Santoro luta para ir além de personagens latinos nos EUA: 'Estereótipo'
Resumo da notícia
- Rodrigo Santoro estreia hoje sua nova série, "Wolf Pack", que se passa no mesmo universo de "Teen Wolf"
- Em entrevista a Splash, o ator fala sobre o status de sua carreira internacional e explica como busca romper estereótipos
- A série é voltada para o público adolescente. Santoro diz que "Turma da Mônica" o inspirou a querer conversar com outros públicos
Talvez você esteja se perguntando o que Rodrigo Santoro tem a ver com um universo de lobisomens adolescentes. O ator é um dos protagonistas de "Wolf Pack", nova série derivada de "Teen Wolf" que tem no elenco também Sarah Michelle Gellar e apresenta um novo mundo de criaturas sobrenaturais e mistérios.
A história acompanha quatro adolescentes cujas vidas se transformam após um incêndio florestal na Califórnia despertar uma criatura perigosa. A partir disso, eles se unem para desvendar qual o segredo que os conecta em todo nascer de lua cheia.
Não que Rodrigo, 47, não esteja familiarizado com histórias de fantasia. De "300" (2006) a "Westworld" (2016-2020), o ator investiu fortemente em séries e filmes de gênero desde que começou a se dedicar à carreira internacional. Desta vez, no entanto, o ângulo se difere por ser um projeto voltado para um público mais novo — algo que, para ele, é inédito.
"Apesar de ser um thriller, que tem as coisas que não podem parar de acontecer e tudo mais, as personagens são humanizadas e as relações entre elas são desenvolvidas durante a trama", conta, em entrevista a Splash.
"Fiquei bastante impressionado com o roteiro, e confesso que tenho uma tendência a me colocar fora da zona de conforto. Esse é um universo que eu desconheço, e foi uma autoprovocação para ver como eu responderia a esse tipo de estímulo."
Rodrigo Santoro só para baixinhos
Para Santoro, foi necessário olhar para dentro e buscar a inspiração e a vontade de conversar com outros públicos em um lugar diferente — e, surpreendentemente, isso tem uma relação direta com Maurício de Sousa.
"Eu tive uma ótima experiência quando eu fiz o Louco em 'Turma da Mônica - Laços'. Comecei a interagir com crianças e isso me comoveu muito", confessa. "Senti que precisava abrir um diálogo com o público mais jovem. Sou pai de uma menina de cinco anos, ela vai ser adolescente. Então já é uma preparação. Me interessa entender o adolescente de hoje."
O primeiro papel internacional de Rodrigo Santoro foi em 2003, no telefilme "Em Roma na Primavera", com Helen Mirren. A participação minúscula abriu outras portas, e no mesmo ano ele surgiu em "As Panteras: Detonando". De lá para cá, ficou muito conhecido por sua atuação como o imperador Xerxes no épico de Zack Snyder, e expandiu os horizontes com uma participação em "Lost". Mais recentemente, teve destaque em longas como "Os 7 Prisioneiros", da Netflix e a série "Sem Limites", do Prime Video.
Carreira fora do Brasil como ator latino
"Temos muito caminho pela frente, mas já é bem diferente de quando eu comecei, por exemplo, há uns 15 anos", compara, sobre a presença de atores latinos em produções estrangeiras.
"Naquela época, os papéis eram completamente estereotipados. Mudou muito. Quando eu comecei, a gente estava em uma era pré-streaming. Era outro mundo, bem mais complicado. Hoje, temos uma abertura para discutir a importância da diversidade e da inclusão, mas ainda temos um longo caminho à frente."
Em passados recentes, Santoro foi escalado para interpretar personagens com raízes latinas, desde Hector Escaton em "Westworld" a um ministro e empresário chileno em "Os 33" (2015). Em "Wolf Pack", ele conta que teve uma conversa franca com o criador Jeff Davis justamente para evitar este clichê.
"O personagem se chama Garrett Briggs. É um nome absolutamente anglo-saxão. Nós tivemos uma conversa e [Jeff] perguntou: 'Será que a gente troca o nome?' Eu falei: 'É uma boa pergunta. Eu não quero influenciar, então, você me diga. É importante para a trama que a gente coloque um nome latino?' Ele falou que não necessariamente. Para mim, tudo bem ser Garrett Briggs. Eu fiz um trabalho de sotaque não para soar americano, mas alguém que vive lá há muito tempo", explica.
Hoje, Santoro considera parte de sua tarefa, como expoente internacional, mostrar o Brasil para o mundo.
"Sempre me empenho em divulgar a potência da nossa cultura, evitando os estereótipos e tentando sempre trabalhar humanizando as personagens de forma autêntica", reforça. "Por isso, é uma vitória. E não é a primeira vez que isso acontece. Fiz a série 'Reprisal' com um personagem chamado Joel Kelly, um nome de origem irlandesa, e também não mudou."
"O mais importante é quais são os conflitos do personagem, o que ele está vivendo, independente de uma coisa ou outra. Quando explicar onde o personagem nasceu faz parte da história, eu até entendo. Se não, vamos ao importante."
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