Como diretor de 'Babilônia' mostrou realidade 'suja' de Hollywood?
Muitos sonham em fazer parte de Hollywood, mas poucos realmente sabem como a indústria funciona. Este é o mote de "Babilônia", novo filme de Damien Chazelle, diretor vencedor do Oscar por "La La Land" (2017), que também é roteirista da produção.
O longa se passa entre as décadas de 1920 e 1930 e acompanha diversos personagens que orbitam a realidade cinematográfica da época. Jack Conrad, interpretado por Brad Pitt, é um ator de sucesso que começa a sentir a dificuldade de envelhecer em Hollywood; Nellie LaRoy, vivida por Margot Robbie, é uma aspirante a atriz que faz de tudo pelo sucesso; Sidney, Jovan Adepo, é um trompetista negro que encara as dificuldades raciais da época; entre vários outros.
Além da "carta de amor" óbvia feita ao cinema, "Babilônia" também serve de "denúncia" à maneira como a indústria lida com quem faz parte dela, com os abusos de álcool e drogas, o esquecimento das pessoas antes famosas, a corrupção, a violência e vários outros pontos negativos."Acho o cinema uma coisa boa, mas Hollywood corrompe as pessoas", disse Damien Chazelle em entrevista a Splash.
Segundo o diretor, o filme tem a intenção de mostrar "um pouco dos dois lados" do que se vive para entrar em produções cinematográficas. "Eu pretendia que fosse uma carta de amor e uma carta feita com uma caneta venenosa."
"Quis mostrar os dois lados do espectro, os altos dos altos e os baixos e dos baixo. Para contar a história de Hollywood, especialmente suas origens, acho que você tem que ser honesto sobre a crueldade inerente ao sistema, a violência e a brutalidade disso."
Hollywood foi e continua sendo uma máquina que engole as pessoas, as mastiga e as cospe.
Chazelle acredita que as produções feitas à época não "fazem justiça" e escondem como era a realidade. "Por isso é importante ser muito honesto sobre os altos e baixos e mostrar ao público quadro completo."
Já o processo de criação da história e roteiro de "Babilônia", Chazelle conta ter sido um longo processo, que durou anos.
"Tive a ideia pela primeira vez há cerca de 13 anos e continuei trabalhando nisso. Foi um empreendimento tão grande, a quantidade de pesquisa, a quantidade de personagens nele, que meio que não me senti pronto para realmente atacá-lo até bem recentemente."
O início se deu a partir da curiosidade do cineasta de tentar descobrir como era a vida na maior indústria cinematográfica nas décadas de 1920 e 1930.
"Fiquei muito chocado com o que descobri, pois eu tinha essa ideia de uma espécie da velha Hollywood sendo mais silenciosa, mais mansa e mais organizada do que era."
E, na realidade, esse período da história de Hollywood foi apenas um caos e histeria.
Chazelle disse ter ficado assustado com a maneira como essa atmosfera se mantinha à base do "uso de drogas, de liberdades sexuais, de libertinagem e depravação, que estava em uma escala diferente de tudo que eu já tinha visto".
O cineasta explica que foi a descoberta desses temas que o levou a se empenhar em fazer um filme "honesto sobre isso, não açucarado, não branqueado, não desinfetado, que mostre você a realidade completa, louca, suja e sórdida de Hollywood naquela época".
Assista à entrevista completa acima.
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