Esta é a versão online da edição desta quinta-feira (8) da newsletter Na Sua Tela. Nesta semana, destaques para "Emancipation", "Pinóquio" e outros filmes que chegam aos cinemas e aos streamings, além de uma curadoria do que vale assistir. Quer receber a edição da semana que vem no seu e-mail? Inscreva-se. Os assinantes UOL ainda têm mais de 10 newsletters exclusivas.
É inegável: o tapa de Will Smith em Chris Rock no último Oscar foi um choque. Em um evento famoso por ter cada passo milimetricamente calculado, ver um astro subindo ao palco e agredindo fisicamente um apresentador - e, minutos depois, vencendo a estatueta de Melhor Ator - se transformou rapidamente em um dos mais marcantes acontecimentos na história do Academy Awards.
A essa altura dos acontecimentos muito já foi dito sobre a atitude de Smith - que já foi acusado e defendido por suas ações. O próprio Will renunciou ao posto de membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que, por sua vez, o baniu da premiação por dez anos.
Curiosamente, Will Smith ainda pode ser indicado ao Oscar por seus pares - e, um pouco mais de oito meses depois do infame tapa, ressurge com um filme que poderia lhe dar, sim, a segunda estatueta: "Emancipation: Uma História de Liberdade", que estreia de amanhã (9) do Apple TV+.
Agora, será que há clima para uma nova indicação?
De qualquer forma, resumir a trajetória de Will Smith ao incidente de março passado é reduzir muito a carreira do ator. Poucos em Hollywood conseguem (com talento) trafegar entre a música e a atuação; entre a comédia e o drama. Por isso, além de "Emancipation", o Na Sua Tela desta semana traz uma seleção de longas-metragens marcantes do astro, que merecem ser conferidos.
Quer algo mais? Enquanto nos cinemas tem a estreia de "Irmãos de Honra" (filme de ação baseado em fatos), a Netflix apresenta a sua sedutora e sombria visão de Guillermo del Toro para "Pinóquio".
Está tudo a seguir.
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O que tem de novo?
EMANCIPATION: UMA HISTÓRIA DE LIBERDADE
- Assista ao trailer
- Onde: Amanhã (9) no Apple TV+
- O que tem de bom: Durante a Guerra Civil americana, uma foto foi utilizada como libelo da luta contra a escravidão: a de um homem, negro, com as costas marcadas por décadas de dor, agressões e opressão - e que, depois, lutou pelo exército da união contra os confederados. Essa história hoje é vista como uma colagem de relatos diferentes, mas inspira a nova produção da Apple: "Emanctipation", dirigido por Antoine Fuqua ("Dia de Treinamento"). Na visão do cineasta temos um longa-metragem de ação sobre a fuga do protagonista, aqui chamado de Peter, após ouvir que o presidente Abraham Lincoln proclamou a emancipação dos escravizados. Trata-se de um filme denso, difícil, e que pode provocar sentimentos contraditórios pela forma bidimensional e genérica como relata essa trajetória. Por outro lado, traz uma fotografia impecável, com uma paleta de cores pastéis esmaecidas (quase preto e branco, com a cor como um mero registro). A cereja no bolo, mesmo, é a atuação de Will Smith: impecável e totalmente entregue ao personagem, em sua melhor atuação na carreira, indo das expressões de seu rosto ao sotaque. Não ganharia o próximo Oscar de qualquer jeito, afinal levou a última estatueta por "King Richard" (e a Academia não gosta de "bicampeonatos"), mas é uma pena se esse trabalho em cena for ignorado pelo público por causa do tapa em Chris Rock.
- O que te faz sentir: amargura, indignação
- Extra direto do Splash: Will Smith diz respeitar quem não quiser ver seu novo filme após Oscar 2022
IRMÃOS DE HONRA
- Assista ao trailer
- Onde: Nos cinemas - clique para comprar ingressos
- O que tem de bom: Outra novidade da semana inspirada em uma história real - e, de certa forma, tem seus paralelos com "Emancipation". "Irmãos de Honra" conta a trajetória do alferes Jesse Brown (Jonathan Majors), o primeiro afro-americano a completar o treinamento de voo da Marinha dos EUA. Vemos como Brown enfrentou o preconceito para se tornar um piloto em um longa-metragem que sabe unir ação, relato histórico e emoção. Além disso, a produção entrega ótimas cenas de batalhas aéreas, principalmente em seu último ato - incluindo efeitos práticos e o uso de aeronaves reais. De certa forma, podemos definir "Irmãos de Honra" como um anti-"Top Gun: Maverick": se ambos os longas buscam ser realistas nas lutas nos céus, este filme aqui consegue um relato extremamente mais pragmático das dificuldades e do dia a dia dos pilotos. Merece ser visto na tela grande.
