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Com Bill e Frank, episódio 3 de 'The Last of Us' derruba até os mais fortes

De Splash, em São Paulo

30/01/2023 04h00

O terceiro episódio de "The Last of Us" não é para os fracos de coração, nem para os apaixonados e mais sensíveis. Expandindo a história apresentada no jogo, o episódio "Long Long Time" mostra o relacionamento de Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett), e se distancia do material de origem para criar um dos momentos mais emocionantes da série até agora.

E, talvez, da temporada.

Como é no jogo?

TLOU - Liane Hentscher/HBO - Liane Hentscher/HBO
Nick Offerman é apresentado como Bill em 3º episódio de 'The Last of Us'
Imagem: Liane Hentscher/HBO

A relação entre Bill e Frank, embora sugerida, jamais foi abordada diretamente no jogo. Quando Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) chegam a Lincoln, a cidade que Bill manteve funcionando como o seu único residente, a dupla acaba desabilitando muitas das armadilhas criadas por Bill, e alertando uma quantidade alarmante de corredores.

Ao longo da passagem de Joel e Ellie por Lincoln, a garota tem uma desavença com Bill, e o jogador entende que o acordo entre o homem, Joel e Tess (Anna Torv) era reticente, e a relação entre eles não era das mais amigáveis. Apesar de sua personalidade peculiar, Bill acaba ajudando os dois a encontrarem um carro e uma bateria.

Em determinado momento, eles chegam até uma garagem, e lá encontram o corpo de Frank, e uma carta de suicídio. Bill tenta disfarçar a tristeza, mas acaba deixando transparecer o quanto sente a perda.

Em meio aos desafios do jogo e a necessidade de lutar contra os infectados, o afeto de Bill e Frank fica apenas no subtexto. Na série, há espaço para explorar os dois de forma diferente.

Série foca na emoção

TLOU - Liane Hentscher/HBO - Liane Hentscher/HBO
Murray Bartlett interpreta Frank em 'The Last of Us'
Imagem: Liane Hentscher/HBO

Desta forma, o episódio escolhe mostrar elementos da vida de Bill que o jogo não pôde priorizar. Do momento em que decidiu ficar sozinho na cidade ao encontro com Frank e as eventuais transformações em sua vida por optar "se preocupar com alguém", o ângulo do episódio se transforma diante do que se espera de uma série de "sobrevivência".

Ali, Bill e Frank não estão apenas sobrevivendo. Eles criam uma vida, e mostram que as relações continuam existindo apesar da reconfiguração trágica da sociedade. Acompanhamos como o afeto entre eles vai crescendo e se modificando, em um retrato brutal e impactante da importância das relações humanas nessa realidade pós-apocalíptica.

Em termos de adaptação, é sempre interessante a existência de episódios como este, que expandem uma história que não foi abordada em toda a sua extensão no material original, e fazem isso para ampliar o entendimento que o público tem daquele mundo e daquelas personagens.

No fim, as alterações vêm para o bem. O impacto daquela passagem de Joel e Ellie por Lincoln para o restante da jornada deles ainda está ali. Mas, emocionalmente, o impacto é muito mais amplo.