Quando falamos de filmes e séries, não tem coisa melhor do que ser surpreendido positivamente. Seja o marketing, as redes sociais ou até mesmo o preconceito contra integrantes do elenco, são diversos os motivos que nos levam a criar teorias sobre a qualidade de um título.
Somado a essas variáveis, há também de se levar em consideração o histórico da produtora, por exemplo. Se analisarmos a qualidade dos últimos lançamentos da Netflix - em sua esmagadora maioria, ruins -, eram grandes as chances de que "Depois do Universo", o novo filme para o público jovem da plataforma, também deixasse a desejar.
Para a minha grata surpresa, eu estava errada. Este é o melhor filme lançado pela Netflix em 2022.
Com uma trama simples e dramática, o filme acompanha Nina, interpretada por Giulia Be em sua estreia como atriz. A personagem tem lúpus e é obrigada a lidar com as suas consequências: ela entra para a fila do transplante de rim. A triste notícia interrompe seus sonhos de se tornar a pianista principal da Orquestra de São Paulo.
Durante o tratamento no hospital das Clínicas, em São Paulo, a jovem conhece o médico Gabriel, vivido por Henrique Zaga. Os dois começam um romance e, a partir de então, a história se desenrola.
O enredo não traz nada de novo. É apenas uma reciclagem de uma narrativa à qual já estamos acostumados. No entanto, o título é feito com tanto esmero pelo diretor Diego Freitas ("O Segredo de Davi") que prova que não é preciso inovar para se contar uma história boa e envolvente.
Aqueles mais fãs de filmes dramáticos, verão referências a inúmeros títulos conhecidos, como "A Culpa é Das Estrelas" e "Nasce Uma Estrela". Porém, "Depois do Universo" consegue ir além da temática espacial e desenvolve uma marca própria, mesmo bebendo de outras fontes.
A produção da Netflix consegue te manter interessado na narrativa do casal, ao mesmo tempo em que você se vê preocupado com o futuro dos dois. Este mérito vai além do roteiro e direção, é também uma habilidade que os protagonistas exercem com muito sucesso.
Em "Depois do Universo", Giulia Be mostra que é uma potência como artista e prova a todos que duvidaram que ela pode e consegue ir além de apenas cantora. O filme torna a agora atriz quase que uma Lady Gaga brasileira. Assim como em "Nasce uma Estrela", a personagem tem personalidade, é divertida e faz com o público engaje em suas aventuras e tentativas de se tornar uma pianista de sucesso. Sua atuação é orgânica, dramática no ponto certo e leve. É um prazer assisti-la em tela.
Junto com Giulia, é Henrique Zaga quem brilha. O ator ganhou notoriedade por estar no elenco de "Novos Mutantes", mas é na produção da Netflix que prova ao mundo do que é capaz. Ele protagoniza cenas dramáticas, de romance, engraçadas e sérias com a mesma facilidade.
A química de Zaga e Giulia é algo inquestionável e faz com que quem assiste ao filme suspire de amor pelos dois. Pena que é apenas ficção.
Toda essa história de amor conta com São Paulo como cenário, com cenas no Teatro Municipal, Hospital das Clínicas, Instituto Biológico da Vila Mariana e Estação da Luz.
"Depois do Universo" é um longa sobre amor, doação de órgãos, família, finitude da vida e caridade. São temas clichês, mas quando bem incorporados ao roteiro, consegue levar até o mais duro dos corações às lágrimas.
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