- O que te faz sentir: tristeza, orgulho
PINÓQUIO POR GUILLERMO DEL TORO
- Assista ao trailer
- Onde: Amanhã (9) na Netflix
- O que tem de bom: O diretor Guillermo del Toro pode ser resumido em uma palavra: fascinante. O cineasta possui um olhar peculiar, gótico e sombrio em suas obras, mas que ao mesmo tempo consegue evocar sentimentos positivos, de esperança. É, certamente, uma visão agridoce da vida. Depois de fazer isso com longas como "A Forma da Água" e "O Labirinto do Fauno", o mexicano nos brinda com a sua reinterpretação do clássico "Pinóquio". Se por um lado ele é mais fiel ao livro do italiano Carlo Collodi quando se comparado à produção da Disney, de outro esta nova adaptação consegue carregar ainda mais em um subtexto político - colocando o fascismo da Itália de Benito Mussolini como pano de fundo. Tudo isso embrulhado em uma animação stop motion que faz jus ao enredo da marionete que queria ser um menino. Para assistir e refletir sobre quem somos e quem queremos ser.
- O que te faz sentir: aceitação, inadequação
Nesta semana ainda tem a estreia no streaming de "Era Uma Vez um Gênio", que chega para aluguel e compra em Prime Video, Apple TV, Google Play, YouTube, Claro tv+ e Vivo Play. O filme foi tema do Na Sua Tela em setembro, clique aqui para ler mais.
Já no Star+ chega "Amsterdam", que traz um elenco estrelado com nomes como Christian Bale, Margot Robbie, John David Washington, Anya Taylor-Joy, Rami Malek e muito mais. O longa foi também tema desta newsletter anteriormente, clique aqui para conferir os detalhes.
Will Smith, astro de cinema
Nascido em 25 de setembro de 1968, Will Smith tem uma trajetória de superação. Vindo da classe média trabalhadora, o jovem Will começou a fazer raps com apenas 12 anos - e se estabeleceu como um rapper sob o pseudônimo de The Fresh Prince. Após os primeiros sucessos musicais e uma péssima gestão financeira, assinou um surpreendente contrato com a rede de TV aberta NBC. Nascia a série "Um Maluco no Pedaço" (1990-1993, disponível na HBO Max), um sucesso absoluto inclusive no Brasil.
Começava assim a carreira de Will Smith ator, que migrou para o cinema ainda no começo dos anos 1990. De lá pra cá ele fez de tudo um pouco: ação, comédia, drama, romance - às vezes tudo isso ao mesmo tempo. Houve algumas escolhas erradas, com filmes que ele próprio deve preferir esquecer, mas também aconteceram grandes acertos.
A seguir você encontra alguns desses longas-metragens, em uma curadoria da carreira de Will Smith para assistir nas plataformas de streaming.
SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO
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- Onde: para aluguel ou compra em Apple TV e Prime Video
- O que tem de bom: Ainda no ar com "Um Maluco no Pedaço", Will Smith se arriscou em seu primeiro papel mais dramático: o de um jovem chamado Paul, que se diz filho do grande ator Sidney Poitier para cometer golpes. Certo dia, o homem conhece um casal de ricaços (Donald Sutherland e Stockard Channing), que ficam impressionados pelo gosto refinado e carisma de Paul - e passam a realizar todos os seus desejos. Baseado na peça de teatro do mesmo nome, "Seis Graus de Separação" (1993) é uma dramédia simples, porém efetiva - e com algumas lições de moral.
- O que te faz sentir: malandragem, deboche
OS BAD BOYS
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- Onde: Netflix, Paramount+
- O que tem de bom: Rapidamente, Will Smith descobriu um nicho de cinema onde se deu muito bem: o de filmes de ação com humor. "Os Bad Boys" (1995) é o primeiro dessa linhagem, sobre dois policiais de Miami (Smith e Martin Lawrence) investigando um cartel de traficantes de drogas. Dirigido por Michael Bay (da franquia "Transformers") e produzido por Don Simpson e Jerry Bruckheimer ("Top Gun: Ases Indomáveis"), "Os Bad Boys" é uma grande reunião de explosões, cenas de ação, slow motion e humor escrachado. Se você não se importar com o roteiro fraco, vai encontrar aqui uma grande diversão ao estilo dos anos 1990 (seja na estética, seja na música). Um sucesso na época que, mesmo sendo detonado pela crítica, rendeu mais três continuações.
- O que te faz sentir: entusiasmo, energia
INDEPENDENCE DAY
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- Onde: Star+
- O que tem de bom: Os filmes de desastre haviam voltado com tudo em meados dos anos 1990 - e a incursão de Will Smith nesse subgênero foi com "Independence Day" (1996). O roteiro é bastante clichê: alienígenas desconhecidos começam a invadir e conquistar a Terra, destruindo boa parte dos nossos cartões-portais - eles, provavelmente, tinham algo contra a nossa arquitetura. Tal tragédia faz com que um grupo de personagens (interpretados por Bill Pullman, Jeff Goldblum, Randy Quaid e Brent Spinner, além de Smith) se reúna para assegurar a nossa independência intergaláctica. É um filme piegas e perfeito exemplar de uma época no qual os EUA exageraram com o seu "soft power", buscando ampliar o seu domínio cultural após o fim da Guerra Fria. Ainda assim, "Independence Day" apresenta grandes efeitos especiais para o seu tempo, com cenas de ação empolgantes.
