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Paulo Betti já produziu clipe para Lula e fez pedido de casamento em ato

Paulo Betti e Lula durante encontro do político com artistas em 2022 - Ricardo Stuckert
Paulo Betti e Lula durante encontro do político com artistas em 2022 Imagem: Ricardo Stuckert

De Splash, no Rio

19/01/2023 04h00

O ator Paulo Betti, 70, confrontou Regina Duarte após aliada de Jair Bolsonaro (PL) publicar fake news nas redes sociais. Essa não foi a primeira vez que ele usou a internet para emitir suas opiniões — algumas que dividem opiniões.

A atuação política dele vem antes da era digital. Paulo Betti é ligado à militância do PT (Partido dos Trabalhadores) desde a década de 1980, incluindo trabalho realizado para campanha de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 1989, o ator produziu o clipe do jingle "Lula Lá". O vídeo foi usado na campanha de Lula em sua primeira tentativa ao cargo de presidente da República. Ao lado do também produtor Adair Rocha, convidou artistas como Marieta Severo, Chico Buarque e Beth Carvalho para participar da gravação.

Paulo apoiou Lula em todas as suas candidaturas presidências — 1989, 2002, 2006 e 2022. Em 2006, quando o presidente teve menor apoio da classe artística devido ao escândalo que ficou conhecido como "mensalão", ele seguiu defendendo o petista e relativizou o caso de corrupção.

"Não dá para fazer [política] sem botar a mão na m*rda", disse ele, que se explicou posteriormente em uma publicação da Folha de S. Paulo: "Enquanto fez campanhas vendendo bonés e estrelinhas, o PT não teve chances de chegar ao poder. Em 2002, diante do favoritismo de Lula, os cofres se abriram. E o partido se envolveu com forças das quais deveria ter guardado distância. Errou por fazer o que todos sempre fizeram."

Em 2022, 16 anos depois, disse que "aquilo foi um deslize verbal descontextualizado, foi um mal-entendido", pois estava se referindo à obra "As Mãos Sujas", de Sartre — peça teatral que debate o dilema entre a utopia e o pragmatismo político.

"Se o preço para se tirar o Brasil da miséria era pagar uma mesada, eu conseguia deglutir a ideia da mesada", declarou no ano passado.

Paulo também discordou publicamente do impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Um ano antes, ele se encontrou com a então presidenta e disse à revista Fórum que ela estava "acostumada" à luta e com um astral bom apesar de receber ataques

"Acredito, neste momento, que a presidente Dilma recebe um massacre que acho injusto e precipitado, que não me interessa. Então, acho simpático visitá-la, mostrar solidariedade a ela nesse momento... Ela está na luta, contando piada. É muito difícil você exercer essa função de escolher os caminhos e essa crise está sendo acirrada de uma forma agourenta, parece que é uma torcida para que dê tudo errado."

A partir da eleição de 2018, o ator adotou falas contra Bolsonaro, que saiu vitorioso nas urnas. Desde então, é figura constante em manifestações contra o político de extrema-direita, cortes na verba da educação pública, redução do investimento em cultura e ações durante a pandemia. "(Estou aqui) Pelas florestas, mortes dos indígenas, estrangulamento da cultura", afirmou o ator durante ato contra Bolsonaro em 2021.

É excitante exercer o dever pela democracia. Manifestação sempre estou dentro
disse o ator em entrevista ao UOL no ano passado

No mesmo ano, a humorista Dadá Coelho disse que o ator a pediu em casamento durante manifestação marcada por centrais sindicais, uniões estudantis, sindicatos e partidos de esquerda no Rio.

Paulo Betti e Dadá Coelho - Rogerio Fidalgo/Ag News - Rogerio Fidalgo/Ag News
Paulo Betti e Dadá Coelho em foto posada em 2022
Imagem: Rogerio Fidalgo/Ag News

No ano passado, foi um dos artistas mais aguerridos na campanha de Lula. Assinou carta à favor da democracia, participou de encontros com o então presidencial e discursou a favor do petista nas redes sociais e em entrevistas.

Ator fez até 20 vídeos por dia para tentar convencer pessoas a votarem em Lula. Ele explicou que isso aconteceu porque recebia uma série de solicitações pelas redes sociais de internautas que pediam para ele gravar um vídeo e convencer algum amigo ou parente a votar no petista. "Não sei se há resultado, mas é divertido", disse à Folha de S. Paulo.