Quais foram os famosos que brigaram com colegas para defender Bolsonaro?
A ferrenha disputa eleitoral entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) dividiu famílias e amigos. Na classe artística, o petista teve mais apoios, mas não foi unanimidade. Nos últimos meses, alguns famosos compraram brigas com colegas para defender Bolsonaro, derrotado nas urnas por Lula, que toma posse neste domingo (1º).
Splash reuniu algumas das desavenças entre os famosos. Confira:
Regina Duarte x José de Abreu
Em 2019, Regina Duarte falou sobre as críticas que recebeu do colega de profissão José de Abreu. Nas redes, o ator, deu algumas alfinetadas em Regina por conta de suas ideias políticas e do apoio dela a Bolsonaro.
Em uma ocasião, ele chegou a dizer que "tinha medo" dela, após Regina compartilhar um post defendendo o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas em entrevista ao TV Fama, a atriz disse que não se incomoda em partilhar suas opiniões nas redes.
"Olha, para mim está tudo ok porque estou vivendo numa democracia. Me sinto autorizada, por toda minha experiência de vida e por todas as minhas participações sociais e políticas anteriores, a me expressar!", disse ela.
Regina Duarte foi secretaria da Cultura de Bolsonaro entre os meses de março e maio de 2020. Ela foi nomeada para o cargo após a queda do ex-secretário Roberto Alvim, que havia feito diversas referências ao nazismo em um discurso — repetindo, inclusive, frases de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda na Alemanha nazista.
A atriz acabou deixando a secretaria após fazer nomeações consideradas "inadequadas" e ser criticada pelo presidente pelos períodos que passou longe de Brasília.
Mário Frias x Ingrid Guimarães
A atriz Ingrid Guimarães não gostou de um comentário de Bolsonaro sobre a varíola dos macacos. O presidente debochou de um apresentador ao sugerir que ele tomaria a vacina contra a doença por ser homossexual. A fala resultou em críticas da artista nas redes sociais, rebatidas por Mario Frias, apoiador do político e sucessor de Regina Duarte na Secretaria da Cultura.
"Meu Deus, que deprimente", lamentou a atriz. Já no Instagram, Frias utilizou o vídeo da entrevista de Bolsonaro junto do post feito pela colega de profissão e debochou:
"Se diz tão engraçada, mas não tem um pingo de senso de humor. Aliás, depende de quem faz a piada, não é mesmo? Se tivesse sido gravado em um estúdio da Globo com um de seus amiguinhos, tenho certeza que a Ingrid acharia super engraçado"
"Deprimente é se fazer de revoltadinha por conta de uma piada, mas aplaudir um bandido condenado que roubou o povo brasileiro, quase destruiu o nosso país e ainda bancou ditaduras sanguinárias pelo mundo com o nosso dinheiro. Deprimente é você e sua hipocrisia disfarçada de indignação!", completou Frias, que nesse ano se elegeu deputado federal pelo PL de Bolsonaro.
Ingrid, então, reagiu ao ler a provocação de Frias e voltou a fazer posts no Twitter. "Eu tenho uma peninha desse secretário desesperado para ganhar likes em cima de treta com artista. A pessoa não tem mais nada a dizer nem a fazer em um país com tantas questões a serem ditas! Fico lembrando que já tivemos um Gilberto Gil na cultura. Deprimente", rebateu ela.
Em outras publicações, a intérprete ainda ironizou a situação e pediu que os internautas tenham compaixão por Frias, pois o ator não tem talento. A artista também lamentou a fala de Bolsonaro:
"As pessoas confundem humor com piada de mau gosto. Avacalhar minorias, debochar da violência, brincar com doenças, só tem graça para quem faz. O limite da piada está no bom senso. Não disfarce seu preconceito com piada. A dor do outro não tem graça. Fica a dica."
Zé Neto x Anitta
Zé Neto, da dupla com Cristiano, e Anitta são protagonistas de uma das polêmicas que mais tem rendido assunto nos últimos tempos, isso porque um comentário do cantor sertanejo sobre a artista levou a uma grande discussão sobre o uso de dinheiro público para financiar shows, até mesmo com apresentações sendo canceladas. Além de, é claro, diversos comentários nas redes sociais.
Tudo começou com uma fala de Zé Neto durante um show em Sorriso, em Mato Grosso, em 13 de maio deste ano. Para exaltar o próprio sucesso e a cidade que o recebia, o cantor lançou uma provocação sobre a Lei Rouanet e os artistas que precisam "fazer tatuagem no toba" para mostrarem se estão bem ou mal:
Estamos aqui em Sorriso, Mato Grosso, um dos estados que sustentou o Brasil durante a pandemia. Não somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou mal. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente. Zé Neto, em show
É sabido que Anitta tem uma tatuagem íntima na região do ânus — a cantora falou sobre o desenho no reality "Ilhados com Beats", e até postou um vídeo retocando a tattoo no OnlyFans.
À época, seus fãs saíram em sua defesa, e famosos como Felipe Neto e GKay também ficaram do lado da funkeira.
Com a repercussão de sua fala, Zé Neto se pronunciou: "Não falei o nome de ninguém. Mas o engajamento está top. Mete o pau. Desculpa não responder todo mundo, é que tenho 23 shows neste mês. Então, vou descansar aqui. Beijo, pessoal", comentou o cantor, numa postagem no Instagram.
Digão, do Raimundos x Tico Santa Cruz, do Detonautas
Digão, do Raimundos e Tico Santa Cruz, vocalista do Detonautas, trocou farpas nas redes sociais no ano passado, após Pe Lu, ex-vocalista do Restart, ter criticado o posicionamento político de Digão, citando o cantor como um exemplo de "roqueiro reaça". Na época, Digão respondeu sugerindo que a carreira de Pe Lu havia sido esquecida e a discussão foi só aumentando.
Tico Santa Cruz acabou entrando no meio ao endossar a visão de Pe Lu sobre o músico do Raimundos durante uma live, chamando-o de "bunda mole"
"Ele não tem culhão para assumir que apoia um governo fascista. Mas que ele apertou o 17 [número de Bolsonaro na urna, em 2018], que se identifica com essas palhaçadas, é verdade. Digão, tu é um bunda mole. Roqueiro reacionário não combina. Daí vem o moleque do Restart e joga a verdade na sua cara", disse o vocalista do Detonautas na ocasião.
Cássia Kis x colegas de 'Travessia'
A atriz Cássia Kis foi evitada por colegas nos bastidores de "Travessia", novela que, segundo ela, marcará sua aposentadoria, conforme apurou a coluna de Lucas Pasin em Splash, em outubro deste ano.
Pessoas envolvidas na novela contaram à coluna que Cássia convocou insistentemente - pessoalmente e por meio do grupo de WhatsApp do elenco - que colegas rezassem para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ganhasse as eleições.
Ela encaminhava vídeos de orações e mandava notícias relacionadas à política. Segundo fontes, também encaminhava "fake news".
Além disso, segundo relatos, Cássia criou o costume de xingar funcionários da Globo e demonstrava perder a paciência facilmente quando era contrariada, proferindo palavrões. A atriz também começava a bater palmas quando queria que prestassem atenção nela, e interrompia as cenas para fazer orações, deixando outros atores esperando.
A atitude dela, segundo relatos, era sempre a mesma: se aproxima de alguém e inicia o assunto sobre religião e política até que o outro concorde com ela. O discurso, repetido muitas vezes, é o mesmo feito no lançamento de "Travessia", quando, em entrevista para a imprensa, defendeu Jair Bolsonaro (PL) e citou profecia: "Brasil vai derramar sangue".
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