- O que te faz sentir: excitação, assombro
MIB: HOMENS DE PRETO
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- Onde: Netflix
- O que tem de bom: Ao lado de "Os Bad Boys", "MIB: Homens de Preto" (1997) foi um dos grandes responsáveis por consolidar a carreira de Will Smith como astro de filmes. Desta vez ele é J, um policial que é recrutado por K (Tommy Lee Jones) para se juntar à MIB, uma espécie de FBI ou CIA que combate a ameaça dos aliens. Com ação e humor na mesma medida, "MIB" se vale bastante do carisma de Will - conquistando a mais importante característica que um blockbuster de Hollywood deve ter: ser memorável. Como cereja do bolo, o protagonista ainda emplacou uma música-tema chiclete, conquistando um sucesso internacional também na carreira como rapper. Sucesso do cinema que rendeu mais duas continuações com Will Smith, além de um desenho animado e um longa estrelado por Chris Hemsworth e Tessa Thompson.
- O que te faz sentir: galhofa, empolgação
ALI
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- Onde: HBO Max, Telecine
- O que tem de bom: Já famoso, Will Smith partiu para o seu maior desafio: interpretar o campeão mundial de boxe Muhammad Ali em "Ali" (2001). O roteiro foca em dez anos da vida do ex-lutador, de 1964 e 1974, pegando eventos como a conversão ao islamismo, as mortes de Malcolm X e Martin Luther King, os engajamentos contra a segregação étnica e a Guerra do Vietnã, além das lutas no ringue conta Sonny Liston, Joe Frazier e George Foreman. Dirigido por Michael Mann (de "O Informante"), "Ali" foi na época um fracasso de bilheteria. Uma pena: Smith está perfeito em cena, inclusive sendo indicado ao Oscar de Melhor Ator pela primeira vez - só perdeu porque "caiu" no mesmo ano de Denzel Washington em "Dia de Treinamento". Vale conferir não só por Smith, mas também por essa grandiosa figura que foi Muhammad Ali.
- O que te faz sentir: admiração, insolência
HITCH, CONSELHEIRO AMOROSO
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- Onde: HBO Max, Paramount+, UOL Play
- O que tem de bom: Depois de ficar mais conhecido pelos longas de ação, Will Smith se voltou para as comédias românticas com "Hitch" (2005), em uma história que se vale muito bem do carisma do ator. Aqui ele é Alex Hitchens, uma espécie de "conselheiro amoroso" que ajuda outros homens a conquistarem as mulheres. No entanto, o próprio Hitch viu o seu coração se transformar em pedra - até se apaixonar pela cínica Sara (Eva Mendes). Um filme previsível, mas fofinho, que esquenta o coração.
- O que te faz sentir: paixão, amor
À PROCURA DA FELICIDADE
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- Onde: Netflix, HBO Max, Star+
- O que tem de bom: Em "À Procura da Felicidade", Will Smith mergulha no melodrama baseado em uma história real. Desta vez ele interpreta Chris Gardner, um vendedor que se vê em situação de rua após uma grande instabilidade financeira e o fim de seu casamento - tudo isso enquanto tenta ser um bom pai para o filho, Chris Jr. (interpretado pelo próprio filho do ator, Jaden Smith). O longa-metragem pode soar brega, mas a mensagem positiva ganha força na atuação de Will - que foi mais uma vez indicado ao Oscar.
- O que te faz sentir: amor, carinho
ALADDIN
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- Onde: Disney+
- O que tem de bom: Nos últimos anos, a Disney vem se especializando em fazer remakes live-action (com atores de carne e osso) de animações clássicas do estúdio. Em "Aladdin" (2019), Will Smith dá vida ao famoso gênio desse conto - em sapatos nada confortáveis para se vestir. Afinal, a versão anterior tinha o genial Robin Williams no personagem, roubando a cena. Smith tem o mérito de não mimetizar o trabalho do antecessor, mas de trazer o seu carisma (e suas capacidades musicais) para o gênio. Ok, o filme tem os seus problemas, mas o ator está ótimo em cena e isso já vale o remake.
- O que te faz sentir: satisfação, coragem
KING RICHARD: CRIANDO CAMPEÃS
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- Onde: HBO Max
- O que tem de bom: Veio aí. "King Richard: Criando Campeãs" (2021) trouxe finalmente o Oscar de Melhor Ator para Will Smith. No longa ele interpreta Richard Williams, pai das tenistas Venus e Serena, na trajetória de empenho e privações para transformar as duas em campeãs de um esporte elitista. Uma história inspiracional, que tem toda a sua força na atuação do protagonista, e que consegue capturar a atenção dos fãs de filmes dramáticos, de biografias esportivas e, principalmente, de relatos de união familiar.
- O que te faz sentir: inspiração, coragem
Por fim, se "Emancipation" tem um subtexto que pode ser considerado problemático para alguns, fica então a sugestão de "EUA: A Luta pela Liberdade". Disponível na Netflix, a minissérie produzida e narrada por Will Smith aborda os reflexos da 14ª emenda à constituição dos Estados Unidos, lei que efetivamente assegura direitos iguais a todos os cidadãos daquele país.
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