Jornalismo, opinião e polêmica com Janja: quem é Eliane Cantanhêde
Colunista de rádios, jornal impresso e televisão, a jornalista Eliane Cantanhêde protagonizou uma polêmica nas redes sociais depois que um comentário dela sobre a atuação da futura primeira-dama do Brasil, Rosângela "Janja" Lula da Silva, feito na GloboNews, passou a ser compartilhado com acusações de machismo, neste fim de semana.
Na ocasião, a profissional de comunicação avalia o que ela considera excessivo no protagonismo da esposa de Lula em relação à influência política e o comentário foi mal recebido por milhares de usuários que usaram o Twitter para rebatê-la.
Entenda a polêmica em quatro etapas, a seguir.
Quem é Eliane Cantanhêde
Eliane Cantanhêde começou no jornalismo antes mesmo de ter o diploma universitário. Formada pela Universidade de Brasília (UnB) em 1974, começou a atuar na área de carteira assinada dois anos antes. Na profissão, recebeu elogios e críticas, principalmente após comentários considerados desrespeitosos e machistas.
Colunista da Folha de S.Paulo por 17 anos, a jornalista passou por diferentes veículos ao longo da carreira. Atualmente, é colunista do Estadão e exerce a função de comentarista no "Em Pauta", da GloboNews, na rádio Eldorado (SP) e na rádio Jornal (PE).
Na política, teve destaque ao cobrir assuntos importantes no Brasil. O fim da ditadura militar, as "Diretas Já", a implementação da Constituição de 1988 e os governos a partir da redemocratização foram alguns dos episódios que analisou.
Reconhecimento na área
Por seu trabalho, Eliane Cantanhêde recebeu prêmios e homenagens. Ela integrou o ranking dos 50 mais admirados jornalistas brasileiros, do Jornalistas&Cia, nos anos 2014 e 2015.
No ano seguinte, recebeu o Prêmio Jornalista Roberto Marinho de Mérito Jornalístico e foi eleita entre "As +Admiradas Jornalistas Brasileiras".
Também saiu vitoriosa como colunista de jornalismo impresso no Troféu Mulher Imprensa, em 2016 e 2017.
Críticas à Janja
Na última sexta-feira (11), Eliane Cantanhêde foi alvo de críticas após opinar que Janja, esposa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), estaria participando além do esperado no debate político.
"O presidente é o Lula. Tudo tem limite, tudo que excede pode dar problema e há um incômodo com o excesso de espaço que a Janja vem ocupando. Ontem, quando o Lula fez aquele discurso em que ele chorou quando falou da fome, quando ele derrapou ao desqualificar a responsabilidade fiscal, ela estava ali sentada. Mas ela não é presidente do PT, ela não é líder política. Qual é o papel da primeira-dama?", questionou.
Em seguida, a jornalista relembrou outras primeiras-damas do Brasil e a comparou com Ruth Cardoso, esposa de Fernando Henrique Cardoso.
"Um bom exemplo de primeira-dama foi a Ruth Cardoso, que, como a Janja, tinha brilho próprio, era professora universitária, uma mulher super-respeitada na área dela e cuidou da Comunidade Solidária, mas ela não tinha protagonismo, não tinha voz nas decisões políticas, se tinha, era a quatro chaves, dentro do quarto do casal", acrescentou.
A comentarista continuou com os comentários sobre Janja, deixando em evidência seu descontentamento com o protagonismo da socióloga na campanha e próximo governo de Lula.
"Já incomoda, sim, porque ela vai começar a participar de reunião, já vai dar palpite e daqui a pouco ela vai dizer 'esse aqui pode ser ministro, esse não pode' e isso dá confusão", pontuou.
Com as declarações feitas no "Em Pauta", colegas se posicionaram contra a jornalista, alegando que ela foi machista, misógina e infeliz em sua fala.
Acusações de machismo
Com as falas problemáticas, muitos se posicionaram contra Eliane Cantanhêde. Uma delas foi a presidente do Partido dos Trabalhadores e deputada federal, Gleisi Hoffmann.
"Me apavora o machismo incrustado na cabeça de mulheres ditas esclarecidas, onde estereótipo dos papéis delegados a nós é o importante", escreveu em seu perfil no Twitter.
Após o comentário, a hashtag "Respeita a Janja" ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter, o que demandou que o perfil da jornalista dedicasse boa parte do sábado a se defender nas redes em relação às críticas.
"Apenas disse que uma coisa é a relação pessoal, outra é a função pública. Já imaginou o contrário? Se fosse uma mulher presidente e o marido se metendo em tudo?", justificou Cantanhêde.
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