Apelido de joia, cozinha na marinha: quem é jurado do MasterChef da Globo
Ao lado de Paola Carosella, João Diamante é jurado do Minha Mãe Cozinha Melhor Que a Sua, novo reality culinário da Globo. O programa comandado por Leandro Hassum estreia no dia 29.
Chef renomado no Rio de Janeiro, João não carrega "Diamante" no sobrenome. Ele conta que o apelido vem da época da escola, durante o ensino fundamental, após um amigo criar um email para ele ter uma conta no MSN — site usado para conversas nos anos 2000.
"Todos ficavam perguntando: 'João, qual é o seu MSN?', e eu não tinha computador, nem acesso à internet, não tinha nada em casa porque morava em uma comunidade em que era caro. Então, um amigo meu chamado Ian de Freitas falou: 'vou fazer um email para você e você tira o MSN'. Eu respondi que não tinha computador casa, mas ele disse: 'vá a uma lan house'."
"No dia seguinte, ele chegou na escola com o e-mail escrito: 'diamante_negro'; perguntei o porquê, e ele disse: 'negro é a sua cor e diamante porque você é um cara comunicativo, brilha, mesmo com a sua situação de morar na favela, você está sempre sorridente, é um cara contente, alegre, e contagia todo mundo como um diamante. Você precisa de um nick name (apelido, em inglês) forte, para ninguém esquecer de você'".
Ele manteve o apelido no site de conversas e os colegas passaram a chamá-lo assim na vida real. "Hoje saiu o 'Negro', porque preto eu já sou e ficou Diamante, João Diamante", explica.
No Minha Mãe Cozinha Melhor Que a Sua, a cada domingo, três diferentes duplas de mães e filhos famosos vestem o avental e partem para a aventura na cozinha, competindo entre si em duas provas. Mas no reality, diferente dos almoços de casa, quem coloca a mão na massa são os filhos.
"Trabalhar em uma cozinha no cotidiano é complicado. É muito trabalho, mas o aval de outras pessoas quando experimentam o que você prepara não tem preço. Cozinhar é uma forma de amar, uma forma muito genuína de dizer que você ama aquela pessoa, mesmo que você nunca a tenha visto. Por isso eu nunca saí e estou aqui até hoje. Gosto muito de pessoas e a cozinha me proporciona isso."
Da Bahia ao Rio de Janeiro
João Augusto Santos Batista nasceu na Bahia, mas foi criado no Complexo do Andaraí, no Rio de Janeiro. Hoje, é casado com Stéphanie Parreira, quem também é sua assessora, e tem uma filha.
"Tudo o que aconteceu na minha vida é mérito da minha mãe - mãe solo, preta, nordestina, favelada, veio para o Rio com dois filhos no colo de carona, de caminhão, porque sabia que eles teriam mais chance aqui. A corajosa, a guerreira da minha história, quem a transformou foi a minha mãe. Sem essa coragem, esse ímpeto de vir para o Rio de Janeiro tentar a sorte grande, talvez não existisse João Diamante hoje.
Ele trabalhou na França com Alain Ducasse, chef reconhecido mundialmente. Desde 2016, passou a investir em um grande sonho: o 'Diamantes na Cozinha', projeto que usa a culinária como ferramenta de transformação, dedicado a jovens em situação de vulnerabilidade social.
"Fiz parte de projetos sociais durante a minha infância inteira: balé, teatro, capoeira, dança, jiu-jitsu, futebol, muitos projetos. Se eu sou o que sou, é graças aos projetos sociais que participei. Eles me deram condição de vida, empoderamento, educação, arte, cultura, me levaram a lugares onde eu nunca imaginei estar, e aos quais sozinho eu não iria."
Ele descobriu a gastronomia quando trabalhava na Marinha, antes de ir à França. "Eu falei: 'já sei qual é a ferramenta que vou utilizar. Quando eu tiver uma condição, quero ter um projeto social de gastronomia, que é uma ferramenta mágica'. Eu fui para França em 2015, lá escrevi o projeto social 'Diamantes na Cozinha'... E quando voltei, em 2016, eu o implementei o projeto."
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