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Além da Escola Base, Salaro cobriu casos de tráfico de órgãos e mortes

Valmir Salaro é jornalista da Globo há 30 anos Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

12/11/2022 04h00

Valmir Salaro, 68, é um dos medalhões do jornalismo da Globo. Com 30 anos de emissora, seu rosto é conhecido dos espectadores do "Fantástico", que se acostumaram a assistir ao jornalista falar sobre assuntos espinhosos em suas diversas reportagens investigativas.

O comunicador é o personagem principal de "Escola Base - Um Repórter Enfrenta o Passado", documentário lançado recentemente na Globoplay que revisita o rumoroso caso de uma escola infantil na qual os proprietários e mais um casal foram acusados de pedofilia.

Salaro foi o primeiro jornalista a falar sobre o possível crime: sua matéria foi exibida no Jornal Nacional e a partir daí, o caso tomou grandes proporções.

No entanto, se tratavam de acusações não apuradas e uma sucessão de erros, tanto da polícia, quanto da imprensa. Por fim, os acusados foram inocentados, mas o estrago em suas vidas já tinha sido feito. A produção acompanha Valmir Salaro enfrentando os fantasmas do passado e questionando como suas decisões mudaram vidas e sua carreira.

Anos antes do caso Escola Base, em 1982, o repórter ganhou o prêmio Vladmir Herzog, ao lado de Dácio Nitrini, com a reportagem "A Rota entre o Bem e o Mal", na qual denunciava a violência urbana e truculência da Rota, a polícia de elite de São Paulo.

"Ela matava muito e chamava de tiroteio, dizendo que havia um confronto, mas muitos casos eram execução sumária. Isso marcou a minha vida pessoal e profissional", disse em entrevista à Globo.

Em parceria com o jornalista Antenor Braído, Salaro ganhou mais um prêmio Vladimir Herzog, com a reportagem "Na pista dos Assassinos". Na matéria, ele denunciava as mortes executadas por grupos formados por policiais, intitulado de Esquadrão da Morte.

Valmir Salaro foi o primeiro a noticiar sobre o caso da Escola Base Imagem: Divulgação/ Globo

Já na Globo, sua primeira grande reportagem investigativa foi para o "Fantástico", quando abordou sobre tráfico de órgãos humanos. "Eram médicos legistas que tiravam os órgãos das pessoas que tinham tido morte violenta e vendiam para faculdades de medicina. Uma coisa bem chocante", disse.

Valmir Salaro coleciona grandes coberturas, como a do Maníaco do Parque, em 1998. "Entrevistei os pais das vítimas. É difícil você ficar de frente com alguém que perdeu a filha de forma tão brutal, tão violenta. Emociona. São histórias que deixam uma marca na alma", contou à Globo.

Entre os casos mais recentes, ele entrevistou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta condenados pela morte de Isabela Nardoni, de 6 anos. Além deles, o currículo de Salaro conta com coberturas dos casos Suzane Von Richtofen, a jovem rica que matou os pais junto com o namorado e o cunhado; Antônio Pimenta Neves, o jornalista que assassinou a namorada e colega de profissão; e Kevin Espada, o garoto boliviano morto em um jogo de futebol.

Valmir Salaro, à direita, foi o primeiro a entrevistar Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá Imagem: Reprodução/TV Globo

Nascido em 16 de novembro de 1953, o paulistano estudou na Faculdade Cásper Líbero e iniciou sua carreira como estagiário da editoria de esportes no Jornal da Gazeta. Já em 1978, quando trabalhava no Diário do Grande ABC, tornou-se repórter policial. Salaro conta com passagens também na Rádio Jovem Pan e na Agência Folha.

Valmir Salaro estrela o documentário sobre o caso 'Escola Base' Imagem: Divulgação/ Globo

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