Repórter do SBT é ameaçado durante protesto: 'Mandaram chegar de voadora'
O repórter Gabriell Moreira da TV Centro Oeste, afiliada do SBT no Mato Grosso, foi ameaçado hoje por manifestantes que voltaram a bloquear a BR-174, na altura do município Pontes e Lacerda, que fica a 450 km de Cuiabá. Os militantes são contrários ao resultado da eleição que elegeu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e realizam atos que são considerados antidemocráticos, por pedirem intervenção federal e recontagem dos votos.
O jornalista fazia a cobertura ao vivo pelo Instagram da emissora, mostrando o bloqueio coordenado por caminhoneiros. Quando se aproximou de uma barreira de pneus queimados e lia os comentários das pessoas que assistiam à transmissão ao vivo.
Gabriell foi abordado por um homem. O jornalista abaixa a câmera, mas dá para ouvir a conversa. "Patrão, pode parar. Para de filmar, fazendo favor. Desliga, desliga, fazendo favor". O jornalista questiona o motivo e o manifestante responde: "Porque não pode filmar. Senão vai ter problema com todo mundo. E tem gente muito pior que eu. Mandaram eu chegar na voadora em você aqui. Então não filma, irmão".
Ainda durante a conversa, o manifestante afirma: "Se eles virem você filmando, vão pegar você".
Na sequência, o repórter finaliza a transmissão, que continua aberta para visualização no perfil da emissora no Instagram. O homem que ameaça o jornalista não aparece no vídeo. Até agora, o repórter e a emissora não se pronunciaram sobre o caso.
Atos antidemocráticos
Após a eleição de Lula, diversas estradas ao redor do país foram bloqueadas. Depois de uma determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, as rodovias foram desobstruídas. No entanto, ao longo do dia de hoje, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que seis estradas voltaram a ser bloqueadas. Três delas estão no Mato Grosso.
A suspeita é que o movimento seja uma retaliação devido à determinação de Moraes de bloquear a conta de 43 pessoas físicas e jurídicas suspeitas de financiar atos antidemocráticos e que não aceitam o resultado das urnas. Ao todo, manifestantes destes atos podem estar cometendo até oito crimes previstos no Código Penal.
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