Marvel derrapa ao colocar 'novo herói' em um Pantera Negra de luto
Não é surpresa para ninguém que "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" seria sobre luto. Afinal, qual o caminho a ser trilhado depois da morte repentina do protagonista Chadwick Boseman? Não há outro. O astro morreu em agosto de 2020 e, já em novembro de 2022, a Marvel lança o segundo filme sobre o Rei de Wakanda. Isso dá cerca de dois anos para ajustar o futuro da franquia e de todo o universo dos super-heróis.
Além do trabalho de reescrever todo o roteiro, Ryan Coogler teve a árdua tarefa de comandar um elenco enlutado, que ainda sofria pela morte do colega -- uma pessoa que, até onde se sabe, era bastante querida por todos.
A falta de Chadwick não é sentida apenas pelos atores em cena: o espectador também sofre com a sua ausência. "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" é como uma longa homenagem ao astro, pois tudo é sobre ele e a impressão é a de que nada acontece de maneira completa sem ele em cena.
A tentativa de incluir novos personagens e heróis (sem detalhes e spoilers) acaba que se perde. Todas as novidades se tornam irrelevantes quando o foco do filme é sobre como diferentes pessoas lidam com o luto de maneira variada.
Essa vacância aberta com a morte do ator, infelizmente, atrapalha o filme mais do que deveria. A impressão é a de que tudo foi feito às pressas, nada foi pensado direito ou editado da maneira correta. Ao longo das 2h45min de duração, a trama tem momentos sem ritmo, que não precisam estar lá e parecem que chegaram ao corte final apenas porque ninguém assistiu à produção antes do "ok, pode ir para os cinemas".
Sejamos justos, as expectativas estavam altas. Afinal, para muitos, "Pantera Negra" é um dos melhores longas da Marvel, e não apenas pelo seu roteiro, mas pela importante representação negra, pela impecável Wakanda, pelas atuações.
Neste segundo longa, os atores ainda estão bem, mas falta o brilho de antes, é inegável. Nem mesmo Namor (Tenoch Huerta), a grande novidade do longa — e já anunciado no trailer —, impressiona. Sua missão também não era fácil, afinal ele precisava superar Killmonger, um dos melhores vilões de filmes de super-heróis e interpretado magistralmente por Michael B. Jordan.
Explicar muitos detalhes é estragar uma trama que já não é das melhores, então a melhor opção é ir ao cinema sem saber muito. Apenas aproveitar as explicações sobre o que aconteceu com T'Challa e como estará Wakanda depois.
Falando em cinema, este é um daqueles que vale correr à sala de exibição mais próxima para conferir na melhor qualidade possível. Os figurinos e os cenários afro futurísticos são alguns dos pontos altos do longa.
Quanto às esperadas cenas pós-créditos, apenas um aviso: só tem uma. Depois dela, pode ir embora. Isso porque este filme é uma homenagem a Chadwick e é como se nem se tratasse de um longa da Marvel, portanto não tem porquê fazer alguma piada ao final - ficaria realmente fora de tom.
Se a intenção fosse apenas honrar o astro, "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" seria perfeita, mas infelizmente não é o caso.
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