Após campanha nas redes, Tim anuncia retirada de patrocínio a Jovem Pan
A Tim informou que está solicitando a revisão dos seus anúncios veiculados no canal da Jovem Pan. A decisão veio após uma campanha nas redes sociais para que marcas desmonetizem o canal.
Em uma publicação feita no Twitter, em resposta ao perfil "Sleeping Giants Brasil", a operadora declarou:
"Olá! Já solicitamos a revisão dos nossos anúncios veiculados nesse canal. Reforçamos que a TIM não está ligada a movimentos políticos nem compactua com disseminação de notícias falsas e discurso de ódio."
O perfil, que se identifica como um "movimento de consumidores contra o financiamento do discurso de ódio e das fake news", publicou um vídeo compilando alguns trechos de noticiários da Jovem Pan sobre a invasão ao Capitólio dos Estados Unidos, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, por partidários do então presidente Donald Trump, protestando contra a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
Os trechos reunidos no vídeo mostram comentaristas e jornalistas da Jovem Pan dando legitimidade ao movimento e ao discurso de que as eleições, legítimas, teriam sido fraudadas. Em seguida, mostram os recentes ataques antidemocráticos em Brasília, realizados no último dia 12 por bolsonaristas.
"Recentemente, Brasília mostrou que seremos reféns de um novo Capitólio enquanto a Jovem Pan lucrar com discursos golpistas", completa o tuíte, pedindo que marcas reavaliem o patrocínio ao canal Jovem Pan.
No mesmo fio, o movimento também buscou respostas de outras marcas, como Caoa Chery, Huawei do Brasil e Banco Safra. Em novembro, o YouTube decidiu, por conta própria, desmonetizar canais da Jovem Pan por desinformação eleitoral.
'Acessório de Bolsonaro'
Demitido do grupo Jovem Pan dois dias depois do segundo turno das eleições, o jornalista Guga Noblat contou que considerava "difícil viver ali".
"A Jovem Pan durante as eleições, sem dúvida, se comportou muito como uma mídia bolsonarista, um acessório do Bolsonaro, que está a serviço da narrativa do Bolsonaro", contou, em entrevista a Splash.
Para Noblat, a emissora está no dilema de "como amenizar a linha editorial e conquistar mais anunciantes e mais credibilidade — porque ser muito extremista mancha a reputação de qualquer empresa — sem perder o público fiel e militante que garante uma audiência gigantesca".
"É muito difícil trocar essa imagem de rádio bolsonarista. É possível, a rádio tem 80 anos de história, tem mais história que seus atuais donos, mas é delicado e talvez passe por mudar a atual direção da rádio, o que não vai acontecer. Eles vão continuar tentando agradar esse público bolsonarista", opina.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.