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Cultura volta à Esplanada dos Ministérios após quatro anos como secretaria

Margareth Menezes na coletiva sobre os danos ao patrimônio cultural nos ataques golpistas de 8 de janeiro - Reprodução/YouTube
Margareth Menezes na coletiva sobre os danos ao patrimônio cultural nos ataques golpistas de 8 de janeiro Imagem: Reprodução/YouTube

De Splash, em São Paulo

24/01/2023 04h00

O decreto que recria o Ministério da Cultura entra em vigor nesta terça-feira (24). A pasta, que foi rebaixada ao status de secretaria especial nos últimos quatro anos, estava subordinada ao Ministério do Turismo.

Como ato simbólico, na manhã de hoje, a ministra Margareth Menezes vai receber os servidores públicos que estavam realocados no Turismo na entrada do novo prédio, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).

A cantora tomou posse no último dia 2 de janeiro, em cerimônia realizada no Museu Nacional da República. No primeiro discurso oficial, a ministra destacou a diversidade da cultura brasileira e a necessidade de reconstrução do ministério.

"Eu trago dentro do meu peito um amor pelo Brasil diverso, por esse povo lindo forjado na resistência. Símbolo da alegria de viver e da diversidade. Damos início à desafiadora missão de refundar o Ministério da Cultura", disse.

A chefe da pasta criticou o governo anterior, falou das consequências da extinção do ministério para os produtores de cultura e os impactos da pandemia de covid-19. A ministra reforçou ainda o compromisso em restabelecer o diálogo com o setor cultural.

"Retomando a escuta, o cuidado com a comunidade cultural. Vamos construir pontes que levam a cultura para um futuro mais justo para os artistas e cidadãos brasileiros, especialmente aos jovens, mulheres, negros, indígenas, LGBTQIA+, periféricos e isolados. Vamos voltar para ficar em paz com a dimensão cultural".

Cenário geral

Nos últimos quatro anos, o Fundo Nacional de Cultura — principal mecanismo de financiamento governamental da Cultura — viu o orçamento ser reduzido em 91%.

O corte inviabilizou a realização de atividades. Vale ressaltar que a participação do campo cultural na economia variava de 1,2% a 2,7% do PIB em 2019. Com a pandemia, o setor registrou uma perda de R$ 69 bilhões de 2020 a 2021.

Em 2020, o faturamento se aproximou de zero. O gabinete de Margareth Menezes estima que só no decorrer de 2023 o setor retome o patamar de 2019.