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Polícia na Globo, pedofilia, zoofilia e AVC: as maiores polêmicas do BBB

Os participantes Laércio de Moura, Marielza e Cássio Lannes são alguns dos que protagonizaram momentos polêmicos do "BBB" por razões diferentes - Reprodução
Os participantes Laércio de Moura, Marielza e Cássio Lannes são alguns dos que protagonizaram momentos polêmicos do "BBB" por razões diferentes Imagem: Reprodução

Tiago Minervino

Colaboração para Splash, em Maceió

10/01/2023 04h00

Prestes a estrear sua vigésima terceira edição, o Big Brother Brasil (Globo) acumula algumas belas polêmicas no decorrer de suas temporadas.

De acusações de pedofilia e zoofilia a participante que sofreu AVC (acidente vascular cerebral) dentro da hidromassagem e a polícia indo aos estúdios da Globo para apreender passaporte de um confinado, o reality show tem algumas histórias surpreendentes que valem a pena rememorar.

Splash, claro, conta tudinho!

Participante preso por pedofilia

Laércio de Moura - Divulgação/Globo - Divulgação/Globo
Laércio de Moura
Imagem: Divulgação/Globo

Escalado para integrar o elenco do BBB 16, Laércio de Moura gerou polêmica ao admitir ter o hábito de se relacionar com mulheres mais novas, algumas, inclusive, menores de idade.

"Só aparecem novinha mesmo, tipo, 17, 18, 20 [anos]", declarou o paranaense, que chegou a ser chamado de pedófilo pela colega de confinamento Ana Paula Renault. Moura foi eliminado em um paredão contra a mineira.

Após as declarações de Laércio, a Justiça abriu investigação para apurar os fatos. Em maio daquele mesmo ano, o ex-participante foi preso acusado de ter oferecido bebida alcoólica e de ter abusado de uma adolescente de 13 anos.

Laércio foi condenado a 12 anos de prisão por estupro de vulnerável e cumpre pena na Casa de Custódia de Curitiba, no Paraná.

'Atravessei uma afrodescendente'

Cássio Lannes - Divulgação/Globo - Divulgação/Globo
Cássio Lannes, do "BBB14", acusado de racismo por comentários no reality
Imagem: Divulgação/Globo

Outra declaração polêmica e alvo da Justiça foi dada pelo ex-brother Cássio Lannes, do BBB 14.

Na ocasião, o gaúcho relatou, durante uma conversa com a humorista Tatá Werneck, que fez uma participação especial naquela edição com a personagem Valdirene, da novela "Amor à Vida" (Globo, 2013), que respondia a um processo criminal acusado de assassinato por ter "atravessado uma afrodescendente" em um ato sexual.

Cássio: "Eu sei que tu [Tatá] é muito baixinha. O que tu acha de um homem de verdade que tem 1,97m de altura".

Tatá: "Uma amiga minha veio a óbito já".

Cássio: "Aconteceu comigo. Eu tô respondendo um processo. É sério, não ri, de verdade. Eu tô respondendo um processo até hoje, por assassinato, entende? Olha para mim e não ri. Tu acha engraçado, mas eu acho triste. Eu quase não entrei na casa por causa do processo. Eu falo nega, nego, porque é a que eu atravessei... que eu... desculpa. Sério. Ela era afrodescendente. E eu acho que assim, uma afrodescendente costuma se relacionar com? Com afrodescendentes. E eu pensei: pô, aguenta tudo. E eu atravessei. E eu até hoje sou acusado de assassinato, entende?"

Tatá: "Eu acho que ele está bêbado!"

À época, os familiares de Cássio classificaram o episódio como "uma brincadeira idiota" e o chamaram de "sem noção" por falar "aquela bobagem que parecia ser uma parada séria".

O MPF-RJ (Ministério Público Federal do Rio de Janeiro) chegou a receber uma representação para apurar o caso sob acusação de racismo, mas Cássio Lannes não foi punido.

Marcos Harter

Marcos Harter - Reprodução/R7 - Reprodução/R7
Marcos Harter
Imagem: Reprodução/R7

Um dos participantes mais polêmicos de todo o reality, o médico Marcos Harter foi acusado de ter agredido fisicamente Emilly Araújo, com quem ele se envolveu no confinamento.

Conforme foi mostrado pela emissora, Harter beliscou e pressionou Emilly contra a parede, deixando alguns hematomas. A ex-sister, que foi a campeã daquela temporada, chegou a reclamar com a produção do programa sobre o ocorrido.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar o ex-brother e a Globo optou por expulsá-lo da competição. Ele chegou a ser proibido de praticar medicina por seis meses, mas acabou sendo inocentado.

Daniel Echaniz

Daniel Echaniz - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Daniel Echaniz foi acusado de estupro da colega Monique no BBB 12
Imagem: Reprodução/TV Globo

Daniel Echaniz foi expulso Big Brother Brasil 12 suspeito de ter estuprado outra participante do programa, Monique Amin, durante uma festa do programa.

