Claudia Alencar detalha tortura na ditadura: 'Choque e pau de arara'

Claudia Alencar, 72, recordou o período doloroso de ter sido uma das vítimas da ditadura militar. A atriz tinha 20 anos na época das torturas.

"Foram me buscar em casa. (...) Me torturavam muito. Me puseram um capuz e já começaram a me pisotear no carro, me jogaram numa cela fria, lá em São Paulo. Uma cela onde a gente fazia as necessidades lá mesmo. Eram choques e mais choques. Me puseram num pau de arara", relata, bastante emocionada, em entrevista ao podcast "Papagaio Falante", apresentado por Sérgio Mallandro e Renato Rabelo.

Relacionadas

Repórter da Globo agradece apoio após agressão: 'Fiz minha parte'

Viúva de Guilherme de Pádua recebe ameaças de morte e deixa web após pedido

'Revezamos para chorar': como elenco de 'Pantera Negra 2' lidou com luto

Mallandro questiona se a atriz foi abusada sexualmente. "Eu não quero nem falar disso", respondeu Alencar, após um longo suspiro. "Fiquei com muito medo. Não falei nada para os meus pais o que eu tinha sofrido. Estava machucada e (depois que saí da prisão) fiquei um mês sem sair do meu quarto", recorda.

Também no bate-papo, Claudia diz que já foi vítima de violência doméstica e que teve pai e um namorado agressivos. "Violência me tira do sério. Eu vivi violência doméstica e saí incólume de todas essas experiências. Eu saí viva, feliz, eu estou bem. Meu pai era violento, e eu também tive um namorado violento... Ele era violento", diz, acrescentando que o relacionamento durou um ano. Na época das agressões que Claudia sofreu do namorado, ainda não existia a Lei Maria da Penha, criada em agosto de 2006. "A gente sofria calada e não sabia que podia denunciar. Denuncie, meninas", aconselha, por fim.