'A Profecia do Mal': Filme sobre o clone de Jesus Cristo pode funcionar?
O cinema explora, há anos, os mistérios e fascínios que a humanidade nutre pela religião — mais especificamente, assuntos relacionados a crenças cristãs. Quem não se lembra da adaptação "O Código Da Vinci" (2006), estrelada por Tom Hanks e Audrey Tautou, na qual a atriz francesa vive uma descendente da linhagem iniciada por Jesus Cristo e Maria Madalena? Ou do calvário enfrentado por Frankie Paige (Patricia Arquette), comparado ao do próprio Nazareno, no clássico "Stigmata" (1999)?
Não faltam exemplos de como a fé católica já foi tema de produções cinematográficas que ostentam roteiros capazes de conquistar as massas. Porém, analisando as premissas de filmes passados, talvez nenhuma delas tenha sido tão ousada quanto a do longa "Profecia do Mal", que chegou aos cinemas na quinta-feira (26).
Como o Céu e o Inferno reagiram caso os humanos decidissem fazer um clone de Jesus Cristo?
Partindo de uma ideia digna do Doutor Albier — da novela "O Clone" —, Ed Alan faz sua estreia como roteirista no longa, dirigido por Nathan Frankowski ("Para Escrever o Amor em Seus Braços"). Na trama, o Santo Sudário é a principal peça de uma exposição exibida em Turim, na Itália, a qual atrai milhões de fiéis e curiosos ao local.
Segundo a crença religiosa, a relíquia foi colocada sobre o corpo ensanguentado de Cristo logo após a sua crucificação - sangue, DNA, clones... entendeu? Pois é. Uma seita satânica, aliada ao cientista Dr. Laurent (Brian Caspe), rouba o lençol funerário rico em material genético para que, a partir dele, se possa gerar um "novo Filho de Deus".
É nesse momento, caro leitor, que a diversão começa. Embora Frankowski não pareça ter tido a intenção de fazê-lo, o terror (ou terrir?) "A Profecia do Mal" é bastante capaz de arrancar sinceras gargalhadas da audiência. Por que o local onde o Santo Sudário é exibido não conta com nenhum - repito, ne-nhum - recurso humano para protegê-lo?
Com exceção de um vigia munido de uma lanterna pouco letal, e do Padre Marconi (Joe Doyle), sacerdote que conta apenas com as orações como arma diante do perigo, nada impede que a mal-intencionada Liz (Eveline Hall) se aposse do manto e dê início ao seu plano maligno.
Os padres que presenciam o crime, diante das imagens captadas pelas câmeras de segurança, também são uns dos momentos marcantes do longa - a interpretação da dupla é um pastiche de "O Gordo e o Magro", sem a intenção de ser.
Assim, seguindo a campanha dos antagonistas, que já clonaram celebridades como o músico Antonio Vivaldi e o pintor Michelangelo, Laura (Alice Orr-Ewing) é a escolhida para gerar o clone do Salvador em seu ventre. De maneira confusa, a personagem aparece em cenas nas quais é possuída por Lúcifer, pelo embrião que gera, ou por alguma coisa que une essas duas criaturas. Enfim, não é preciso determinar quem ou o quê toma conta de Laura para aproveitar os ápices de "A Profecia do Mal".
Se você procura um filme de terror clássico, com sustos e tensão máxima, fuja. Porém, se está disposto a embarcar na "onda" que o filme proporciona, e relembrar personagens inesquecíveis como Renesmee Cullen, o bebê-vampiro da saga "Crepúsculo", apenas curta a viagem - garanta o melhor lugar na sessão de "A Profecia do Mal" por meio do site ou aplicativo da Ingresso.com.
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