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De fantasia de cisne a tretas em set de filmagens: quem é a cantora Björk?

Bjork em sua polêmica fantasia de cisne - Ron Galella/Ron Galella Collection via Getty Images
Bjork em sua polêmica fantasia de cisne Imagem: Ron Galella/Ron Galella Collection via Getty Images

De Splash, em São Paulo

05/11/2022 04h00

A cantora islandesa Björk, 56, é uma das atrações do dia no Primavera Sound, festival de música que estreia hoje no Brasil. O evento espanhol também conta com shows de Arctic Monkeys, Lorde e Travis Scott durante o fim de semana.

A carreira da artista inuíte — membro de grupo indígena que mora em regiões mais frias, como a Islândia — reúne polêmicas e curiosidades, desde polêmicas nos bastidores até uma atitude inusitada diante dos fãs.

Bjork se apresenta a partir das 18h15 no Palco Primavera, um dos dois palcos do Primavera Sound que terá transmissão ao vivo. Parceiro do festival, o TikTok vai exibir as apresentações dos palcos Primavera e Beck's.

Inspiração para 'As Branquelas'

O famoso vestido de cisne, que aparece em cena do filme de comédia "As Branquelas" (2004), é inspirado na roupa usada por Björk durante a cerimônia do Oscar em 2001.

Ela participou da premiação após ser indicada na categoria "melhor canção original" pela canção "I've Seen It All", presente no filme "Dançando no Escuro" (2000), obra em que também participou como atriz.

Além do vestido do estilista macedônio Marjan Pejoski, ela carregava uma bolsa em formato de ovo e espalhou seis deles, todos em maior formato, durante a passagem pelo tapete vermelho.

A artista sofreu críticas por usar o look na época da premiação. Segundo relato do jornal Page Six, o humorista Joan Rivers disse que Björk "deveria ser internada em um asilo" após a escolha.

Bjork espalhando os ovos no tapete vermelho do Oscar - Getty Images - Getty Images
Bjork espalhando os ovos no tapete vermelho do Oscar
Imagem: Getty Images

Acusação contra diretor

Em 2017, Björk afirmou ter resistido às investidas de um diretor dinamarquês durante a produção de um filme, mas não revelou nomes. Segundo o relato, o profissional criou uma "atmosfera hostil" após a islandesa não ceder ao assédio.

"Dançando no Escuro", dirigido pelo dinamarquês Lars von Trier, foi marcado por divergências entre a atriz e o profissional. "Eu percebi que é uma coisa universal que um diretor possa tocar e assediar suas atrizes à vontade e a instituição do cinema o permite", disse em um trecho da postagem divulgada no Facebook.

Em 2009, a CNN divulgou que, segundo informações de bastidores, Björk demonstrava desprezo e chegou a cuspir no diretor na época em que o filme foi produzido.

Um relato divulgado pela agência France-Presse em 2017 trouxe novas declarações de Björk sobre o caso. "O diretor colocava seus braços em volta de mim por um longo tempo na frente de toda a equipe ou quando estava sozinho, e me acariciava por minutos contra a minha vontade".

A publicação também conta que a artista recebeu "propostas sexuais constrangedoras" durante todo o trabalho, e o assediador tentou entrar em seu quarto contra a sua vontade.

"Não foi este o caso. Mas o fato é que realmente não éramos amigos", disse Lars von Trier ao jornal dinamarquês Jyllands-Posten após as declarações da artista.

A cantora Bjork em cena do filme "Dançando no Escuro" (2000), de Lars Von Trier - Divulgação - Divulgação
A cantora Bjork em cena do filme "Dançando no Escuro" (2000), de Lars Von Trier
Imagem: Divulgação

Sem autógrafos

Segundo uma lista de curiosidades divulgada pela marca Red Bull, Björk não gosta de dar autógrafos. Ela afirma ser tratada como uma pessoa comum na Islândia.

"Lá não tem muito essa história de hierarquia, então nenhuma pessoa é mais importante que a outra. Sendo assim, autógrafo é uma coisa meio boba por lá", contou a artista.

Vingança?

Björk foi tema de uma exposição do Museu de Arte Moderna de Nova York em 2015. Diferentes artistas produziram roupas, esculturas e vídeos para retratar uma retrospectiva da carreira da cantora.

Em entrevista ao Jornal da Globo (TV Globo), o curador, Claus Biesenbach, afirmou que Björk é "a principal artista da geração que surgiu na década de 1990 por inspirar a criatividade dos videomakers, artistas plásticos e designers de moda".

Segundo a matéria, comentava-se nos EUA que a mostra sobre Björk servia como uma "vingança" da artista contra o ex-marido, Matthew Barney. Reconhecido como um importante artista contemporâneo, ele nunca teve uma exposição própria no local.

Os dois terminaram o relacionamento em 2013. Na canção "Black Lake", um dos destaques do trabalho de Björk na mostra, a artista acusa o ex-marido de traição e abandono.

Os dois são pais de Isadora, 20. Segundo o jornal New York Post, Matthew Barney chegou a entrar na Justiça contra a artista pedindo a guarda compartilhada após alegar que a mãe estaria "dificultando os encontros" com a filha.

Bjork em show na Noruega - Santiago Felipe/Redferns for ABA - Santiago Felipe/Redferns for ABA
Bjork em show na Noruega
Imagem: Santiago Felipe/Redferns for ABA