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ANÁLISE

'Os Fabelmans' é a 'volta olímpica' de Steven Spielberg

Em "Os Fabelmans", Steven Spielberg revela como se apaixonou pelo cinema e a conturbada relação com os pais - Divulgação/Universal Pictures
Em 'Os Fabelmans', Steven Spielberg revela como se apaixonou pelo cinema e a conturbada relação com os pais Imagem: Divulgação/Universal Pictures

Renan Martins Frade

Colaboração para UOL

12/01/2023 12h00

Esta é a versão online da edição desta quinta-feira (12) da newsletter Na Sua Tela. Nesta semana, destaques para "Os Fabelmans", "I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston" e outros filmes que chegam aos cinemas e aos streamings, além de uma curadoria do que vale assistir. Quer receber a edição da semana que vem no seu e-mail? Inscreva-se. Os assinantes UOL ainda têm mais de 10 newsletters exclusivas.


Começou a temporada de premiações de Hollywood. Realizado na última terça (10), o Globo de Ouro (mesmo perdendo prestígio) marca o começo dessa fase do ano cheia de glamour, estatuetas e discursos. Mas não é só isso: este também é o momento no qual são lançados muitos dos favoritos ao Oscar.

É por isso que, nesta quinta (12), chega aos cinemas brasileiros o longa-metragem "Os Fabelmans". Um dos grandes vencedores do Globo de Ouro, o filme é dirigido por Steven Spielberg e tem tudo para conquistar um espaço no Oscar 2023, que acontece em 12 de março.

Mas não é só isso que torna "Os Fabelmans" uma obra especial: a história é profundamente inspirada na vida do próprio Spielberg e como ele se apaixonou pelo cinema - ainda que com outros nomes e liberdades poéticas.

Um amor que o cineasta retribuiu, nos encantando por mais de cinco décadas com filmes incríveis e marcantes. Aproveitando o gancho da estreia de "Os Fabelmans", o Na Sua Tela desta semana faz um verdadeiro tributo a Spielberg, sugerindo outros longas dirigidos por ele e disponíveis em streamings como Netflix, HBO Max e Amazon Prime Video.

Agora, não é só "Os Fabelmans" que chega à tela grande nesta semana. A lista de estreias ainda inclui "I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston" e "Nas Ondas da Fé" (comédia estrelada por Marcelo Adnet).


O que não vai faltar é filme para curtir.

O que tem de novo?

OS FABELMANS

Os Fabelmans - imagem - Divulgação/Universal Studios - Divulgação/Universal Studios
Gabriel LaBelle interpreta Sammy, personagem inspirado no próprio Spielberg
Imagem: Divulgação/Universal Studios

  • Assista ao trailer
  • Onde: nos cinemas - clique aqui para comprar ingressos
  • O que tem de bom: Quando um grande cineasta resolve olhar para a sua própria vida em um processo de autoterapia, pode ter certeza de que isso resultará em um filme. Em "Os Fabelmans", o objeto dessa sessão é ninguém menos que Steven Spielberg, que exuma os esqueletos de sua infância e adolescência - incluindo a origem de sua fascinação pelo cinema, a relação com os pais e com suas raízes judaicas. Há, claro, liberdades poéticas (o diretor troca nomes, incluindo o seu próprio, para não ficar preso aos fatos), mas o importante é que Spielberg transmite para a tela as suas emoções, descobertas e amadurecimento. Por esse processo, o diretor se reconcilia com a família, colegas de escola e com a sua própria arte, fechando o ciclo da vida. É, de certa forma, como a "volta olímpica" de um grande campeão: Spielberg, aos 76 anos, está se abrindo ao público para receber todos os louros (e prêmios, como o Globo de Ouro de Melhor Filme de Drama) por uma uma carreira genial.
  • O que te faz sentir: saudosismo, descoberta
  • A opinião de Roberto Sadvoski: "Não é todo artista que tem a chance de observar o próprio passado, e 'Os Fabelmans' não foge de uma certa autoindulgência ao romantizar seu próprio legado. 'Belfast' e 'Bardo' são dois exemplos recentes de resgate histórico em que as falhas são superadas pelo talento de seus realizadores. O que surpreende nessa jornada empreendida por Spielberg é sua disposição em escancarar os próprios defeitos - e, num grau ainda mais acentuado, os de seus pais -, ao mesmo tempo em que adota um tom reconciliador, de ternura e compreensão. Aos 76 anos, e depois de expor em diversas vezes sua visão de famílias fragmentadas em sua arte, o diretor finalmente compartilha com o mundo que está em paz." (leia a crítica completa)

