'Elite' sem sexo? 6ª temporada muda tom e divide fãs

Durante cinco temporadas, falar em "Elite" tornou-se praticamente sinônimo de falar sobre uma série que, para o bem ou para o mal, ficou conhecida por suas numerosas (e por vezes extravagantes) cenas de sexo. Elogiada por uns e criticadas por outros por este mesmo motivo, a série busca uma guinada diferente em sua sexta temporada.

Os novos episódios do drama espanhol dão sequência à trama iniciada no ano cinco, que introduziu o romance entre Patrick (Manú Rios) e o brasileiro Ivan (André Lamoglia). No entanto, os fãs observaram que a atração diminuiu o tom das cenas quentes, e isso dividiu opiniões nas redes sociais.

Já renovada para a 7ª e última temporada, "Elite" abre o ano 6 após a morte de Samuel (Itzan Escamilla), com uma tentativa dos alunos do colégio Las Encinas de encobrir tragédias do passado. Temas como machismo, abuso doméstico e LGBTfobia entram em jogo, e tornam-se novos desafios para os estudantes e para os responsáveis pela instituição.

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A guinada rumo a debates mais sérios faz com que o sexo fique um pouco de lado, e há uma justificativa para isso, segundo o criador, Carlos Montero (50). Considerando o apelo da série com o público mais jovem, a introdução de assuntos maduros foi vista com bons olhos. "Essa [temporada] de Elite está incrivelmente boa, eles souberam abordar temas sérios da forma certa, e ainda não perdeu a vibe da série", opinou um fã.

Mesmo assim, houve quem ficasse descontente. "Assistia 'Elite' [sic] só pelas cenas de sexo e o casal gay, mas nem isso teve nessa temporada, flop demais essa season, dropei", escreveu outro.

Por que agora?

"Quando você já fez duas partes com 'fogos de artifício', como as temporadas 4 e 5, os temas acabam nos levando a uma dinâmica diferente", explica Montero, ao jornal espanhol El Periódico. "Elite sempre foi uma série intensa, e estamos completamente envolvidos com a história."

Para acrescentar aos conflitos da nova temporada entra no elenco Ander Puig, primeiro ator trans a fazer parte da série. Seu personagem, Nico, é vítima de transfobia por parte de Ari (Carla Díaz).

"Nico está bem, ele tem uma vida boa, mas Ari cria nele uma insegurança", explica o ator. "É importante ter uma história como esta, porque se trata de uma série enorme e isso é ideal para que muitas pessoas entendam como é esta realidade."

Sexo em segundo plano

A trama de Patrick e Ivan traz para o foco a homofobia no mundo dos esportes, e é isso que faz com que as cenas de sexo deixem de ser prioridade.

"Sexo está presente na temporada, mas está em segundo plano", conta Rios. "Escrevemos para levar o público a lugares que geram questionamentos, conversas, desconforto, e isso não significa sexo o tempo todo", completa o roteirista Jaime Vaca.