Frota culpa Zé de Abreu por morte de filho; jovem morreu ao cair de prédio
A escolha do deputado federal Alexandre Frota (PROS-SP) para compor a equipe de transição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na pasta da Cultura provocou um racha no meio artístico, que massivamente apoiou o petista na disputa presidencial, com destaque para o embate travado entre o parlamentar e o ator José de Abreu.
Nas redes sociais, Abreu, que é notadamente apoiador de Lula, detonou a escolha de Frota, por considerá-lo inapto para a função, além de apontar que o deputado é visto como uma "piada" na classe artística. Com a polêmica, o parlamentar anunciou sua saída da equipe de transição e alegou ter sido alvo de "ataques covardes e preconceituosos".
Em meio a treta, uma postagem de Alexandre Frota gerou ainda mais polêmica, após o deputado alegar ter sido "covardemente" atacado por Abreu e culpar o famoso pela morte do próprio filho, Rodrigo de Abreu, aos 21 anos, em 1992, após o jovem cair de um prédio no Rio de Janeiro.
No Twitter, Alexandre insinuou que Rodrigo teria se suicidado. O deputado disse que o ator "não teve controle do próprio filho que se matou", e afirmou que José "vai carregar isso com ele até a morte". Com a repercussão negativa, Frota apagou a postagem.
Ao rebater o parlamentar, José de Abreu negou que seu filho tenha cometido suicídio e apontou que o jovem foi vítima de um acidente, conforme comprovado pela polícia à época. Ainda, o artista afirmou que a dor que sente "é a mesma e contínua", e chamou Frota de "degenerado" por culpá-lo pela morte de Rodrigo.
"Quando digo que caráter não muda... A propósito, Rodrigo não cometeu suicídio. Foi um acidente comprovado. A dor é a mesma. Imensa e contínua. Só um degenerado culparia o pai pela morte (em qualquer situação) de um filho. Deus lhe poupe dessa dor, Alexandre", publicou o ator.
Rodrigo morreu após cair de prédio
Rodrigo de Abreu morreu em 1992, aos 21 anos, após cair da janela do prédio em que morava no Rio de Janeiro. O jovem é fruto de um antigo relacionamento entre José de Abreu e a advogada Neuza Serroni. Na ocasião do acidente, a polícia descartou a possibilidade de suicídio.
Em fevereiro, José de Abreu recordou a morte do filho em entrevista ao programa "Julia", do canal SIC, de Portugal. Conforme relatou, à época do trágico acidente ele estava em Manaus, onde gravava a novela "Amazônia" (Rede Manchete). Era uma manhã e ele tomava café no hotel, quando foi chamado no balcão para atender um telefonema do pai de Nara para reportar o ocorrido.
"Estava tomando café da manhã no hotel, quando me chamaram no balcão pra atender o telefone fixo. O pai da Nara me disse: 'houve um acidente com o Rodrigo'. Ouvi pela voz que era alguma coisa grave. Na hora falei: 'morreu?' [Ele respondeu]: 'caiu da janela'", contou.
Imediatamente ao saber do acidente, ele pegou um avião de Manaus para o Rio de Janeiro e disse que dormiu durante todo o trajeto por ter sido medicado. O artista explicou que os investigadores colheram relatos de testemunhas, como a de uma camareira de um prédio em frente ao que ele morava, bem como o analista de Rodrigo, que descartou a possibilidade de suicídio.
"Um delegado de polícia ouviu uma testemunha, uma camareira do prédio em frente viu o que aconteceu. Ele [Rodrigo] fazia análise... O analista dele falou: 'absolutamente não há a menor possibilidade, o suicida dá sinais'. Foi acidente mesmo. O delegado que investigou, primeiro, falou assim: 'Quem se suicida, se lança. Seu filho caiu e foi batendo no prédio. A queda é diferente'", explicou.
Pai de outros quatro filhos, Bia, Theo, Ana e Cristiano, José de Abreu afirmou que ainda não se recuperou da dor de perder Rodrigo. "É uma dor que não acaba. É a vida invertida", completou.
Frota na equipe de transição
O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) anunciou na semana passada o nome de Alexandre Frota para compor a área de Cultura na transição da gestão do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) para o futuro governo Lula.
Além de Frota, foram anunciados os deputados Marcelo Calero (PSD), Túlio Gadêlha (Rede), Benedita da Silva (PT) e Jandira Feghali (PCdoB) na área cultural.
Contudo, imediatamente após o anúncio do deputado na equipe, a escolha dividiu a esquerda nas redes sociais, com diversas críticas, principalmente dos artistas, que culminaram no pedido de saída de Frota da transição.
Ex-ator de novelas na TV Globo e no entretenimento adulto, Alexandre Frota passou a se engajar politicamente durante as manifestações em defesa do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Em 2018, ele foi eleito deputado federal pelo PSL, à época como um ferrenho defensor de Bolsonaro. Posteriormente, ele se tornou opositor do atual presidente, mudou de partido e no pleito de 2022 endossou a candidatura vitoriosa do petista.
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