I WANNA DANCE WITH SOMEBODY: A HISTÓRIA DE WHITNEY HOUSTON

I Wanna Dance With Somebody - imagem - Divulgação/Sony Pictures - Divulgação/Sony Pictures
Naomi Ackie é Whitney Houston na cinebiografia da cantora
Imagem: Divulgação/Sony Pictures

  • Assista ao trailer
  • Onde: nos cinemas
  • O que tem de bom: Whitney Houston foi uma das grandes cantoras da história da música moderna, com um dom tão marcante que lhe rendeu o apelido de A Voz. Dirigido por Kasi Lemmons ("Harriet"), "I Wanna Dance With Somebody" conta a trajetória de Whitney, indo da sombra da mãe (Cissy Houston, cantora gospel que alcançou certo sucesso) ao estrelato mundial. O longa-metragem passa por quase todos os aspectos da vida da protagonista, em uma produção bastante tradicional e linear. Ou seja, mesmo que falte um lado mais artístico para a obra, os fãs vão adorar - tudo enquanto curtem os principais hits de Houston. Nas atuações, Naomi Ackie vai bem encarnando a protagonista, ainda que não se aventure a cantar, mas é Stanley Tucci que rouba a cena no papel do mítico produtor musical Clive Davis.
  • O que te faz sentir: nostalgia, empatia
  • Extra direto de Splash: Por que momento trágico ficou de fora da cinebiografia de Whitney Houston?

NAS ONDAS DA FÉ

Nas Ondas da Fé - imagem - Divulgação/Imagem Filmes - Divulgação/Imagem Filmes
Em 'Nas Ondas da Fé', Adnet vai atrás do sonho de ser locutor, mas encontra outra coisa
Imagem: Divulgação/Imagem Filmes

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  • Onde: nos cinemas
  • O que tem de bom: Marcelo Adnet é, há alguns anos, um importante nome da nova geração do humor nacional. "Nas Ondas da Fé" é produzido, co-escrito e estrelado pelo próprio Adnet, contando uma história sobre os meandros da religião no Brasil. No longa, o ator é Hickson, um homem do subúrbio do Rio que sonha em ser um locutor famoso - mas que, no caminho, esbarra na forte presença das igrejas neopentecostais no rádio. O enorme poder de comunicação de Hickson é rapidamente capturado por pessoas corruptas, que tentam utilizá-lo para contrariar os próprios princípios da religião. Esse, no entanto, não é o fim, mas o começo de uma jornada que faz o protagonista se conectar com a sua fé e com os fiéis. Por tudo isso, esta não é uma comédia comum, mas que procura usar o humor para fazer denúncia enquanto joga uma luz naqueles pastores que, sim, possuem um compromisso com suas igrejas. Infelizmente, falta ao longa uma compreensão maior do significado da fé, principalmente nos subúrbios que retrata.
  • O que te faz sentir: desapontamento, inspiração

Nesta semana vale destacar ainda a estreia de "Esquema de Risco: Operação Fortuna", dirigido por Guy Ritchie (de "Sherlock Holmes") e estrelado por Jason Statham, Hugh Grant e Aubrey Plaza. O filme está em cartaz nos cinemas, clique aqui para comprar ingressos.

Um tributo a Steven Spielberg

Spielberg - Getty Images - Getty Images
Steven Spielberg venceu o Globo de Ouro de direção e filme com 'Os Fabelmans', iniciando a 'volta olímpica' de sua carreira
Imagem: Getty Images

Existe uma Hollywood antes e outra depois de Steven Spielberg. A afirmação não é exagero: o cineasta, junto a nomes como Francis Ford Coppola e Martin Scorsese, reinventou uma indústria que na época estava em franca decadência, revitalizando a sétima arte.

Um dos méritos de Spielberg foi encontrar o equilíbrio perfeito entre arte e negócio. Afinal, o diretor desenvolveu um estilo marcante e apaixonado, que eleva a experiência cinematográfica - ao mesmo tempo em que ajudou a recriar os filmes enquanto produto, dando origem aos blockbusters (aqueles lançamentos campeões de bilheteria).

É por isso que, se Spielberg deve muito ao cinema, o cinema deve muito a ele. E nós, cinéfilos, também.

O já mencionado "Os Fabelmans" deixa cristalina a base do que fez de Steven Spielberg um dos maiores diretores do cinema mundial. Para continuar nessa viagem, a seguir você encontra alguns dos longas-metragens do cineasta, todos disponíveis para assistir no streaming.


