Cantor é condenado por fraudar compra de respiradores na pandemia
O cantor sertanejo Almir Matias da Silva, mais conhecido como Almir Mattias, foi condenado, em primeira instância, a 2 anos e 4 meses de reclusão em regime aberto. No entanto, a pena foi substituída pela prestação de serviços à comunidade e o pagamento de 50 salários mínimos para instituição pública ou privada que realiza trabalho social.
O também empresário estava preso desde o final de agosto, após uma operação da PF (Polícia Federal) contra fraudes na compra de respiradores para o tratamento da covid em Guarujá, no litoral de São Paulo.
Ele foi condenado por distribuir e entregar a consumo produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado, sem registro, quando exigível, no órgão de Vigilância Sanitária competente. As informações foram confirmadas a Splash por José Eduardo Santos, advogado de Almir.
Apesar de ter sido posto em liberdade mediante o pagamento da multa, o cantor ainda está detido devido a outro mandado de prisão preventiva, protocolado pelo TRF (Tribunal Regional Federal).
A Splash, José Eduardo Santos disse que a defesa vai recorrer da sentença, "pois acredita na atipicidade do crime e na absolvição".
Segundo comunicado da PF, parte da fortuna que o empresário é suspeito de ter desviado foi utilizada para impulsionar sua carreira musical.
Os respiradores objeto da fraude foram adquiridos com recursos da União e se tratavam de equipamentos proibidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), devido a sua comprovada ineficiência no tratamento da doença respiratória causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).
O "Fantástico" (TV Globo) mostrou em maio que o cantor sertanejo é suspeito de envolvimento no esquema de corrupção que teria desviado 70% do valor que recebeu para gerenciar os serviços públicos de saúde da pasta da prefeitura de Guarujá, sendo que entre os R$ 153 milhões pagos para investir na área, ele teria ficado com R$ 109 milhões.
Ele seria operador e representante de uma organização social responsável por parte das principais unidades de saúde no município entre 2018 e 2021, segundo investigações da PF.
Parte do montante teria sido usada para investir na carreira musical. Almir possui videoclipe e também já fez shows. Uma outra parte do montante teria sido usado em empreendimentos, como um salão de beleza que ganhou R$ 12 milhões de investimento na pandemia, conforme a PF.
A PF suspeita ainda que a organização criminosa era liderada pelo prefeito Valter Suman (PSDB) e a primeira-dama Edna Suman, e teria como operador de transações o secretário de educação Marcelo Nicolau.
Em entrevista no Fantástico em maio, o prefeito negou proximidade com Almir, mas a polícia viu registros de mensagens trocadas com a primeira-dama pedindo para buscar R$ 50 mil com Almir, no que as investigações apontam como propina. Valter chegou a ser preso, mas agora segue respondendo em liberdade.
'Certo de minha inocência'
Em maio, dois dias após a reportagem do Fantástico, Almir publicou um comunicado em seu perfil do Instagram alegando que estava certo da sua inocência e de que acredita nas "autoridades e principalmente na Justiça Divina".
"Em respeito, carinho e gratidão aos milhares de fãs espalhados por todo o Brasil, além dos meus familiares e amigos, venho a público, manifestar-me em relação a recente reportagem exibida neste último domingo (15/05), no Fantástico", escreveu.
"Inúmeras ilações foram feitas a meu respeito, no entanto, estou seguro de ter tomado a decisão certa de ter denunciado as agruras que sofri como empresário. Certo de minha inocência e acreditando nas autoridades e principalmente na Justiça Divina, tenho a certeza que sairei com minha inocência provada. Tenho fé em Deus, tenho fé na vida, estarei sempre ao lado da verdade e da justiça. Fiquem com Deus!!!", finalizou.
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