Boa música, filas eternas e árvores: erros e acertos do Primavera Sound
Primavera Sound, festival espanhol, chegou ao Brasil em 2022. Neste final de semana, São Paulo recebeu, no Distrito Anhembi, o final de semana de shows. Com atrações como Travis Scott, Lorde e Arctic Monkeys, o evento trouxe um ar renovado aos festivais brasileiros.
O evento recebeu cerca de 55 mil pessoas por dia, cerca da lotação total do espaço. Mesmo ocorrendo em novembro, o Primavera Sound foi surpreendido por frio em São Paulo. O público assistiu aos shows em uma temperatura inesperada de 14°C.
É comum festivais chegarem com alguns problemas, principalmente quando "importados". Até pegar o jeito, demora. Mesmo assim, é importante notar as falhas para poder melhorá-las - assim como elogiar os acertos. Aqui estão os principais erros e acertos do Primavera Sound em 2022:
O que deu certo
Copo ecológico
Enquanto a maioria dos festivais cobram por um copo retornável, ou o vendem em conjunto com as bebidas, o Primavera Sound fez diferente. Pensando no meio ambiente, a organização deu um copo para todas as pessoas que entraram no festival (algumas ganharam até dois). Esta é uma maneira legal de ajudar a diminuir o lixo que invariavelmente lota caçambas no final de eventos.
Espaço aproveitado
O principal espaço do Distrito Anhembi é o sambódromo de São Paulo. Com o formato alongado, nem sempre ele é o ideal para grandes públicos — por isso, o Primavera Sound soube aproveitar o espaço das arquibancadas. Além de lugar para assistir às apresentações, ainda viraram ponto de descanso.
Infraestrutura de apoio
Um dos erros mais comuns em festivais é subestimar a estrutura de apoio necessária. Banheiros e barracas de comida muitas vezes são insuficientes, e geram longas esperas em fila, além de muvuca. O festival, porém, soube calcular bem a quantidade necessária, e houve apenas filas rápidas.
Curadoria
O mais legal do Primavera Sound foi sair do "mais do mesmo." Em vez de convidar artistas consagrados em diversos festivais, o evento buscou ampliar a gama. Diversos artistas de língua espanhola foram convidados, assim como músicos brasileiros de vários estados, e não apenas do sudeste. O estilo também foi bastante diversificado: do funk de L7NNON até o indie de Lorde.
O que deu errado
Organização e informações
A maior gafe do Primavera foi a organização e informações passadas para os funcionários. No primeiro dia de evento, houve muita dificuldade para entrar no festival, pois faltavam sinalizações nos portões e os trabalhadores não sabiam as informações, tampouco. Em eventos de grande porte, é muito importante ter informações claras de direções para economizar quilômetros de caminhadas do público.
Transmissão de shows
O primeiro dia do Primavera Sound contou com duas surpresas desagradáveis: Björk e Arctic Monkeys cancelaram as transmissões dos shows ao vivo em cima da hora. A produção foi pega desprevenida, e não sabia como encher o espaço vazio do período dos shows. Tentando compensar, reprisaram o show de Liniker duas vezes (fora a transmissão ao vivo durante a tarde).
O cancelamento de transmissão, embora desagradável, poderia ter sido previsto ou acordado previamente. Ou, pelo menos, imaginado, e ter uma alternativa do que mostrar. Prova de que isso é possível foi a melhora incrível no segundo dia: avisaram pela manhã quais shows não seriam transmitidos, encheram a programação com entrevistas e conteúdos programados, e passaram shows que não tinham ido ao ar.
Atenção aos detalhes
Durante a entrada em palco da banda japonesa Chai, o Primavera Sound cometeu uma gafe e colocou o telão de Japanese Breakfast, cuja vocalista é coreana. A apresentação de Japanese Breakfast seria apenas duas horas depois. Nas redes sociais, algumas pessoas questionaram se isso não teve a ver com o fato de ambas serem bandas orientais. Procurada por Splash, a assessoria não comentou o assunto.
Árvores no palco
Algo que incomodou bastante o público foi o posicionamento do palco Beck's, um dos principais do Primavera Sound: atrás de uma linha de árvores bem grandes. Embora a proposta fosse reforçar a ideia de primavera, natureza e ecologia, o que aconteceu foi uma visão bastante prejudicada para o público - que, se não estivesse perto do palco, não o enxergava. Algumas pessoas chegaram a escalar as árvores para ter uma visão das apresentações.
Pulseiras com falhas
As pulseiras do Primavera são "cashless", ou seja, sem dinheiro. Você recarrega ela com uma quantia em créditos, e os usa para consumir dentro do evento. É a única maneira de troca. Porém, muitas delas mostraram defeitos.
Só era possível entrar no festival com a pulseira funcionando. Para quem teve problemas, a alternativa era uma fila que chegava a 1h30 de demora para tentar resolver.
Famosos marcam presença no primeiro dia de Primavera Sound
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