TUBARÃO

Tubarão filme - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
Em 1975 era complicado fazer um tubarão verossímil, mas Spielberg transforma a dificuldade em vantagem
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Prime Video, Telecine
  • O que tem de bom: A trajetória de "Tubarão" (1975) é curiosa. Steven Spielberg tinha apenas 26 anos e pouca experiência quando foi escalado para a cadeira de diretor. Ainda que inicialmente empolgado, ele ficou inseguro com a missão. Pior: o orçamento não era grande, assim como a tecnologia da época era extremamente limitada. São justamente essas dificuldades que fazem de "Tubarão" algo grandioso, com uma história sobre homem versus natureza e os limites da ganância. Quase não vemos o vilão, mas a presença dele é sentida todo o tempo, muito com a ajuda da trilha primorosa de John Williams. Foi um sucesso absoluto em seu tempo, rendendo quase US$ 500 milhões de bilheteria para um orçamento de US$ 9 milhões - e, hoje, é considerado o grande protótipo dos blockbusters. É bom ressaltar que nem tudo da obra envelheceu bem, mas ainda assim é um filme que merece ser apreciado com olhar crítico, levando em conta o contexto da época.
  • O que te faz sentir: pavor, perseguição

CONTATOS IMEDIATOS DO TERCEIRO GRAU

Contatos Imediatos do Terceiro Grau - imagem - Divulgação/Sony Pictures - Divulgação/Sony Pictures
'Contatos Imediatos do Terceiro Grau' tira o fôlego do espectador até os dias atuais
Imagem: Divulgação/Sony Pictures

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  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: Com o sucesso de "Tubarão", Spielberg teve a oportunidade de realizar um dos seus primeiros sonhos: produzir um filme sobre ovnis. O resultado é "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (1977), que traz a história de Roy (Richard Dreyfuss) - um homem que tem a pacata vida no interior transformada após ter contato com ETs. Dessa forma, o longa evoca a nossa pequenez no cosmos, brincando com (ou introduzindo) muitos dos clichês da ficção científica. Tudo isso temperado por um visual de tirar o fôlego (para a época), usando a luz e a música como elemento de comunicação - revelando que existem formas de se comunicar para além daquelas que conhecemos.
  • O que te faz sentir: curiosidade, assombro

E.T.: O EXTRATERRESTRE

E.T. - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
'E.T.' é um dos maiores sucessos da história do cinema
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Prime Video, Telecine
  • O que tem de bom: Poucos filmes são tão marcantes quanto "E.T.: O Extraterrestre" (1982). Aqui, Spielberg volta à temática espacial para contar a trajetória de um jovem alienígena que fica preso na Terra e faz amizade com um garoto de dez anos, chamado Elliot (Henry Thomas). Sem um saber a língua do outro, mas com extrema empatia, eles criam uma conexão quase que instantânea - em uma das mais belas histórias de amadurecimento produzidas em Hollywood. Nem tudo é perfeito, infelizmente: surge mais uma vez a ganância desenfreada e o medo do desconhecido por parte dos adultos, temáticas comuns da filmografia do cineasta. Sucesso absoluto, que ficaria por uma década como a maior bilheteria da história do cinema.
  • O que te faz sentir: liberdade, assombro


A LISTA DE SCHINDLER

A Lista de Schindler - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
A menina de vermelho em 'A Lista de Schindler': essa é a única cor em todo o filme
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Netflix, Telecine
  • O que tem de bom: Poucos diretores conseguem utilizar a linguagem cinematográfica para emocionar quanto Spielberg - e ele vai ao ápice com "A Lista de Schindler" (1993). O filme traz um tema próximo ao coração do cineasta, que é descendente de judeus da Ucrânia, ao adaptar a história real de Oskar Schindler (em uma impecável interpretação de Liam Neeson). Ainda no começo do domínio nazista, Oskar acreditava que poderia lucrar com a exploração dos judeus, mas o contato com aquelas pessoas e o avanço das atrocidades acaba por finalmente tocar o coração do empresário - que se coloca em risco para livrar o máximo possível de pessoas do trágico destino do Holocausto. Spielberg retrata esse momento como ninguém, principalmente na transformação do protagonista. Tudo isso é coberto por uma linda e triste fotografia, quase totalmente em preto branco - há uma única cor, no vestido de uma menina, que se revela um importante recurso narrativo. O longa-metragem ganhou sete Oscars, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Fotografia.
  • O que te faz sentir: tristeza, fragilidade

