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Morte, fãs loucas e vergonhas: as histórias de 30 anos do Backstreet Boys

Backstreet Boys se apresentam em São Paulo hoje e amanhã; domingo, em BH - Reprodução/ Instragram
Backstreet Boys se apresentam em São Paulo hoje e amanhã; domingo, em BH Imagem: Reprodução/ Instragram

De Splash, em São Paulo

27/01/2023 04h00

Há 30 anos, cinco garotos se reuniram para montar uma boyband - algo comum na época. Hoje, as "bandas de garotos" americanas foram substituídas por grupos de k-pop, mas um nome ainda ressoa no cenário pop musical: Backstreet Boys.

Não importa se você ama ou se você odeia, o quinteto mantém sua relevância até hoje. Um exemplo disso são os quatro shows da "DNA World Tour" que eles apresentam no Brasil. No dia 25, eles se apresentaram em Curitiba (PR). Hoje e amanhã fazem suas apresentações na capital paulista e terminam a turnê brasileira no dia 29, em Belo Horizonte (MG).

A Splash, o cantor Howie Dorough, 49, explicou que os cinco se tratam como uma família e dividem sonhos, felicidades e também tristezas. Justamente por serem tão próximos, lidam com momentos ruins juntos. Foi o que aconteceu recentemente, quando foi anunciada morte do irmão de Nick Carter, o cantor Aaron Carter, em novembro do ano passado, aos 34 anos.

"Foi uma perda muito grande, não apenas para Nick, mas para todo o grupo", contou. Aaron, que também era cantor, chegou a abrir shows do Backstreet Boys. "Conhecemos ele desde que ele era criança, e foi triste que ele tenha sido tirado tão jovem de nós."

A notícia chegou aos membros do grupo um dia antes de um show em Londres. À época, muitos acharam que a apresentação seria cancelada, mas Nick quis continuar e cantar para os fãs. "Ele nos disse que aquela seria a sua terapia. Então, subimos ao palco e o homenageamos. Fizemos uma montagem especial, que sugeri, e dedicamos a música 'Breathe' para ele."

"Tem sido um desafio para Nick superar isso, e para todos nós também. Nick tem sido uma pessoa muito forte e acabou de fazer uma arrecadação de fundos para pessoas com essa infeliz doença mental: o vício. E ele se saiu muito, muito bem, arrecadaram mais de US$ 150 mil. E assim ele está fazendo a sua parte para continuar o legado do irmão e não deixar sua morte ser totalmente em vão."

Backstreet Boys lamentam morte de Aaron Carter durante show em Londres  - Divulgação/Twitter - Divulgação/Twitter
Backstreet Boys lamentam morte de Aaron Carter durante show em Londres
Imagem: Divulgação/Twitter

'Tudo acontece por um motivo'

O show de São Paulo, que acontece hoje, no Allianz Parque, era para ter acontecido no dia 15 de março de 2020. No entanto, foi neste dia que o então governador João Doria fechou todos os estabelecimentos em decorrência da pandemia do coronavírus.

"Ficamos tão chateados. Passamos por uma incrível turnê de cerca de um mês na América do Sul enquanto a covid estava ficando cada vez maior. E na época, nossas famílias estavam nos Estados Unidos, onde o surto era maior do que na América do Sul", relembrou.

"Em questão de quatro ou cinco dias, tudo começou a entrar mais no modo de emergência, foi assustador. E terminamos o show, nunca vou esquecer, no Rio, e voamos naquela noite para São Paulo. E foi aí que o governo fechou tudo."

Ficamos tão chateados que passamos por tudo, exceto por São Paulo. Era o nosso maior show, com 45 mil pessoas.

Para Howie, no entanto, "tudo acontece por um motivo" e ele fica feliz em não ter colocado os fãs em uma situação de perigo. "Agora temos a chance de voltar ao Brasil e fazer mais shows."

Os Backstreet Boys em 1996 - Paul Bergen/Redferns/Getty Images - Paul Bergen/Redferns/Getty Images
O Backstreet Boys em 1996, com três anos de grupo
Imagem: Paul Bergen/Redferns/Getty Images

'Com cuidado'

Ao falar das fãs brasileiras, o cantor diz que as trata "com muito cuidado". "São muito apaixonadas, mas nós também temos muito amor por elas."

A Splash, ele comenta sobre a passagem do Backstreet Boys pelo Brasil em 2001 com função apenas promocional, sem fazer shows. Os cinco reuniram milhares de pessoas, sendo obrigados a cantar para as cariocas que se espremiam na porta do hotel em Copacabana.

"Subimos no telhado para nos apresentar. Se não fizéssemos isso, não nos deixariam sair de lá", brinca. "Tenho ótimas lembranças do Brasil, e tudo começou com certeza naquela primeira grande viagem."

No entanto, ao ser questionado sobre a "maior loucura" que uma fã já fez por ele, Howie conta que uma alemã é quem leva o prêmio. "Era meu aniversário e uma menina me trouxe um bolo com ursinhos de goma por cima. E acho que é porque um dia eu disse para imprensa que amava ursinhos de goma, e os fãs me traziam ursinhos de goma."

"Mas essa fã trouxe um bolo da Alemanha e também trouxe um cachorro para mim como presente de aniversário. Nunca vou esquecer, me senti muito mal porque ia sair no dia seguinte para uma turnê, e meus pais não queriam a responsabilidade de cuidar de um cachorro. Então, gentilmente, pedi a ela para ficar com o cachorro e fiquei muito agradecido."

'Não é nada do qual me orgulho'

Com três décadas de carreira, Howie conta que já passou algumas vergonhas em cima do palco, como esquecer a coreografia de músicas. "Já fiz isso várias vezes mais do que posso contar nas duas mãos", contou.

"Não é nada que eu tento fazer ou do qual me orgulho, mas definitivamente sou humano. No entanto, isso ajuda o show a ficar espontâneo, energético e divertido. Quando isso acontecia, eu costumava ficar tão bravo comigo mesmo. Agora, eu meio que rio disso."

A Splash, o cantor conta que a sua música favorita do Backstreet Boys é "All I Have to Give"." Provavelmente, essa é também a coreografia que eu menos gosto."

'Por vocês'

Howie fala com muito carinho pelas fãs e explica como, mesmo depois de tanto tempo, é por elas que os cinco continuam trabalhando tanto - e esforçaram tanto para voltar ao Brasil, mesmo depois de três anos do adiamento do show.

"É incrível como nossa música une as pessoas e traz alegria ao coração e à memória das pessoas. Essa é a melhor parte de fazer o que fazemos, é que conseguimos fazer tantas pessoas felizes. É por vocês. Enós também felizes em ver como fazemos todo mundo feliz", conclui.