Conheça as obras de arte danificadas por bolsonaristas nos atos golpistas
Bolsonaristas radicais invadiram as sedes dos três Poderes da República, no domingo (8), e deixaram um rastro de destruição nos principais edifícios de Brasília (DF). Os golpistas danificaram obras de arte de Di Cavalcanti e Alfredo Ceschiatti.
O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) lamentou o episódio por meio de nota enviada a Splash. "Técnicos do Iphan já estiveram no local desde a noite de domingo. O trabalho de levantamento e identificação de danos ao Patrimônio Cultural, entretanto, aguarda a efetiva liberação dos espaços por parte dos órgãos responsáveis pela perícia."
O instituto informou ainda que técnicos vão se reunir com a ministra Margareth Menezes, da Cultura, na tarde de hoje, "para discutir medidas de restabelecimento de todos os prédios e definir as ações de conservação e restauração dos bens protegidos pelo Iphan."
Conheça parte do acervo afetado
"Mulatas" (1962)
A tela do artista plástico brasileiro Di Cavalcanti foi pintada em 1962. O painel estava exposto em uma das paredes do terceiro andar do Palácio do Planalto e foi rasgado em ao menos cinco lugares diferentes durante os atos terroristas.
O artista foi um dos maiores ícones do movimento modernista da década de 1920. Com influência cubista e surrealista, ele foi um típico pintor brasileiro que representava temas populares, como o carnaval, as mulatas, o samba, as favelas e os operários.
"A Justiça" (1961)
A escultura de Alfredo Ceschiatti, de 1961, foi pichada durante os atos criminosos. A obra, que é feita de granito, fica em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal). O artista ficou conhecido por criar obras para para prédios projetados pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer.
A estátua, que possui cerca de três metros de altura e retrata uma Têmis sentada, foi pichada com a frase "perdeu, mané", em referência à declaração do ministro Luís Roberto Barroso ao ser importunado por um golpista durante viagem a Nova York, nos Estados Unidos, em novembro de 2022.
"Bailarina" (1920)
A obra de Victor Brecheret faz parte do acervo da Câmara dos Deputados e foi arrancada do suporte em que estava exposta. Procurada por Splash, porém, a assessoria de imprensa da casa legislativa confirmou que a obra não foi furtada durante os ataques.
A escultura é feita em bronze polido e representa a fase parisiense do artista, quando ele explora a delicadeza das formas nos temas femininos. Brecheret nasceu na Itália, em 1894, e se mudou para São Paulo em 1904. Ele é considerado o introdutor do modernismo na escultura brasileira.
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