JURASSIC PARK: PARQUE DOS DINOSSAUROS

Jurassic Park - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
Uma das cenas de 'Jurassic Park' que exemplifica a genialidade Spielberg na hora de contar histórias e incitar emoções
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Prime Video, Star+, Telecine
  • O que tem de bom: 1993 foi realmente mágico para Spielberg. Foi nesse ano que ele também lançou outro filme marcante: "Jurassic Park: Parque dos Dinossauros" - um projeto bem mais comercial que "A Lista de Schindler", mas que também tem o toque mágico do cineasta. A história é aquela que você conhece: um empresário que "não poupa recursos" (interpretado por Richard Attenborough) resolve criar o parque de diversões definitivo, manipulando a genética e trazendo de volta os dinossauros. Para se respaldar contra as críticas, ele chama um grupo de cientistas (Sam Neill, Laura Dern e Jeff Goldblum) para um "soft opening" do local, só que tudo dá errado. O longa bateu o recorde de bilheteria de "E.T." e rendeu uma franquia bilionária de muito sucesso, mas fica o convite para rever o primeiro capítulo com um novo olhar - seja pelos feitos de tecnologia (misturando efeitos práticos com computação gráfica, uma novidade na época), seja pela crítica à falta de escrúpulos no show business.
  • O que te faz sentir: perseguição, inferioridade


INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA

Indiana Jones - imagem - Divulgação/Paramount Pictures - Divulgação/Paramount Pictures
A química de Sean Connery e Harrison Ford em cena é inigualável
Imagem: Divulgação/Paramount Pictures

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  • Onde: para alugar ou comprar em Apple TV, Google Play, YouTube e Claro tv+
  • O que tem de bom: A trilogia original de "Indiana Jones" é digna de nota - e todos os filmes estão disponíveis nas plataformas de aluguel e compra. Porém, "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989) é o ápice da saga, por diversos motivos. No longa, que se passa em 1938, Indy (Harrison Ford) descobre que o pai, Henry Jones (Sean Connery), foi sequestrado pelos nazistas enquanto estava em busca do Cálice Sagrado de Jesus. Para salvá-lo, o professor e arqueólogo embarca em uma aventura divertida e de tirar o fôlego, que tem sacadas hilárias - incluindo a interação entre pai e filho. Vale lembrar que Indy retorna aos cinemas em 2023 com um filme inédito, chamado "Indiana Jones e o Chamado do Destino". A estreia do novo longa está programada para junho (clique aqui para assistir ao trailer).
  • O que te faz sentir: empolgação, coragem


A COR PÚRPURA

A Cor Púrpura - imagem - Divulgação/Warner Bros. - Divulgação/Warner Bros.
'A Cor Púrpura' representou uma virada na filmografia de Spielberg
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

  • Assista ao trailer
  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: "A Cor Púrpura" (1985) é um marco na carreira de Steven Spielberg. Até então, ele era conhecido pelos filmes comerciais, de grande sucesso, como os mencionados "Tubarão" e "E.T.". Aqui o cineasta se volta a um tema mais profundo e delicado, visitando outros aspectos da sua própria relação com a arte cinematográfica. O longa adapta a obra de mesmo nome, vencedora do Pulitzer (o grande prêmio do jornalismo e da literatura dos EUA), sobre uma jovem preta (Celie Harris Johnson na fase jovem, e Whoopi Goldberg na adulta) enfrentando a dura vida de uma mulher negra no começo do século 20 - incluindo preconceito, misoginia, violência e sexismo. Destaque para a atuação de Goldberg, assim como as grandes presenças de Oprah Winfrey, Margaret Avery e Danny Glover.
  • O que te faz sentir: raiva, amargura


AMISTAD

Amistad - imagem - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
'Amistad' é baseado em um dos mais importantes julgamentos do judiciário dos EUA
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

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  • Onde: Netflix
  • O que tem de bom: Em 1839 um grupo de escravizados assumiu o controle do navio espanhol La Amistad, que havia partido de Cuba, com o objetivo de retornar para a África. Porém, os amotinados foram traídos, com a embarcação sendo levada até os EUA - o que transformou o caso em um incidente internacional. "Amistad" (1997) adapta esses acontecimentos, principalmente da grande batalha legal que se seguiu. Afinal, aqueles homens eram propriedade dos espanhóis ou pessoas livres, com direito de inclusive usar a força para fugirem de seus captores? A resposta é clara para nós em 2023, mas o julgamento ocorreu dentro de um contexto onde não só a Espanha tinha grandes interesses, mas no qual o tema da escravatura dividia os Estados Unidos - e que, alguns anos depois, desembocou em uma Guerra Civil. O resultado do julgamento pavimentou o caminho das transformações sociais que se seguiram, e o olhar de Spielberg tem a sensibilidade e o engajamento para transformar esse conto de liberdade em um relato icônico. O elenco é estrelado, contando com Djimon Hounsou, Anthony Hopkins, Morgan Freeman, Matthew McConaughey, Anna Paquin, Chiwetel Ejiofor e muitos mais.
  • O que te faz sentir: coragem, raiva


