Morre a artista brasileira Rochelle Costi, aos 61 anos

Morreu hoje a artista Rochelle Costi aos 61 anos em São Paulo. A informação foi confirmada por familiares ao UOL. Costi estava a caminho do MIS (Museu de Imagem e Som), na zona oeste paulistana, quando foi atropelada por uma motocicleta.

Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) artista chegou a ser socorrida para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

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O motorista, um homem de 40 anos, foi conduzido à delegacia, onde foi ouvido e liberado. O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor no 14º Distrito Policial (Pinheiros).

Atualmente, Rochelle está em cartaz no MIS na mostra "Arte é Bom".

A obra da artista, intitulada "Reprodutor", convida o público "a reproduzir fotos de diversos artistas, transformando-as em desenhos", segundo site do museu.

Splash entrou em contato com a Fundação Bienal de São Paulo, que enviou uma nota exclusiva para nossa equipe.

"A Fundação Bienal de São Paulo lamenta o trágico falecimento da artista visual Rochelle Costi, cujo legado inclui obras de valor inestimável nas áreas de fotografia, vídeo e instalação, algumas das quais tivemos a felicidade de apresentar na Bienal. Em 2010, ela realizou residência artística na 29ª Bienal de São Paulo, quando criou e fotografou situações que apresentaram o Pavilhão Ciccillo Matarazzo de forma misteriosa, insólita e afetiva, algo que lhe era muito próprio. Ela também participou na 24ª edição da mostra e da exposição Bienal 50 anos. Solidarizamo-nos com seus familiares e amigos neste momento de grande dor", diz José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação Bienal de São Paulo.

Em nota, a Anita Schwartz Galeria de Arte, que representa a artista, também lamentou o ocorrido.

"Compartilhamos essa imensurável dor pela perda de Rochelle, artista única e de extrema relevância para o cenário da arte contemporânea, e nos solidarizamos aos seus familiares, amigos e colegas de jornada", diz comunicado.

A presidente da AEERGS (Associação dos Escultores do Rio Grande do Sul), Adriana Xaplin, também se pronunciou por meio de um comunicado.

"Rochelle deixa importante legado, construído a partir de profunda imersão da artista em seu fazer, com o amor e o comprometimento que a caracterizavam. Os amigos da AEERGS guardarão para sempre em suas memórias a alegria e profissionalismo que a fazia prosperar com desenvoltura no segmento de artes visuais, sempre elevando o nome de nosso estado", diz texto.

"Aos familiares e pessoas amigas, nossos sentimentos, nutrindo agradecimentos pela trajetória que tanto nos estimula a seguir em frente."

História

Nascida em Caxias do Sul, Rochelle formou-se em Comunicação Social pela Puc-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e começou a exibir seus trabalhos no final da década de 1980.

Uma das primeiras exposições foi "Tentativa de Voo", no Margs (Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli).

Rochelle se mudou para São Paulo em 1988 e viveu em Londres no início dos anos 1990, onde estudou na Saint Martin School of Art e na Camera Work.

Ela participou da Bienal Internacional de São Paulo e também da Bienal de Havana, além de integrar mostras internacionais em Berlim, Marselha, Nova Iorque e Madri.

Em 2017 recebeu o prêmio Marcantônio Vilaça para as Artes Plásticas, uma das mais tradicionais premiações de arte do país.