Mônica Martelli comenta caso de Bruna e Gabriel no BBB: 'Relação abusiva'
A atriz Mônica Martelli, 54, em entrevista ao jornal O Globo:
Peça autobiográfica Minha Vida em Marte: "Quando você revisita algum momento seu, mas já estando fora dele, aquilo ali cura. Cada vez que faço a peça, eu me curo mais. Quando você bota para fora, está se curando, tendo certeza daquilo que fez. Depois que escrevi o texto e não estou mais vivendo aquela situação, aquilo não é mais meu, já virou arte, já tem uma missão, que é fazer as pessoas refletirem e olharem para dentro de seus casamentos."
A desconstrução do romantismo: "Tem uma época do casamento em que não existe mais amor, existe um planejamento futuro que você não quer desplanejar. E o que é amor? Esse amor romântico que a gente aprendeu é um amor irreal, incompatível com a vida e com a rotina. Acho que tudo isso explica o tamanho sucesso [de Minha Vida à Marte]."
Relação da filha Júlia, de 13 anos, ao espetáculo: "Ela falou: 'mãe, no final da peça, quando os dois já não estão mais tão bem, ele trai ela e ela também pensa em trair. O papai te traiu e você traiu o papai?' Ela fez essa pergunta pela primeira vez. Eu respondi: 'meu amor, nem considero traição'. Porque, no final do casamento, quando a gente tinha se perdido um do outro, quando se interessou por outras pessoas, a gente não tinha mais casamento. Não existia mais amor ali."
Diálogo com a filha: "Tento passar que ela pode contar comigo para o que precisar e que não precisa esconder coisas de que tem medo ou dúvida. Acho que ela tem que ter também a privacidade dela. Tem coisas que não precisa contar. Nem tudo a gente tem que contar para pai e mãe. Em relação a sexualidade e vida amorosa, acho que, a partir dos questionamentos dela, é que estou pronta para conversar."
Relação entre Bruna Griphao e Gabriel no BBB 23: "Com essa questão que acontece no BBB, de relação abusiva, eu falo: "Filha, tá vendo como é? Tá vendo como a mulher é silenciada, colocada em segundo plano?". Isso é o histórico da mulher. A gente luta a vida inteira contra isso. Então, através dos acontecimentos, eu aproveito para passar os valores."
Estupro que sofreu na adolescência: "São situações que a gente vivia, principalmente na minha geração, que eram normalizadas. Você ter uma guerra corporal com um menino era a coisa mais normal. O menino tentava e a menina não queria. Era o meu caso. Era um menino por quem eu estava apaixonada. Estávamos no luau. Ele tentou, eu não queria, mas rolou. Falei: 'OK, beleza, rolou. Legal, foi no luau a minha primeira vez'. Depois eu pensei: 'isso aí configura estupro'." Relembre o caso.
Conscientização das novas gerações: "É importante passar para as próximas gerações que a gente não pode normalizar absurdos que acontecem na nossa vida. A gente tem uma tendência a normalizar a tragédia. Em relação ao machismo, ao corpo da mulher, de que o homem se acha dono, sempre foi normalizado. Em quantos carnavais em Salvador e em quantos blocos de rua a gente passa e leva uma mãozada na bunda e não fala nada. Hoje em dia eu viraria para trás e falaria: 'o que foi?'"
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