MINORITY REPORT: A NOVA LEI

Minority Report' - imagem - Divulgação/Disney - Divulgação/Disney
Tom Cruise se encontra com Steven Spielberg em 'Minority Report', de 2002
Imagem: Divulgação/Disney

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  • Onde: UOL Play, Paramount+, Netflix
  • O que tem de bom: Steven Spielberg e Tom Cruise juntos: é isso que acontece em "Minority Report: A Nova Lei" (2002). No longa, o cineasta retorna às suas origens na ficção científica, com um enredo livremente baseado em um conto escrito por um mestre do gênero, Philip K. Dick. A história é sobre uma sociedade futurista onde é possível prever crimes antes que aconteçam. Cruise é um policial responsável por deter esses futuros criminosos, mas uma série de dilemas morais surgem. Afinal, se um delito ainda não foi cometido, ele é passível de punição? Mais: onde fica o nosso livre arbítrio? Um filme de ação provocativo, que nos faz pensar sobre o futuro da tecnologia e o papel das forças policiais.
  • O que te faz sentir: incerteza, surpresa


IMPÉRIO DO SOL

Império do Sol - imagem - Divulgação/Warner Bros.  - Divulgação/Warner Bros.
Christian Bale e John Malkovich contracenam em 'Império do Sol'
Imagem: Divulgação/Warner Bros.

  • Assista ao trailer
  • Onde: HBO Max
  • O que tem de bom: A Segunda Guerra Mundial é um tema recorrente na filmografia de Spielberg - além das raízes judaicas, o pai do cineasta, Arnold, serviu no conflito. Situado na China durante a invasão japonesa, "Império do Sol" (1987) traz um jovem britânico - interpretado por Christian Bale, em seu primeiro grande papel - que se perde dos pais e precisa amadurecer em um ambiente de completo caos. Baseado em uma história real, o longa transforma uma trajetória de amadurecimento, com a morte da inocência, em um relato (metafórico e literal) sobre a morte dos inocentes. Dessa forma, Spielberg se apodera de um assunto extremamente relacionável para todos nós e o ressignifica em algo poderoso. Além deste, vale conferir outro filme do diretor sobre a mesma guerra: "O Resgate do Soldado Ryan", disponível no Prime Video.
  • O que te faz sentir: ressentimento, frustração


HOOK: A VOLTA DO CAPITÃO GANCHO

Hook - imagem - Divulgação/Sony Pictures - Divulgação/Sony Pictures
O inesquecível Robin Williams é o crescido Peter Pan em 'Hook'
Imagem: Divulgação/Sony Pictures

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  • Onde: para alugar ou comprar em Loja Prime Video, Apple TV, Google Play, YouTube, Claro tv+
  • O que tem de bom: "Hook" (1991) está muito longe de ser o melhor filme de Spielberg. O roteiro é cheio de falhas, inocente, piegas, e boa parte das cenas foram filmadas em estúdio, o que dá uma sensação de artificialidade. Porém, apesar desses deméritos, o longa é fofinho, envolvente, com um grande elenco e um ar de nostalgia para toda uma geração. O inesquecível Robin Williams é Peter Banning, um pai de família que dá mais atenção aos negócios do que aos filhos. Porém, o terrível Capitão Gancho (Dustin Hoffman) retorna da Terra do Nunca buscando vingança, sequestrando os filhos de Banning. É quando o protagonista precisa encarar a verdade há muito esquecida: ele é Peter Pan. De volta a sua terra natal, o personagem de Williams vai em busca de se reconectar com quem foi, em uma história sobre amor e família. O elenco ainda conta com Julia Roberts como Sininho, além de Bob Hoskins, Maggie Smith e até Phil Collins.
  • O que te faz sentir: alegria, liberdade


Além de todos esses filmes, vale também assistir a "Spielberg", documentário sobre a trajetória, os filmes e a linguagem do cineasta. Todo fã de cinema deveria conferir. Disponível na HBO Max.

Dica do time do UOL

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