No dia da expulsão, a polícia do Rio de Janeiro foi até o Projac, onde ficam os estúdios da emissora carioca, e apreendeu o passaporte do participante. No entanto, as autoridades concluíram que ele era inocente e o inquérito foi arquivado — Monique, depois, afirmou que a relação havia sido consensual.

AVC na hidro

Marielza - Reprodução - Reprodução
Marielza foi desclassificada do "BBB" após sofrer AVC
Imagem: Reprodução

Na quinta edição do programa, a participante Marielza assustou a produção da Globo e os telespectadores após sofrer um AVC enquanto tomava banho na hidromassagem, do lado externo da casa.

O participante Rogério Padovan, formado em medicina, prestou os primeiros socorros dentro da casa e Marielza, felizmente, sobreviveu. A ex-sister deixou o jogo após o susto.

Marielza foi selecionada para o reality após ser sorteada em uma promoção popular. Conforme foi revelado pela Folha de S.Paulo, a emissora sabia dos riscos de escalar a baiana para a competição, devido ao histórico dela com tabaco, a idade e ao sedentarismo.

"A Globo sempre soube que ela tinha fatores de risco e nos pediu que definíssemos quais riscos eram esses", disse o médico Artur Cotrim, ressaltando que a baiana chegou a ser submetida a cinco exames, mais rigorosos do que os aplicados aos demais participantes.

Ela precisou fazer um ecocardiograma, um teste ergométrico, uma cintilografia miocárdica, uma ressonância magnética e um teste de reatividade cardiovascular ao estresse. Porém, segundo Cotrim disse à Folha, os exames não detectaram nenhum empecilho ao confinamento da participante.

Após sua eliminação do BBB 5, quando foi substituída pela vendedora Aline, Marielza chegou a sofrer mais dois AVCs. Em declaração ao Extra, ela descreveu a si mesma como uma "sobrevivente".

Zoofilia

A suposta prática ou apologia à zoofilia, que é o sexo com animais, já gerou polêmica em algumas edições do BBB.

Na décima nona edição do reality, o participante Maycon Santos, durante uma conversa com Danrley, disse que teria perdido a virgindade com uma bezerra. Posteriormente, ele negou.

Mesmo assim, a Justiça abriu inquérito para investigar as falas do mineiro. Em junho daquele ano, a Justiça do Rio de Janeiro arquivou as investigações do caso. Maycon chegou a comemorar a decisão.

"Foi uma brincadeira de mau gosto que fiz e foi mal interpretada. Estou feliz que deu tudo certo", afirmou.

Na edição seguinte, BBB 20, o arquiteto Felipe Prior polemizou ao dizer que a prática de zoofilia seria algo "normal" entre seus funcionários durante uma conversa com a influencer Mari Gonzalez.

"Tem gente que tem muito [fetiche], que fica excitado mesmo. Tem gente que transa com animal", disse Mari.

"Os peões da obra falam que tudo no Nordeste, na época, mandava pau", falou Prior.

"É anormal para a gente. Mas é normal para a pessoa e tudo bem também se a pessoa quer comer um animal", tentou justificar Gonzalez.

Foi nesse momento que Prior disse que um de seus funcionários teria dito ter o hábito de transar com cabras.

"Ele usa camisinha?", questionou a influencer.

"Usa nada. O pessoal tudo fala [na obra]: 'quem aí nunca deu um talento em uma cabrinha?' Os caras falam que a cabrinha até gritam o nome", completou o arquiteto.

À época, o MP-RJ chegou a abrir inquérito para apurar as falas de Mari e Prior.

Vanderson Brito

Vanderson Brito - Daniel Cruz/Divulgação   - Daniel Cruz/Divulgação
Ex-BBB Vanderson Brito
Imagem: Daniel Cruz/Divulgação

Um dia antes de entrar no BBB 19, Vanderson Brito foi acusado de estupro, agressão física e importunação sexual em denúncia feita na Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), em Rio Branco (AC).

Já na casa, o acreano foi expulso pela Globo por ter sido intimado a prestar depoimento. Posteriormente, ele foi inocentado pela Justiça do Acre e as denúncias arquivadas.

Conforme a delegada responsável pelas investigações sobre a suspeita de estupro, Juliana De Angelis, a denúncia foi arquivada por decadência, ou seja, como o suposto estupro teria ocorrido em 2016, a lei exigia que a vítima tivesse denunciado a agressão em um prazo de até seis meses, o que não aconteceu.

Posteriormente, com as denúncias arquivadas, Brito moveu ações de indenização material e moral, com reparação de danos, contra internautas por postagens caluniosas na internet. Em 2021, a 2º Turma Recursal dos Juizados Especial determinou que Vanderson fosse indenizado em R$ 3.000 por danos morais, valor que ele classificou como "irrisório".