JP afasta Constantino, Zoe e Paulo Figueiredo durante investigação do MPF
A Jovem Pan afastou os comentaristas Rodrigo Constantino, Zoe Martinez e Paulo Figueiredo após o Ministério Público Federal abrir uma investigação para apurar a conduta da emissora. A informação foi apurada por Splash.
O MPF está analisando a divulgação de informações falsas sobre as instituições públicas brasileiras e o potencial de incentivo aos atos golpistas que ocorreram no último domingo (8) em Brasília.
Os comentários que motivaram investigação
- Alexandre Garcia fez uma leitura distorcida da Constituição brasileira. "Nos últimos dois meses as pessoas ficaram paradas esperando por uma tutela das Forças Armadas. A tutela não veio. Então resolveram tomar a iniciativa", disse o jornalista.
- O comentarista fez uma manobra narrativa com o objetivo de legitimar ações de destruição "do que acredita ser um contexto de inação das instituições", justificou o MPF.
- Paulo Figueiredo tentou validar atos de vandalismo. "As pessoas estão revoltadas com a forma como o processo eleitoral foi conduzido, elas estão revoltadas com a truculência com que certas instituições têm violado a nossa Constituição", disse o comentarista político após os ataques golpistas, em Brasília (DF).
- Em 22 de dezembro, Figueiredo resumiu o cenário político a duas alternativas: a aceitação de "uma eleição sem transparência, sem legitimidade, sem confiança da população" ou o início de uma guerra civil.
- Fernando Capez minimizou atos golpistas. "Um ou outro vândalo que se infiltra, mas 99,9% são pessoas que estão ali expondo a sua indignação, sua maneira de pensar", opinou o ex-deputado estadual por SP.
- Rodrigo Constantino afirmou, em novembro de 2022, que os resultados das eleições do país são frutos de "um malabarismo do Supremo".
- Zoe Martinez defendeu que as Forças Armadas destituíssem os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), em participação na emissora, em 21 de dezembro de 2022.
O que diz o MPF? Em nota divulgada ontem, a Procuradoria afirma que a Jovem Pan "tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional" e cita especificamente a transmissão feita durante a invasão criminosa aos prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
"O foco da investigação será a veiculação de notícias falsas e comentários abusivos pela emissora, sobretudo contra os Poderes constituídos e a organização dos processos democráticos do país", informou o comunicado.
Jovem Pan mudou comando. Ontem, a emissora confirmou que Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, renunciou à presidência. Roberto Araújo, antes CEO, assumiu o comando. Tutinha continua sendo o acionista majoritário da empresa.
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