Fora da Globo, Ingrid e Lázaro comandam especial na Amazon: 'Nosso jeito'
2023 está recomeçando. Pelo menos para Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos, que estreiam hoje "Feliz Ano Novo... De Novo", especial de comédia da Amazon que, oficialmente, inaugura os trabalhos da dupla na plataforma de streaming.
Gravado com uma plateia ao vivo, o especial reúne convidados como Juliette, Tia Má e Luana Martau. Ingrid e Lázaro comandam um bate-papo direto do palco, mesclado com esquetes cuja intenção é levar o público a refletir sobre as transformações que um novo ano inspira.
"Quando chegamos ao Prime, queríamos fazer alguma coisa juntos. A gente se admira há muito tempo, sou fã da Ingrid e do jeito dela de fazer comédia", conta Lázaro.
"Mas coisa de fim de ano todo mundo está fazendo ou já fez. Então, a gente falou: vamos fazer do nosso jeito brazuca, sobre os temas que a gente quer falar. Foi muito da admiração, de verdade."
Ao longo do especial de quase uma hora, Lázaro e Ingrid abordam diversos temas. Da dependência por tecnologia ao isolamento social contemporâneo, a dupla também pontua, através do humor, os reflexos dessas situações na convivência entre amigos, vizinhos, casais e colegas de trabalho.
Em um dos esquetes, por exemplo, Lázaro e Ingrid vivem um casal que decide se separar após o excesso de convivência durante a pandemia de covid-19. No entanto, eles acabam se frustrando porque a separação e a divisão dos bens dá mais trabalho do que eles imaginavam.
Quanto aos temas, Ingrid e Lázaro apontam haver muita liberdade na plataforma para que eles tratem de assuntos que, na TV aberta, poderiam ser considerados espinhosos ou delicados. Em outro esquete, Ingrid fala sobre sexo, prazer feminino e os tabus que existem em torno do assunto.
"Eu fiz um programa de humor na Globo numa época em que não podia falar a palavra 'bunda'. Olha que loucura!", revela Ingrid.
"Então, na TV aberta, há uma coisa que te cerceia mais. O cinema blockbuster também. Há [uma preocupação] de atingir a família. No 'De Pernas Pro Ar', foi uma luta chegar naquele lugar que não fosse agredir a família brasileira. Ali, falamos muitas loucuras, a gente não pensava", entrega.
"No meu caso, oportunidade de autoria, de contar algumas histórias que estava querendo contar", entrega Lázaro sobre o que contribuiu para que ele abrisse os olhos para a Amazon.
Tem um tempo que é um pouco diferente, que é um tempo de desenvolvimento grande. Mas, depois de tantos anos de carreira, e principalmente no meu caso, depois que comecei a dirigir, sobretudo teatro e cinema, eu entendi que já era outra coisa. Aí o convite veio na hora certa.
Lázaro Ramos
Contrato com a plataforma de streaming
Lázaro Ramos e Ingrid Guimarães assinaram um contrato de produção com a Amazon em 2021, e a intenção é desenvolver projetos distintos, tanto na frente das câmeras quanto por trás delas. Os dois já têm grandes planos e Lázaro, inclusive, já engatou alguns projetos de direção.
"Estamos descobrindo", responde Ingrid, quando questionada sobre tudo o que poderá fazer em parceria com a Amazon.
A gente está assim: 'Será que pode?' O que é legal é que [a Amazon] também não tem tanto tempo de produções no Brasil. Então, eles deram para nós uma liberdade de construir junto uma história. Tudo é muito conversado. Vamos experimentando e ouvindo.
Ingrid Guimarães
Para Lázaro, também não há limites — a não ser aqueles impostos pela falta de tempo de fazer ainda mais coisas.
"Até a Amazon Games eu tentei usar, mas caiu para mim, porque eu não sei nada disso, recuei", confessa. "Mas fui me meter, e agora vi que não dá tempo de fazer tudo o que eu queria. Nos primeiros meses eu tinha projetos para [livros, jogos, podcasts], tudo. Agora eu tenho três, quatro coisas que estão rolando."
"O bom e o ruim de você ser o dono da história é a demanda", completa Ingrid. "Hoje, quando eu penso em pegar um texto e decorar uma novela, eu falo: 'Gente, eu estava de férias'."
Ter um cargo em que você tem um certo comando, uma voz, é outra coisa. Eu e Lázaro temos cargos em que somos produtores. A gente escreve, produz, se mete na música, vai para a ilha de edição. Já apresentei reality, já tenho projetos de filmes, de séries... Não está dando tempo de realizar. Eu quero fazer tudo. Talvez não dê tempo, porque a gente é muito CDF.
O futuro ao público pertence
Em um dos segmentos, Lázaro conta a história de um rapaz que começa a ser valorizado na empresa em que trabalha após uma onda recente de "cancelamentos" que faz os chefes descobrirem não haver funcionários negros em cargo de chefia.
A cena serve como uma crítica ao fato de o crescimento do funcionário ter ocorrido apenas para a empresa escapar de ser "cancelada".
"Não sei se dá para situar exatamente no mercado de entretenimento, porque não difere das outras empresas", pontua Lázaro, sobre onde esse tipo de situação é mais comum.
"Alguns temas são tratados com maior facilidade, a gente vive um momento em que conseguimos empurrar alguns temas, principalmente porque o público vai junto dizendo o que gosta e o que não gosta. Isso também ajuda a induzir. Às vezes, uma empresa vai fazer uma pesquisa cujo resultado vai sair dali a seis anos. Hoje, a rede social já te dá um parâmetro do que o público quer. O que está ali naquela empresa, que fala sobre ascensão desse cara preto e da relação com seus colegas, muita gente vai se identificar e não importa se é uma empresa gigantesca ou se é um mercadinho."
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