Revelada em ocupação escolar, Ana Frango Elétrico explica nome artístico
Ana Frango Elétrico foi uma das artistas que se apresentaram no Primavera na Cidade, evento promovido pelo Primavera Sound com shows espalhados pela capital paulista. A carioca de 25 anos foi uma das atrações no Cine Joia (Praça Carlos Gomes, 82 - Sé).
A carreira de Ana começou de maneira inusitada. O site "I Hate Flash" contou, em matéria publicada em 2018, que a artista começou a se apresentar em escolas públicas ocupadas por alunos em 2016.
Segundo divulgado pela Agência Brasil na época, os estudantes pediam melhorias no sistema de ensino público e se mobilizaram contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 e a reforma do ensino médio, proposta pela MP (Medida Provisória) 746. As ideias renderiam um investimento menor do governo direcionado à educação.
"Estava tocando em saraus de colégio, mas estava querendo tocar mais as músicas que eu tinha. [...] Fui lá (nas ocupações) ver qual era. A galera tinha falado que a gente podia levar o que tivesse para mostrar, então levei uns quadros, mas estavam rolando shows e eu pedi para tocar", disse a cantora.
O texto dos artistas Gabriel Pardal e Francisco Costa relata a apresentação de Ana no colégio público Amaro Cavalcanti, localizado no bairro das Laranjeiras, zona sul da capital carioca.
Segundo eles, foi apenas a segunda apresentação em que ela utilizou o nome artístico. Em conversa com a revista Trip em 2020, Ana explicou que "Frango Elétrico" é uma variação de Fainguelernt, sobrenome de origem russa.
"Irrita a necessidade de falar o sobrenome dos homens das nossas famílias. Essa foi a maior razão para não usar sobrenome nenhum. [...] São questões patriarcais e de gênero. Meu heterônimo é uma liberdade. Eu me sinto um homem mulher, uma mulher homem. E cada vez mais homem".
'Era fã de Hannah Montana'
Ana prestou vestibular para pintura, mas decidiu seguir como cantora e compositora após o sucesso de seus primeiros shows. "Percebi que a música me emociona, me proporciona encontros incríveis".
"Meus pais têm relações afetivas com música, mas não tocam nenhum instrumento. Desde pequena eles me incentivaram muito a tocar. Estudei, mas na época não gostava. Era uma metodologia rigorosa e eu larguei o piano. Eu curtia pop rock adolescente, era fã da Hannah Montana", lembrou em entrevista à Trip.
O primeiro álbum de Ana Frango Elétrico foi "Mormaço queima", lançado em fevereiro de 2018. Desde então, ela foi escolhida a artista revelação de 2019 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e indicada ao Grammy Latino na categoria "Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa" em 2020.
As apresentações do Primavera na Cidade continuam até hoje. É possível conferir a disponibilidade de ingressos no site oficial do evento.
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