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Rouanet: sertanejos são autorizados a captar quase R$ 700 mil em recursos

 Sertanejos aparecem em lista de projetos aprovação para captação de recursos - Reprodução/Instagram
Sertanejos aparecem em lista de projetos aprovação para captação de recursos Imagem: Reprodução/Instagram

De Splash, em São Paulo

20/01/2023 14h51

Artistas sertanejos e eventos ligados ao universo do agronegócio aparecem na lista de projetos autorizados pelo Ministério da Cultura a captar recursos por meio da Lei Rouanet - Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O cantor Rayan Barreto, de Goiânia (GO), vai poder captar junto à iniciativa privada R$ 199 mil para a gravação de um DVD. Segundo o projeto, o objetivo é divulgar o show por meio de canal do artista em plataforma digital. O músico é um artista independente com mais de 20 anos de carreira na música sertaneja.

"Nunca foi fácil e eu sigo em busca de sempre oferecer a minha melhor versão. Esta é a primeira vez que consigo a captação de recurso pela Lei Rouanet, motivo de grande alegria, não só para mim, mas também para os músicos que trabalham e sonham comigo e para as nossas famílias", disse Rayan, a Splash.

O músico ressaltou que não pertence a um grande escritório, como acontece com cantores sertanejos de expressão nacional, e a importância da lei para a sua carreira. "Aposto e acredito na cultura como uma das molas mais importantes em um grande salto; seja para uma pessoa, uma cidade, um estado, um país", completou.

Já Gabriel Valim, de Sombrio (SC), foi autorizado a obter R$ 497 mil para a realização de uma turnê de música instrumental de raiz pelo sul do país. O pedido, porém, foi dispensado de contrapartida social.

O músico foi procurado pela reportagem, mas não retornou o contato até o momento. Se o fizer, o texto será atualizado.

Outros dois projetos também aparecem na portaria publicada pela Cultura. O primeiro é o "A Magia é Real 2023 - O Natal do Agronegócio", de Ourinhos (SP), que vai poder captar R$ 439 mil.

O outro é o "Vida Caipira - A Música da Roça para o Mundo", de São Joaquim da Barra (SP), que foi autorizado a obter R$ 499 mil. De acordo com informações do Diário Oficial, o objeto é "enaltecer a música, cultura caipira e sertaneja de raiz".

'CPI do Sertanejo'

No ano passado, Zé Neto, da dupla com Cristiano, esbravejou em um show na cidade de Sorriso (MT), que não recebe recursos através da lei, em fala que ele exaltava o próprio sucesso e ainda alfinetava outros. À época, a declaração desencadeou uma série de críticas à lei.

"Estamos aqui em Sorriso, Mato Grosso, um dos estados que sustentou o Brasil durante a pandemia. Nós somos artistas que não dependemos da Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo. A gente não precisa fazer tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou mal. A gente simplesmente vem aqui e canta, e o Brasil inteiro canta com a gente", disse.

Anitta, primeira e única artista brasileira a ser Top 1 Global no Spotify, tem uma tatuagem íntima na região do ânus — a cantora falou sobre o desenho no reality "Ilhados com Beats", e até postou um vídeo retocando a tattoo no OnlyFans.

Na mesma época, vieram à tona o recebimento de cachês de sertanejos com altas cifras pagas com verba pública de prefeituras, que renderam denúncias em Ministérios Públicos estaduais. Somente Gusttavo Lima teve três shows alvos de investigação. Os casos seguem em andamento e todos, cantores e prefeituras, negam irregularidades.