WME: prêmio tem 'posse' de Margareth, luto por Gal e Elza e ausências
A sexta edição do WME Awards by Music2 premiou os maiores nomes femininos da música brasileira deste ano. Apresentado por Preta Gil, o evento ocorreu na Audio Club, em São Paulo, e teve homenagens à Elza Soares, Gal Costa e para a futura ministra da Cultura Margareth Menezes.
A escolha dela para o cargo foi celebrada diversas vezes pelas indicadas e participantes do evento, uma das primeiras aparições da cantora após a indicação. "A gente está bem de ministra", afirmou Preta Gil.
O evento iniciou com a performance do grupo Ilu Obá de Min e das cantoras Larissa Luz e Gaby Amarantos, relembrando o sucesso de Elza Soares. A artista morreu em janeiro deste ano. "Nada mais justo do que a gente devolver essa homenagem para ela", disse Preta Gil.
A vida e obra de Gal Costa também foi celebrada com Preta Gil, Tulipa Ruiz e Ana Cañas interpretando canções famosas da artista, que morreu em novembro. "É muito difícil para mim ainda fazer esse tipo de homenagem para a minha madrinha. A ficha não caiu. Eu fico entrando nas nossas conversas porque a gente era muito fofoqueira", disse Preta Gil, que também é afilhada de Gal Costa.
O primeiro prêmio divulgado foi o de "Revelação", que foi entregue para a dupla Tasha & Tracie. O momento rendeu um desabafo de Tracie. "Eu estou muito feliz. Esse prêmio é muito importante para gente, mas esse ano foi muito difícil. Aconteceu muita coisa boa, mas aconteceu muita coisa nos bastidores. A gente já foi muito boicotada. Quero dedicar isso para todas as pretinhas... achamos uma época que não podíamos sonhar", disse ela. A irmã, Trasha, não pôde comparecer ao evento.
Muitas categorias de voto popular foram premiadas sem as artistas. A primeira falta a ser notada foi de Manu Gavassi, que venceu "Melhor Álbum" por "Gracinha". O mesmo ocorreu com a categoria "Música Mainstream". Maiara e Maraísa levaram a estatueta por "Prenda-me se for Capaz", canção com Marília Mendonça, mas a dupla de irmãs também não estava presente e não houve menção à Marília.
Anitta, que desbancou Rosalía e Shakira na categoria "Música Latina", também não marcou presença para receber a estatueta de "Envolver". Nenhuma das artistas enviou vídeo ou mensagens de agradecimento e Preta Gil quebrou silêncio afirmando que todas elas estavam muito felizes com as conquistas.
Um novo cenário na música
O WME 2022 também foi palco de muitas histórias inspiradoras. Badi Assad, vencedora do prêmio de "Instrumentista", revelou um novo projeto para 2023, que estreia no dia 12 de janeiro. Sem dar detalhes, ela informou que deve ter a história da sua carreira contada.
A artista foi diagnosticada com uma doença crônica, que a impediria de tocar violão. No entanto, dois anos após o diagnóstico, ela conseguiu retornar às atividades. "Antes eu me apresentava como violinista e cantora, e depois como cantora e violinista. O canto foi um refúgio nesses dois anos", disse ela.
Luísa Sonza levou o prêmio de "Melhor Clipe" com "Cachorrinhas" e de "Melhor Cantora". Em um dos discursos, ela desabafou que não está acostumada a receber muitas indicações e dedicou o prêmio a todas as concorrentes.
"O que eu mais aprendi em ser artista e nosso papel para a sociedade não é ser o melhor artista na técnica, ou o perfeito, acho que acima de tudo é tentar sempre. Assumir seus erros, ir atrás do que você acredita".
Um empate técnico marcou a categoria de "Melhor DJ". HeyCat e Valentina Luz levaram as estatuetas e utilizaram a vitória para falar sobre as dificuldades da indústria da música para as mulheres.
"Eu quero dedicar a todas as mulheres lésbicas que acreditam e botam cara aí. Essa profissão é muito difícil, muito machista, mas eu vou continuar", disse HeyCat ao receber o prêmio.
Valentina Luz, que foi bastante ovacionada pela plateia, afirmou que não esperava nem mesmo a indicação. "Venho de muita luta, se eu estou aqui hoje é por conta das mulheres que me criaram e abriram a porta para me colocar num local como multiartista. Eu vim para ficar".
Já Brisa Flow, vencedora da categoria de "Melhor Compositora", celebrou o prêmio por ser uma mulher indígena tendo o trabalho reconhecido no palco.
"Acho que é a primeira vez que uma mulher originária é presenteada na música", disse ela. "Estamos mudando o jogo. Quero dedicar esse prêmio a todas as meninas indígenas. Podemos ir muito longe. Fiquem vivas", acrescentou.
A premiação terminou com Margareth Menezes, próxima ministra da Cultura do Brasil. Em um show ovacionado, a artista projetou dias melhores para o país. "Somos nós que estaremos lá para refazer essa cultura do lugar que ela merece".
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