Neto de ditador, cubana, Constantino e mais: os demitidos da Jovem Pan
Desde a vitória de Lula sobre Bolsonaro nas urnas em outubro, a Jovem Pan demitiu uma série de jornalistas e comentaristas.
Ontem, Paulo Figueiredo, Zoe Martinez e Rodrigo Constantino entraram para a lista. Eles já estavam afastados após o MPF (Ministério Público Federal) iniciar investigação sobre potencial incentivo da emissora aos atos golpistas que ocorreram em Brasília.
Quem são esses profissionais?
Paulo Figueiredo: desligado ontem, o jornalista é neto de João Figueiredo, um dos ditadores que comandaram o país entre 1964 e 1985. Em dezembro de 2022, Para o Ministério Público Federal, Paulo Figueiredo incitou bolsonaristas a deflagrarem um conflito civil no país, como forma de reação ao processo eleitoral "sem transparência".
Após os ataques do dia 8 de janeiro, afirmou que invadir o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto foi uma "ideia estúpida" e colocou os bolsonaristas como vítimas da situação, ao dizer que sofreriam uma "perseguição implacável e ampla de um grupo político".
Zoe Martinez: demitida ontem, ela virou assunto na internet depois que precisou segurar o choro durante a cobertura das eleições. Bolsonarista, ela não concorda com a vitória de Lula. Nascida em Cuba, Martínez é uma voz ativa contra o governo cubano. Em entrevista a Cíntia Chagas, a jovem chegou a dizer que aprendeu a usar papel higiênico quando chegou no Brasil, aos 12 anos.
Seguida por milhares, fala sobre pautas conservadoras, a vida em Cuba e críticas à esquerda. Fez comentário que está na mira da investigação do Ministério Público. Defendeu que as Forças Armadas destituíssem os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Rodrigo Constantino: também demitido ontem, ele afirmou que os resultados das eleições do país são frutos de "um malabarismo do Supremo". Ele ganhou os noticiários em novembro de 2020, após dizer que não denunciaria se a filha dele fosse estuprada enquanto estivesse bêbada ao falar da absolvição de André de Camargo Aranha, acusado de estuprar Mariana Ferrer em 2018.
Já foi processado pelo ator Fábio Assunção, repudiado por Anitta e Gabriela Prioli, além de ter sido demitido do Correio do Povo, do Grupo Editorial Record e da RecordTV.
Caio Coppolla: desligado em 31 de outubro, também já se envolveu em muitas polêmicas. Em agosto do ano passado, ele se irritou com Fernando Haddad, então candidato ao governo de São Paulo, por faltar à sabatina da Jovem Pan News e o chamou de "bundão'.
Antes, trabalhou na CNN, onde foi "jantado" por Gabriela Prioli durante debate, foi rebatido pela própria emissora após minimizar isolamento contra a covid-19 e recebeu lição de Monalisa Perrone.
Augusto Nunes: também demitido em outubro, é bolsonarista e acredita que a direta foi censurada durante as eleições. Chegou à Jovem Pan em 2016 e viralizou ao agredir o jornalista norte-americano Glenn Greenwald durante entrevista ao programa "Pânico".
Ao vivo, Gleen disse que Augusto era covarde e "fez a coisa mais feia e suja" ao xingar sua família — composta por dois homens e dois filhos — no Twitter algumas semanas antes. Augusto não gostou de ser chamado de covarde e o agrediu.
Carla Cecato: demitida da Record em 2021 após 16 anos na emissora, ela estreou na Jovem Pan News em julho de 2022 após chamar atenção por elogiar o então presidente Bolsonaro em uma entrevista na emissora.
Três meses depois da contratação, ela anunciou que estava de saída da Jovem Pan alegando divergências no vínculo e virou garota-propaganda do presidente que tentava reeleição. Voltou à emissora após a derrota de Bolsonaro, mas foi demitida por telefone segundo Ricardo Feltrin.
Guga Noblat: mais uma "vítima" das demissões do dia 31 de outubro, o ex-comentarista do "Morning Show" disse que o desligamento se deu por não defender a rádio na disputa contra o PT e o TSE. Ele, que enxergava a Jovem Pan como "acessório de Bolsonaro", passou anteriormente pela Band e jornal O Globo. Na Jovem Pan, viralizou ao debater com bolsonaristas.
Maicon Mendes: assim como Noblat, ele destoa dos demais demitidos por ser crítico do governo Bolsonaro (PL). Antes de chegar à Jovem Pan News e ser demitido em 1º de novembro, ele passou por Band e RedeTV. Também é mestre de cerimônias em eventos.
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