Erasmo Carlos ganhou prêmio de melhor ator e fez filme com Larissa Manoela
Morreu aos 81 anos Erasmo Carlos, cantor e compositor ícone da Jovem Guarda. No início do mês, ele havia ficado internado por cerca de nove dias, com um quadro de edema. A informação foi confirmada pela gravadora Som Livre, mas a causa da morte ainda não foi divulgada.
Nascido na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, o eterno Tremendão construiu sua carreira e seu nome ligado ao mundo da música, mas a notoriedade e a fama o levaram também a arriscar uma carreira de ator. No auge da Jovem Guarda, Roberto Carlos, ao lado dos amigos e parceiros Erasmo e Wanderléa, chegou a investir em aventuras musicais para o cinema, e foi aí que Erasmo descobriu o seu gosto para a atuação.
Ao longo das décadas de carreira, a filmografia de Erasmo inclui um longa-metragem com Larissa Manoela, um prêmio de melhor ator coadjuvante e até a adaptação de sua própria história para a telona.
Erasmo e Roberto
A primeira aparição de Roberto e Erasmo juntos no cinema foi em 1960, no filme "Minha Sogra É da Polícia". Em 1969, participou de "Agnaldo, Perigo à Vista", estrelado por Agnaldo Rayol. Já na década de 1970, Erasmo atuou em três filmes.
Em "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa", aparece como ele mesmo. O longa acompanha o trio da Jovem Guarda (formado também com Wanderléa) em uma aventura fictícia, que começa no Japão. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), este foi o filme mais visto de 1970 nos cinemas, levando mais de 2 milhões de pessoas para as salas escuras.
Em 1971, Erasmo participou do filme "Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora", dirigido por Roberto Farias. O longa, que era o terceiro da Trilogia Roberto Carlos, conta a história do mecânico Lalo, que cria uma equipe de automobilismo improvisada junto ao amigo Pedro Navalha (Erasmo) ao sentir-se talentoso ao correr com os carros possantes de clientes.
No ano seguinte, Erasmo fez seu primeiro longa-metragem sem a parceria com Roberto.
Trata-se de "Os Machões", dirigido por Reginaldo Faria, que faz parte da pornochanchada.
Hoje visto como algo, no mínimo, controverso, o filme conta a história de três amigos espertões, que decidem fingir ser cabeleireiros gays para criarem intimidade com mulheres ricas e atraentes. Quando uma mulher os convida para a casa dela, os três descobrem que ela é uma travesti, o que dá início a uma série de desentendimentos iniciais.
Mesmo assim, foi por este filme que Erasmo recebeu um prêmio de atuação. Ele foi contemplado com o Coruja de Ouro, troféu de melhor ator coadjuvante pela APCA (prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte), do qual dizia ter bastante orgulho.
Depois disso, em 1984, atuou no filme infantil "O Cavalinho Azul", baseado em uma peça homônima de Maria Clara Machado. Ele interpretou um personagem chamado Cowboy.
O retorno
Após passar algumas décadas distante da atuação, a volta para as telas de cinemas veio em 2018. Naquele ano, foi convidado para participar do filme "Paraíso Perdido", que conta com outros nomes da música — como Jaloo e Seu Jorge.
O drama musical se passa em um clube noturno gerenciado por José (Erasmo Carlos) e movimentado por apresentações musicais de seus herdeiros. O policial Odair (Lee Taylor) se aproxima da família ao ser contratado para fazer a segurança de Ímã (Jaloo), neto de José e alvo frequente de homofóbicos.
Por fim, em 2020, ele interpretou o avô de Larissa Manoela em "Modo Avião", da Netflix. No longa, Larissa é Ana, uma estudante de moda que acaba passando um tempo no interior na casa de seu avô, Germano, entrando em um processo de autoconhecimento.
Em 2017, o Gigante Gentil comentou com felicidade sobre o reencontro com os filmes.
"Eu não fazia cinema desde 1980, aí fiz esse filme e fiquei muito feliz", disse, ao G1." O troféu Coruja de Ouro é o que eu mais me orgulho, porque é o único troféu que tenho que não é de música, é de ator."
Minha Fama de Mau
Em 2019, foi a vez de Erasmo ver sua própria história indo para os cinemas. Em "Minha Fama de Mau", ele foi interpretado por Chay Suede. O filme se inicia na década de 1960, e acompanha a paixão do jovem pelo rock'n roll e a parceria com Roberto durante a Jovem Guarda.
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