Após 'comer sobra de comida', Dicesar esteve em BBB, Eliana e foi vendedor

Dicesar Ferreira, ex-participante do "BBB 10", voltou aos holofotes ao contar, no podcast "Não é Nada Pessoal", que comia restos de comida quando era maquiador de Angélica nos anos 1990. Na época, a apresentadora estava no SBT.

"Eu almoçava quando ela almoçava. E o que sobrava do almoço da Angélica, eu comia. Durante muito tempo foi assim", revelou ele, que ainda afirmou que Angélica não sabia da situação financeira dele.

Além de maquiar famosos, nas décadas de 90 e 2000, ele passou a performar em baladas LGBTs como a drag queen Dimmy Kieer e fazer participações pontuais na TV. Apesar disso, ele só ganhou visibilidade midiática nacional no "BBB 10", quando se tornou a primeira drag queen a participar do reality.

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Dicesar quase chegou à final da competição, sendo o 13º eliminado da temporada. Sua eliminação aconteceu em um paredão contra Marcelo Dourado que, naquela edição, foi consagrado como o vencedor do reality.

Entre 2010 e 2017, ele aproveitou a visibilidade do reality, conquistou contratos com emissoras de TV e participou de eventos. Nesse período, ele voltou ao SBT, mas para estar diante das câmeras. Ele foi repórter do "Programa Eliana", onde realizou entrevistas e reportagens em viagens internacionais.

Mas a situação começou a mudar a partir de 2018 quando os convites se tornaram mais escassos e as contas começaram a apertar. Ele, então, começou a trabalhar em uma loja em um shopping — ao mesmo tempo em que se apresentava na noite como a drag queen Dimmy Kieer e mantinha outros projetos autorais.

Com a pandemia e o fechamento das boates onde fazia shows, ele preferiu se mudar de São Paulo para Londrina (PR), sua terra natal, e viver com a mãe. Em entrevista ao "Melhor da Tarde", da Band, o maquiador explicou que o perigo da capital paulista o fez mudar de cidade. Ele estava vendendo cosméticos.

"Eu fui em alguns lugares que eu tinha feito curso de maquiagem aqui em Londrina e ofereci para eu vender o produto. Eu não tenho preguiça de trabalhar. O menino que foi fazer entrevista comigo é fã da Dimmy Kieer. Agora, eu estou representando essa marca de maquiagem", disse Dicesar.

Ele retornou à São Paulo após o fim das restrições da pandemia de covid-19. Atualmente, faz workshops de maquiagem e segue se apresentando como a drag queen Dimmy Kieer em eventos LGBTQIA+.

Homofobia

No podcast "Não é Nada Pessoal", ele também falou sobre a homofobia que viveu na adolescência. Primeiro artista drag queen a entrar no BBB, ele chegou a largar a escola por apanhar dos demais colegas.

"Eu enfrentei a homofobia a vida inteira. Por ser mais delicado, por ser o artista da família. Sempre fui o viadinho da família, a bichinha da família. Estudei no seminário e lá eu andava com os excluídos. Tive que parar o ginásio. Eu repeti duas vezes a quinta série, parei de estudar, porque eu apanhava todos os dias na escola. Eu ia para o colégio, ficava do lado de fora, quando dava a hora de ir embora, eu ia embora com a mochila", declarou.

O ex-BBB contou que depois de um período ausente da sala de aula, precisou explicar para a mãe que iria repetir de ano escolar devido ao contexto de homofobia que sofria, porque "apanhava para entrar e apanhava para sair" da escola.

Além da violência dentro da instituição de ensino, o maquiador contou que também apanhava na rua "só por eu ser gay". "Sempre me identifiquei com o meio gay, nunca foi uma dúvida, nunca precisei falar", completou.

Dicesar destacou que, apesar da homofobia fora de casa, contou com o apoio da mãe, porque ela "sempre teve a mente aberta".