Topo

Governo da Bahia decreta luto oficial de três dias após morte de Gal Costa

Do UOL, em São Paulo

09/11/2022 13h29Atualizada em 09/11/2022 14h20

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), decretou luto oficial de três dias após a morte de Gal Costa. A cantora morreu hoje, aos 77 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada.

Nas redes sociais, ele afirmou: "Perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música".

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), também lamentou a morte de Gal Costa e disse que ela tinha "uma das vozes mais lindas e representativas da música brasileira".

Políticos lamentam morte da cantora. No Twitter, personalidades políticas como os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Simone Tebet (MDB-MS), os deputados federais Alexandre Frota (PROS-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Maria do Rosário, entre outros, destacaram o talento e a contribuição da cantora para a música brasileira, e afirmaram que ela é "eterna".

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva também lamentou a morte da cantora e disse que "seu talento, técnica e ousadia enriqueceu e renovou nossa cultura."

Cantora havia cancelado apresentações. Gal estava com a agenda de shows suspensa após passar por uma cirurgia para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita no final de setembro.

Quem foi Gal Costa. Uma das principais intérpretes da música brasileira, Maria das Graças Penna Burgos nasceu em Salvador em 26 de setembro de 1945. Ela fez sua estreia em 1964, quando chamou atenção por seu cantar rasgado no espetáculo "Nós, Por Exemplo..." ao lado de nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia — juntos, formariam a banda Doces Bárbaros na década de 1970, um divisor de águas em sua carreira.

Com mais de 50 anos de carreira, foi responsável por eternizar músicas de compositores como Gil, Caetano, Luiz Melodia, Jards Macalé e Cazuza, além de trilhas de novelas da TV Globo, como "Modinha para Gabriela", na clássica "Gabriela" (1975) e, mais recentemente, "Ruas de Outono" em "Paraíso Tropical" (2007).

Após completar 70 anos, Gal se manteve ativa musicalmente e passou a gravar nomes da nova MPB. Com os álbuns "Estratosférica" (2015) e "A Pele Do Futuro" (2018), a artista conquistou um público mais jovens e voltou a ser requisitada em festivais pelo país. Seu mais recente é álbum é "Nenhuma Dor", (2021), que traz duetos com Criolo, Tim Bernardes, Zé Ibarra, Silva, Seu Jorge e Rubel.

"Não criamos esse projeto com o objetivo de virar um álbum de carreira, foi um disco feito para trazer alegria para o público. É muito gratificante saber que esse disco pode levar um conforto, uma leveza para quem gosta e se conecta com o meu trabalho", disse em entrevista a Splash.

Vida pessoal. Reservada em relação à vida pessoal, Gal foi casada com o músico Marco Pereira entre 1991 e 1992. Em 2007, adotou seu filho único, Gabriel, na época com 2 anos. Pela rapidez do processo, a cantora foi acusada de furar a fila de adoção pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, mas negou: o menino, que tinha raquitismo, já havia passado por três abrigos para crianças sem ser adotado, por estar fora do padrão de crianças procuradas para adoção. Na época, Gal divulgou uma nota dizendo que Gabriel "é um brasileiro típico, caboclo, subnutrido, raquítico e com sérios problemas de saúde" e que "ama a criança como filho".

Morre a cantora Gal Costa; confira momentos marcantes da carreira