vieram de vários lugares diferentes, mas eram pessoas reais. Paris Barclay

Murphy acrescentou ainda que gostaria de apoiar a construção de um memorial das vítimas de Dahmer.

"O que nós pudermos fazer para isso acontecer... Eu ficaria feliz de pagar por esse memorial. [...] Eu acho que deveria ter algo. Estamos tentando entrar em contato com pessoas para conversar sobre isso. Acho que há alguma resistência porque pensam que o local pode atrair pessoas interessadas em homenagear o macabro... Mas acho que algo deveria ser feito", concluiu.