'Qual é a tua?': Entenda a treta entre Chico Pinheiro e Glenn Greenwald

Os jornalistas Chico Pinheiro, 69, e Glenn Greenwald, 55, discutiram no Twitter após o fundador do Intercept Brasil questionar as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF em reação aos ataques golpistas em Brasília.

Criticado por Chico Pinheiro, Glenn foi enaltecido pela esquerda durante a "Vaza Jato". O jornalista foi um dos principais responsáveis pelas reportagens que denunciaram a conduta de Sergio Moro e procuradores do Ministério Público durante a Operação Lava Jato.

Desta vez, Glenn está do lado oposto dos apoiadores do presidente Lula (PT). O jornalista americano é crítico "do poder que Alexandre de Moraes exerce no Brasil". Ele ainda ironizou o endosso da esquerda a Moraes, que foi indicado por Michel Temer (MDB), ex-presidente muitas vezes chamado de golpista por petistas.

Apesar do estranhamento de Chico Pinheiro, esta não é a primeira vez que o conflito acontece. O jornalista já teve divergências nas redes sociais sobre outros temas, especialmente as eleições do seu país natal. Glenn é um crítico do presidente americano Joe Biden, endossado pela esquerda brasileira na sua campanha contra o ex-presidente Donald Trump.

Veja a troca de mensagens entre Glenn Greenwald e Chico Pinheiro:

Na noite de ontem, Glenn questionou na rede social:

Em outro tuíte, Glenn diz ser uma ironia que Moraes tenha sido indicado por Michel Temer (MDB).

Uma das maiores ironias da extraordinária popularidade de Moraes entre a mídia corporativa e a esquerda foi que ele serviu como Ministro da Justiça, e depois foi indicado para o STF, por um presidente e governo amplamente considerado na época não só ilegítimo, mas "golpista". Glenn Greenwald

"Qual é a tua?", questionou Chico Pinheiro ao colega de profissão.

O estranhamento de Chico pode ser atribuído ao fato de que Glenn Greenwald se tornou um personagem popular entre grupos progressistas, que hoje em sua maioria defendem a conduta do ministro Moraes,

Glenn, então, disse que a pergunta do ex-jornalista da Globo era parte de uma tática para "silenciar os críticos".

Não preciso de palestras sobre os perigos aqui. Morei em Manhattan no dia 11 de setembro. Minha família tem sido o principal alvo dos que invadiram os prédios de Brasília. Mas também pode haver perigos graves nos poderes reivindicados pelas autoridades em nome de "segurança".Glenn Greenwald

O jornalista disse também que não é "fascista" questionar o governo ou os poderes tomados pelas autoridades em nome da segurança. "O que é fascista é criar um clima que proíbe questionamento das autoridades, ou igualar críticas a ser 'pró-terrorista'".

Por fim, Glenn concluiu:

A Constituição, como disse Lula, está em pleno vigor. Ela garante o direito de imprensa livre. Portanto, continuarei fazendo o trabalho dos jornalistas: questionando, não me curvando, às autoridades do estado. Isso é democracia. E é mais necessário do que nunca agora.