Maioria vê Constantino 'patético e caricato', diz Calejon após treta na JP
O comentarista político Cesar Calejon foi afastado da programação da Jovem Pan após uma discussão ao vivo com o economista Rodrigo Constantino, um dos principais nomes da emissora, na segunda-feira (14). Ele afirmou que o colega incentiva manifestações antidemocráticas por estar "confortável" morando nos EUA.
Em conversa com Splash, o jornalista lamentou o vídeo divulgado por Constantino na quinta-feira (15), em que ele disse só voltar a participar do programa "Três em Um" caso não estejam presentes Calejon e Leonardo Grandini — O economista abandonou a atração ao vivo na terça-feira (15) após uma réplica do estudante.
"Ele disse que estamos surfando em sua fama, típico da empáfia com a qual ele se articula. Dá-se muito mais importância do que ele realmente tem", disse Calejon sobre o posicionamento. O economista também afirmou que os colegas tentam estabelecer "tretas de botequim" no ar.
Segundo o comentarista, Rodrigo Constantino passa a impressão, em seu posicionamento, de ter feito uma "chantagem" com a direção da emissora para impor seu desejo por não sustentar os argumentos nos debates.
Ele fala para uma parcela radical da extrema-direita. Constantino é visto como uma figura patética e caricata pelo restante do Brasil.
Cesar Calejon
"Constantino diz prezar pela qualidade do debate e se preocupar em manter o nível do programa, mas, na verdade, ele quer um adversário fraco, que não seja capaz de se posicionar de forma enérgica e não o confronte", completou.
Calejon afirmou não ter conversado com Grandini, que chamou Constantino de "puxa-saco do presidente" durante uma análise sobre Jair Bolsonaro (PL). O comentarista de 22 anos ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
Ainda sobre a discussão ao vivo, o jornalista afirma que Constantino está "desesperado" por ver que seu posicionamento político está "sendo colocado em cheque" após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra Bolsonaro nas eleições presidenciais.
"O debate legítimo precisa ser estimulado. Você não pode escolher o seu adversário com base no que você gosta de defender. Seria como entrar em uma luta com um adversário que não pode bater com efetividade. Você pode ser agressivo e contundente, mas o seu oponente precisa ser comedido?".
Futuro na Jovem Pan
Por não ser um profissional contratado pela Jovem Pan, Cesar Calejon disse não se sentir "censurado" na emissora após ser definido o afastamento. "É diferente de convidar uma pessoa e determinar limites ou como aquela pessoa vai se comportar".
"Eles me convidaram para participar de programas durante este ano: o 'Morning Show', o 'Linha de Frente' e o 'Opinião'. Foi minha primeira vez no 'Três em Um'. Estávamos estabelecendo conversas para, possivelmente, estabelecer um contrato", contou.
Cesar conta que a possibilidade de permanecer no quadro fixo de comentarista foi reforçada por parte da direção mesmo após a discussão com Constantino, mas tudo mudou após o episódio envolvendo Grandini.
"Eu recebi uma ligação. Essa pessoa disse que o trabalho estava maravilhoso, os números estavam ótimos, mas aconteceu 'aquela situação' e a gente sabe como as coisas funcionam", completou sobre o afastamento.
Por não ser um problema com a direção da Jovem Pan, Calejon disse não ver problemas em voltar aos debates transmitidos pela emissora caso seja novamente convidado.
Em entrevista ao canal "Galã Feios" divulgada ontem no YouTube, o comentarista criticou a postura da empresa diante do caso. "O cara está intimidando a própria emissora. Isso que é inacreditável, entende? Um grupo do tamanho da Jovem Pan se deixar intimidar de maneira direta, imediata. Se for para ter antagonismo legítimo, não quero lidar com quem pega leve comigo".
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