Cantor se manifesta após viralizar em ataques em Brasília: 'Terrorista não'
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o cantor gospel Salomão Vieira registrou em live os ataques de bolsonaristas radicais em Brasília, no último domingo (8). Depois de seus vídeos viralizarem na internet, ele usou as redes sociais para negar que tenha participado da depredação a sede do STF, Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Após perder conta com mais de 300 mil curtidores no Instagram, o cantor gospel abriu um novo perfil para postar vídeo dizendo que ninguém irá encontrar registro dele atuando nos atos de vandalismo no Distrito Federal.
"Estou bem e tudo vai ficar bem [...] Quem me conhece ou conheceu, sabe e podem puxar toda a manifestação, nunca terá uma foto ou uma imagem de mim, Salomão, depredando ou quebrando algum bem público e privado, jamais. A informação de que eu Salomão sou terrorista não procede", disse ele.
"Eu desafio todos que procurem vídeos e não vai aparecer comigo quebrando, pichando ou atacando coisas em alguém. Estava, sim, em Brasília, porém, como milhões de pessoas com meu direito de cidadão de bem de ir e vir. A diferença é que eu estava transmitindo ao vivo, porque eu sou um influenciador", completou.
Salomão usava as redes sociais para promover campanhas com objetivo de arrecadar dinheiro para a compra de alimentos aos bolsonaristas que estavam acampados em frente aos quarteis em ato antidemocrático contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não fechei nenhuma caravana. Meu celular está à disposição e minha vida é pública. Não financiei nada. A única coisa que fiz como cidadão foi ajudar pessoas com alimentos, doações e disponibilizei meu Instagram pra isso", explicou.
Ele finalizou o vídeo pedindo aos seguidores que coloquem seu nome em oração. "Orem por mim", concluiu ele.
Fotos e vídeos de Salomão Vieira em meio aos bolsonaristas radicais transitando em Brasília circulam na internet deste o último final de semana.
Como aconteceu a invasão?
- Transmitida em lives por bolsonaristas radicais, a invasão teve início por volta das 15h, quando o grupo saiu em marcha do acampamento na frente do quartel-general do Exército e furou o bloqueio de PMs. Veja o momento da invasão ao Congresso.
- Muitos dos terroristas estavam munidos com máscaras de gás e capacetes --indícios de que o ataque foi planejado.
- Houve registro de agressão a um policial e a um cavalo da corporação e a jornalistas que cobriam os atos.
- A situação só foi controlada no meio da noite.
O que os terroristas depredaram?
- O plenário do STF.
- A porta do armário de togas com o nome do ministro Alexandre de Moraes.
- O Congresso foi inundado por causa da água usada para apagar o incêndio causado pelos terroristas.
- Obras de arte -- uma tela de Di Cavalcanti exposta no Palácio do Planalto foi rasgada em ao menos três locais diferentes.
- Presentes dados por autoridades estrangeiras ao país e armas e munição do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) foram saqueadas no Planalto.
O que a polícia fez?
- Lançou bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo para desocupar os prédios, mas a situação só foi controlada à noite.
- Um documento obtido pelo UOL prova que a polícia sabia dos atos e não executou o plano previsto para contê-las. As autoridades federais agora irão investigar se os agentes foram coniventes e permitiram a ação dos invasores.
- Vídeo que circula nas redes sociais flagrou policiais militares fazendo imagens e conversando com bolsonaristas enquanto o Congresso era invadido.
- Poucas horas depois das invasões, Ibaneis demitiu Anderson Torres da secretaria de Segurança. Ex-ministro de Bolsonaro, Torres está nos Estados Unidos.
Quantas pessoas foram presas?
- Segundo balanço da Polícia Civil do DF divulgado na manhã de hoje, são 300 pessoas.
- Elas estão passando por exame de corpo de delito, sendo identificadas e ouvidas nos autos do inquérito que investiga os atos criminosos.
Como Lula reagiu aos ataques?
- Decretou intervenção federal na segurança do DF -- a medida tira o comando da área do governador e coloca as polícias e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal sob o controle da União. Ricardo Capelli é o interventor;
- sinalizou para a busca da responsabilização penal de Bolsonaro e de aliados dele que estimularam ataques contra o Congresso e o STF ao longo dos últimos anos;
- afirmou que as autoridades da área de segurança pública tiveram "incompetência, má vontade ou má-fé" e lembrou do quebra-quebra no dia de sua diplomação, em dezembro, com a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.
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